quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

FARRA OFICIALIZADA

Os dirigentes da FIFA estão no Brasil para avaliar os projetos das sedes da Copa do Mundo de 2014. Ontem foi anunciado pelo Presidente da FIFA, Joseph Blatter, que o mundial terá 12 sedes, quando o normal seria que fosem apenas 10. Se considerarmos as dimensões do Brasil, até faria um pouco de sentido, mas sabemos que os critérios usados para a definição desse número (na minha opinião) excessivo de sedes não é técnico, mas sim político. Com isso, está oficializada a farra que será a corrida para as construções (ou reformas) de estádios.

No último sábado a ESPN Brasil exibiu a entrevista com o Presidente Lula no programa "Bola da Vez". Questionado sobre a Copa de 2014, Lula garantiu que não será utilizado dinheiro público FEDERAL na construção ou reforma de estádios, somente nas questões de infra-estrutura. Paulo Vinícius Coelho, o PVC, replicou prontamente que o Estádio Mané Garrincha, de Brasília, seria reconstruído através de uma parceria público-privada (PPP) e que, até o momento, só há a garantia da origem do dinheiro PÚBLICO. Lula afirmou que não pode controlar o que prefeitos e governadores fazem com as respectivas verbas, só pode responder pelas verbas federais.

Pois é, como se desse para acreditar numa palavra do que ele diz e como se boa parte do dinheiro que os estados e municípios vão utilizar não tivesse origem nos repasses federais. É mais do que evidente que, quando as obras estiverem "atrasadas", aí sim haverá justificativa para o socorro federal, pois "as circunstâncias" exigiram a ajuda. Foi assim no Pan Rio-2007, quando o governo liberou centenas de milhões de reais para a conclusão das obras. É brincar com a nossa inteliigência. O que nos faria acreditar que o mesmo não acontecerá lá para 2012 ou 2013? É verdade que Lula e, se tudo correr bem, o PT não estarão mais lá (três batidas na madeira) e se o Presidente for mesmo José Serra, surge alguma esperança. Mas mesmo assim será difícil não abrir os cofres...

E se, mesmo com tudo isso, o dinheiro público fosse utilizado da forma correta, ou seja, sem superfaturamento (alô Pan 2007!), caixa-dois, propinas, enriquecimento ilícito de políticos, empresários, entre outros, daria até para aceitar o investimento. Mas sabemos que, quando o assunto é Brasil, não podemos esperar nada diferente da farra anunciada.

Por essas e outras espero que o Rio não ganhe o direito de sediar os Jogos Olímpícos de 2016... mas isso já é assunto para outro post, que pretendo publicar em breve.

.

sábado, 24 de janeiro de 2009

41 JOGOS DEPOIS...


A maioria dos times da NBA já disputou ou está prestes a disputar o 41º jogo da temporada, marcando sua metade. Pelo menos no caso da NBA, ao contrário da NFL , minhas previsões de início de temporada estão se mostrando bastante acertadas – ainda bem que pelo menos quando o assunto é basquete ainda consigo dar uma dentro. Atualizando as previsões e o que rolou até agora (a classificação atualizada pode ser vista aqui):

Nessa temporada podemos ter, pela segunda vez na história e a primeira desde 1998, 4 times com mais de 60 vitórias: Lakers, Celtics, Magic e Cavs, sendo que mais de um pode terminar com mais de 65 vitórias, o que será histórico. Em 1998, os 4 times foram Bulls (62), Jazz (62), Sonics (61) e Lakers (61).

Boston Celtics e Los Angeles Lakers confirmaram o posto de favoritos, assim como terminaram a temporada anterior. Os Lakers estão mais tranqüilos do Oeste, mantendo uma vantagem de pelo menos 5 jogos sobre os mais próximos (San Antonio, Denver e New Orleans). A “profundidade” do time, que possui pelo menos 11 jogadores disponíveis para a rotação está fazendo a diferença, mesmo com algumas contusões recentes, que não fizeram o efeito que fariam em outros times. Essa profundidade permite até que os minutos de Kobe Bryant sejam reduzidos, especialmente nos jogos mais tranqüilos, o que é muito importante principalmente devido ao fato de que já chegou aos 30 anos e praticamente não teve férias por estar envolvido com a seleção em Pequim. Com essa redução dos minutos, espera-se que ele esteja com melhores condições físicas nos playoffs, ao contrário do que foi visto nas finais do ano passado. E ele demonstra não se importar com isso, mesmo que a conseqüência dessa decisão praticamente o elimine da disputa de MVP da temporada (volto a esse assunto daqui a pouco).

CONFERÊNCIA LESTE

- Os Celtics começaram a temporada arrasadores, com 27 vitórias nos primeiros 29 jogos. Parecia que defenderiam o título de qualquer forma e começaram a surgir comparações com o Chicago Bulls de 96, que até hoje possui o recorde de 72 vitórias em uma temporada. Diziam que o recorde poderia cair. Porém, o que se seguir foi uma sequência de 7 derrotas em 9 jogos, trazendo-os de volta ao mundo dos mortais. A perda de jogadores importantes do ano passado, como James Posey (transferido para New Orleans) e PJ Brown (aposentado), fez com que o time perdesse opções no banco de reserva e, mesmo com a explosão do armador Rajon Rondo, o time cheio de veteranos (Garnet, Pierce, Allen), parece ter sentido a sequência de jogos (foi o time que mais jogou até agora) e esse deve ser a principal razão da queda de rendimento. Agora, parece que recuperaram o ritmo e já emendaram mais 7 vitórias consecutivas.

- Continuando na Conferência Leste, uma das coisas mais curiosas dessa primeira metade da temporada é que, mesmo com o começo arrasador, os Celtics (27-2) não conseguiram abrir vantagem significativa dos perseguidores mais próximos, que são o Cleveland Cavaliers e o Orlando Magic. Durante a sequência de derrotas os Celtics foram ultrapassados por ambos, que chegaram a assumir a liderança da conferência em momentos distintos. Os Cavs ainda está invicto em casa (20-0) e o Magic mostrou que pode brigar de igual para igual com todo mundo (na última semana fez uma excursão pelo Oeste e voltou com 3 vitórias contra nada mais, nada menos que Lakers, Spurs e Nuggets). Confesso que não vejo no Magic um time com condições de bater Boston ou Cleveland numa série de 7 jogos, pois o time depende basicamente dos arremessos de 3 pontos de Turkoglu, Rashard Lewis e Jameer Nelson (aliás que temporada desse último, o que ele tem me ajudado no Fantasy é uma enormidade) e numa série longa acredito que isso não seja suficiente, falta um “algo a mais”, mas não deixa de ser um excelente time de temporada regular (e pra mim, até agora, Stan Van Gundy é o técnico do ano). Já o Cleveland...

- Os Cavs mostram que chegaram para brigar com os Celtics pela hegemonia do Leste. As contas são simples: nos playoffs de 2008 levaram os Celtics para o jogo 7 e ameaçaram desclassificar aqueles que seriam os campeões; agora os Celtics perderam 2 peças importantes (Posey e Brown), enquanto os Cavs não só não perderam ninguém como time está mais entrosado (lembrem-se que no ano passado Bem Wallace, Delonte West e Wally Zcerbiack eram recém chegados numa troca de meio de temporada). E Lebron James está fazendo uma temporada monstruosa – é uma força da natureza, imparável e ainda por cima melhorou a sua maior deficiência, que eram os arremessos de média e curta distância. Os Celtics podem até terminar a temporada com a melhor campanha, mas nos playoffs, estou ainda mais convicto da minha previsão de que os Cavs levarão o título do Leste.

- Completando a análise do Leste, mais algumas previsões que se confirmaram: o renascimento do Miami Heat, com a recuperação total de Dwyane Wade, que está fazendo uma temporada espetacular, a afirmação do Atlanta Hawks, que mostrou que não levou os Celtics a 7 jogos nos playoffs do ano passado por acaso e os Pistons se mantendo como aquele time que está sempre por ali (volto a eles daqui a pouco). Daí pra baixo, é tudo um balaio de gatos, sendo que a maior decepção seja o Philadelphia 76ers, que começou muito mal, mas que agora está se recuperando, mesmo sem contar com Elton Brand, machucado (e me atrapalhando no Fantasy), e já está entre os 8 que se classificariam para os playoffs. Dos oito times nos quais eu havia apostado para os playoffs, apenas o Toronto deverá ficar de fora.

Antes de passar para a Conferência Oeste, vale mencionar a única troca realmente relevante na liga até agora, que envolveu a ida de Chauncey Billups para Denver e de Allen Iverson para Detroit. O General Manager dos Pistons Joe Dumars havia dito ao final da última temporada que precisava fazer alguma coisa com o time e que ninguém estaria seguro. E sobrou exatamente para o MVP das finais de 2004, último título da equipe: Billups, que não só foi enviado para Denver, como viu Iverson assumir não só o seu lugar no time, como também o número de sua camisa (A.I. está utilizando o nº 1). Para Detroit, pouca coisa mudou e o único que se beneficiou com a troca foi o armador reserva Rodney Stuckey, que vem mostrando que pode ser um armador realmente bom. De resto, Rip Hamilton perdeu espaço, Tyshawn Prince viu-se obrigado a jogar de Power Forward, o que está sendo revisto agora, o próprio Iverson está com seus números em queda e o time mantém uma campanha mediana. Já para o lado do Denver...

CONFERÊNCIA OESTE

- Já falei sobre os Lakers no início desse post e, para o time de Los Angeles, qualquer resultado que não seja o título do Oeste será considerado fracasso. Voltando ao Denver Nuggets, a troca com Detroit voltou a equilibrar o time, pois a bola deixou de ter que ser dividida entre Iverson e Carmelo Anthony, já que esse último voltou a ser a principal opção ofensiva, Billups trouxe uma qualidade já conhecida na armação, fazendo todo o time jogar melhor, incluindo Nenê, que está em sua melhor temporada. Até o técnico George Karl parece ter ressuscitado. Resultado: os Nuggets passaram de um time que iria apenas brigar por uma vaga nos playoffs para os postulantes ao número 2 da conferência, ao lado dos Spurs e Hornets.

- Falando nos Spurs, eu havia escrito na minha previsão de início de temporada que não era louco de apostar contra eles. E eles vêm mostrando que ninguém deve ser louco de fazer isso, pois estão se mantendo na briga pelo número 2 do Oeste, ao lado do Denver, Tim Duncan está com uma temporada monstruosa, Ginobili se recuperou da contusão no tornozelo e começa a dar sinais de que estará 100% nos playoffs, Tony Parker está virando uma máquina de fazer pontos e até os novos coadjuvantes, em quem eu não mostrava muita confiança, estão decidindo jogos importantes, especialmente Roger Mason. Junte tudo isso a um dos melhores técnicos da NBA, Greg Popovic (pra mim, um dos dois melhores, ao lado de Phil Jackson) e todos sabemos o estrago que eles podem fazer.

- Os Hornets poderiam estar melhor, ainda mais com a adição de James Posey, mas ninguém consegue explicar o que aconteceu com Tyson Chandler, que não é sombra do jogador do ano passado (será que a perda da vaga no time que foi para Pequim o afetou tanto assim?). Chris Paul continua espetacular (um dia será considerado um dos 5 melhores armadores da história da NBA, talvez atrás apenas de Magic Johnson e Oscar Robertson, no mesmo nível de John Stockton, Isiah Thoma e Jason Kidd).

- O Utah Jazz vem sofrendo com as contusões dos seus dois principais jogadores, primeiro Deron Willians, no início do ano e, depois que este se recuperou, de Carlos Boozer, que ainda está fora (espero que volte logo para me ajudar no Fantasy). Não fossem as contusões, estaria brigando com Spurs, Hornets e Nuggets pelo número 2.

- Os Rockets também vêm sofrendo com contusões, mas nesse caso já era esperado, considerando o histórico de Ron Artest e Tracy McGrady (atualmente fora de ação) e Yao Ming, que vem se mantendo saudável, mas que também apresenta um histórico duvidoso, jogando em média apenas 55 jogos nas últimas 3 temporadas.

- O Portland Trailblazers também confirma a previsão de ser um time sensação e vai se classificar aos playoffs. Talvez ao lado do Atlanta Hawks seja um dos times mais legais de se asssistir.

- Até aqui estou preenchendo 7 vagas do Oeste. Para a última, parece que a briga vai ficar entre os dois times veteranos (nos quais eu já tinha colocado um ponto de interrogação na minha previsão): Dallas e Phoenix. Os Suns estão tentando se adaptar à mudança de estilo após a saída do técnico Mike D’Antony, o que colocou um fim à era do “Seven Seconds or Less”. Se tivesse que apostar hoje, apostaria nos Suns para a oitava vaga e deixaria os Maverics de fora dos playoffs. Também estaria acertando 7 das 8 vagas dos playoffs, sendo que não contava exatamente com o Denver, mas sem saber que o Billups transformaria o time.

MVP

Parece que Lebron James vai cumprir as expectativas e levar o MVP pra casa nesse ano. Já escrevi: o cara é um monstro. Devemos ter uma sequência de 10 anos nos quais ele vai dominar a liga e vai entrar definitivamente nas discussões sobre os 10 melhores de todos os tempos. Dwyane Wade é o segundo na minha lista (voltou a ser aquele de 2006 – azar de quem enfrentá-lo nos playoffs), Kobe o terceiro (já expliquei antes), Chris Paul o quarto e Dwight Howard o quinto. Merecem destaque Tim Duncan, Chauncey Billups, Joe Johnson, Brandon Roy e Kevin Durant (o moleque está explodindo!). Com esses 10 caras em montaria o time e desafiaria a seleção do Universo, caso a Terra estivesse em perigo, e venceria.

Resumindo tudo: pelos números, seriam 5 times com condições reais de título: Lakers, Celtics, Cavs, Spurs e Magic. Na prática, deixaria Orlando de fora (mesmo com a possibilidade real de terminar com mais de 60 vitórias). Hornets, Nuggets e Jazz podem melhorar na segunda metade da temporada e entrar na briga (talvez não pelo título, mas por uma vaga na final do Oeste). E os playoffs desse ano têm tudo pra ser um dos melhores dos últimos tempos. E mantenho minha previsão de uma final entre Lakers x Cavs, Lebron x Kobe.

.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

A CAMINHO DO PRIMEIRO MUNDO – SERÁ?


Estive ontem no Morumbi para acompanhar a estréia do São Paulo em 2009, no primeiro jogo do Campeonato Paulista, contra o Ituano. Em condições normais, o jogo não teria nenhum atrativo especial que justificaria a ida ao estádio numa quarta-feira chuvosa e relativamente fria para uma noite de verão, mas fiz questão de comparecer por dois motivos principais: 1) saudar o hexa-campeão brasileiro no início na primeira apresentação do ano e 2) verificar uma das grandes novidades que o clube proporcionou para a torcida neste ano: o novo setor Visa do estádio do Morumbi.

Depois de anos lamentando o fato de que aqui no Brasil não tínhamos as mesmas oportunidades de torcedores europeus e americanos no que se refere à possibilidade de aquisição de carnês para todos os jogos da temporada dos nossos times, nesse ano esse desejo se tornou alternativa real: o São Paulo lançou o Passaporte Tricolor, ou seja, um pacote para torcedores que consiste na aquisição do direito de assistir a todos os jogos do time em seu estádio durante o ano através de uma única compra. E mais: quem adquire o pacote passa a ter um lugar específico no estádio, reservado, identificado com seu nome. Não perdi muito tempo: adquiri 2 lugares, em sociedade com meu amigo Fabrício, com quem dividi algumas aventuras em Pequim enquanto acompanhávamos juntos os Jogos Olímpicos.

O custo-benefício, na minha opinião, é enorme: chega daquele trabalho de ter que ir às bilheterias antes de cada jogo, às vezes tendo que enfrentar fila e eventualmente não conseguindo ingressos para jogos mais importantes, quando a única opção passa a ser os cambistas (para os quais eu nunca dei meu dinheiro). É verdade que para essa situação o pacote de Sócio-Torcedor já representava vantagens, já que disponibiliza um guichê exclusivo para os sócios, mas mesmo assim ainda era necessário se dirigir às bilheterias para cada jogo. Além disso, chega daquela necessidade de chegar mais cedo no jogo para não ter que ficar espremido lá no canto da arquibancada azul, quase na amarela – agora o seu lugar está lá marcado e reservado. E, somado a tudo isso, ver seu nome num assento do estádio do seu time de coração indicando que aquele lugar é seu é mais do que prazeroso.

As mudanças no Estádio do Morumbi ainda estão limitadas: até o jogo de ontem foram apenas trocados os assentos, que agora possuem encosto e são um pouco mais confortáveis, há mais uma opção de lanchonete além do Habib’s, mas que ainda só disponibiliza pipoca e salgadinhos industrializados, dos quais eu gosto muito, mas ainda espero poder comer um cheese-burguer, um hot-dog, ou quem sabe até um pedaço de pizza (estou pedindo muito?). Não cheguei a verificar as condições dos banheiros, mas já há a informação de que serão devidamente reformados. Além disso, a nova forma de acesso, com o cartão de crédito, eliminando a necessidade dos famosos ingressos, também é uma facilidade.

Pensando nos torcedores comuns, fiquei sabendo também que o São Paulo não renovou o contrato com a empresa responsável pela venda de ingressos até o ano passado e passou a assumir essa operação. Vamos ver se isso reduz o poder dos cambistas, que claramente tinham facilidade na aquisição dos ingressos em grandes quantidades, contando até com a facilidade da compra em consignação, ou seja, devolvendo os ingressos que não conseguiam repassar. É ver para crer, e nesse ponto ainda fico um pouco pessimista.

É verdade que ainda existem muitos problemas que precisam ser resolvidos: o acesso ao estádio não é fácil, não há estacionamento disponível, com exceção de algumas poucas opções particulares, sem relação com o clube e cobrando preços altos, os “flanelinhas” continuam dominando as ruas da região (cadê a polícia?), entre outras coisas. Mas a iniciativa está de parabéns. Há promessas de que os outros problemas serão solucionados nos próximos anos, o que será necessário para a Copa de 2014 e, no caso do São Paulo Futebol Clube, o histórico das administrações mostra que ainda podemos confiar que essas melhorias realmente podem acontecer.

E o jogo? Não merece muitos comentários: empate por 1x1, com um gol do Hugo (ou “Doutor Zizugo” para alguns) logo no começo, mas um gol contra meio bizarro do Miranda complicou as coisas. Não daria para esperar muito de um time que voltou a treinar há apenas 9 dias, depois de 35 dias de férias. Além disso, era a estréia do Campeonato Paulista, o qual, conforme muito bem lembrado pelo Bola , não merece muita atenção.

.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

LOST IS BACK!

Parece que, originalmente, a posse de Barack Obama estava prevista para a quarta-feira, dia 21 de janeiro. Mas a data teve que ser alterada, pois coincidiria com a data da estréia da quinta temporada de "LOST", o que significaria que:

1) A competição pela audiência seria desleal – a série levaria grande vantagem e a posse do 44º presidente americano da história, o primeiro negro, passaria despercebida;

2) O próprio Obama não aceitaria perder a estréia da nova temporada da melhor série da TV americana – e usar o TiVo estava fora dos planos, pois ficaria defasado nas discussões sobre o episódio na manhã do dia seguinte.

Com isso, a posse foi antecipada para a terça-feira, dia 20.


OK, eu inventei tudo isso. Tudo, menos a parte de que "LOST" é a melhor série da TV americana. Pelo menos em minha opinião. Sou um fanático por séries (tanto que estou escrevendo sobre uma delas no meu blog onde falo basicamente de esportes) e só não acompanho mais séries por absoluta falta de tempo. Atualmente estou acompanhando 4 séries: “Lost”, “Heroes”, “Friday Night Lights” e “90210” (a versão 2008 de “Barrados no Baile”). A terceira temporada do excelente “Friday Night Lights” acabou na semana passada, a terceira temporada do curioso “Heroes” está interrompida entre o final de um volume e outro (a série, além de ser dividia em temporadas, é dividida também em volumes) e "90210" está na metade da primeira temporada (e a Sony está fazendo o favor de já estar reprisando alguns episódios). Nesse meio tempo, aproveitando um período de férias no final do ano, comecei a acompanhar as aventuras de Jack Bauer no ótimo ”24”, com alguns anos de atraso – já consumi em poucos dias as duas primeiras temporadas e estou para iniciar a terceira, enquanto nos EUA acabou de estrear a sétima.

Mas quando o assunto é “Lost”, todas as demais séries se tornam secundárias. A única que conseguiu dividir minhas atenções de forma quase 50/50 foi o magistral “The Wire”, da HBO (esse sim o favorito de Barack Obama), cuja quinta e última temporada se encerrou no início de 2008. Agora, sem concorrente do mesmo nível (que Jack Bauer e Sylar não leiam isso), “Lost” volta para a sua penúltima temporada. Mas o que faz de “Lost” esse fenômeno e por que eu a considero a melhor série da TV? Explico:

A idéia inicial de “Lost” pode não ser das mais originais: sobreviventes da queda de um avião se encontram presos em uma ilha aparentemente deserta e precisam se virar para sobreviver enquanto esperam pelo resgate. Cada episódio mescla a narrativa entre o dia-a-dia na ilha e flash-back’s dos principais personagens, mostrando como era a vida de cada um antes de entrar no vôo 815 da Oceanic, que iria de Sidney para Los Angeles. Esses flash-back’s (de um personagem específico em cada episódio) mostram até algumas relações existentes entre os personagens, sem que eles soubessem. Até aí, tudo normal. Mas coisas estranhas começam a acontecer na ilha, que parece não ser deserta como se esperava. E a partir daí, a série começa a tomar rumos que a tornam diferenciada.

**************************SPOILER ALERT****************************

A partir de agora, para quem nunca assistiu a série e pretende assistir, melhor não ler o que segue (voltem no final do “spoiler alert”), pois vou citar fatos das 4 primeiras temporadas que podem “estragar a surpresa”. Eu estou avisando! Corram seu próprio risco! Recomendo que leiam novamente o parágrafo anterior, corram até a locadora ou loja mais próxima (ou mesmo ao seu programa de download favorito) obtenha e assista apenas aos primeiros 5 ou 6 episódios – você não vai conseguir parar.

Voltando à série: os sobreviventes começam a perceber as tais coisas estranhas acontecendo e a exploração da ilha leva a algumas situações novas, como o encontro com um urso polar (vivo!), a descoberta de estações científicas arcaicas (final da primeira temporada), um monstro misterioso que causa estragos por onde passa e até mesmo uma população de nativos hostis, batizados de “os Outros” (do meio para o final da segunda temporada).

Até o final da terceira temporada todo mundo ainda esperava que a série continuaria na disputa entre os sobreviventes e os “outros”, até que um dia o resgate finalmente chegaria. Mas então veio último episódio da terceira temporada. Na minha opinião o melhor episódio de qualquer série que eu já assisti até hoje.

***************************************************************
MEGA-SPOILER ALERT – SÉRIO, NÃO DIGAM QUE EU NÃO AVISEI!
***************************************************************

Nesse episódio, o flash back se mostrou, no final, se tratar de um flash-foward, ou seja, os personagens se encontravam no futuro, já fora da ilha. Depois de recolher meu queixo do chão, assisti ao episódio outras 2 vezes, mal conseguindo acreditar. A partir daí, tudo mudou, quando ficou claro que o principal personagem da série não eram os sobreviventes, mas sim a própria ilha. A quarta temporada, agora cheia de flash-foward’s, começa a preparar o terreno para o que realmente a série trata: uma disputa pelo controle da ilha, que tem características especiais – pessoas com câncer que caíram lá deixaram de apresentar os sintomas da doença, mulheres que engravidam na ilha morrem durante a gravidez, a própria ilha causou a queda do avião por um fenômeno eletromagnético, um paraplégico voltou a andar após o acidente, entre muitas outras coisas. Ao final da quarta temporada, sabemos como alguns dos sobreviventes foram resgatados, enquanto outros ficaram na ilha. E a ilha, por sua vez, desaparece (ou "é movida"), numa tentativa do líder dos “outros” de preservá-la das buscas. E os sobreviventes que se encontram fora da ilha, agora com vidas complicadas, começam a perceber que precisam retornar à ilha para “salvá-la”.

E a quinta temporada deve se concentrar em como eles tentarão retornar à ilha e o que aconteceu com ela após ser movida, além de como seguirá a disputa pelo seu controle.

******************** FIM DO SPOILER ALERT ************************

Para quem pulou o “spoiler alert”, só posso dizer o seguinte: “Lost” vai muito além do conceito “sobreviventes numa ilha a espera do resgate”, envolve (boas) histórias que se misturam e trazem mais significado à série – muitos dos personagens estavam realmente “perdidos” (moralmente, dando mais sentido ao título da série) antes do acidente e a experiência na ilha seria nada mais que uma redescoberta de cada um; O episódio final da terceira temporada é o melhor episódio de qualquer série que eu vi até hoje – precisei recolher meu queixo do chão ao final e assistir de novo para acreditar no que tinha visto; E, mesmo que muitos mistérios demorem a ser explicados (e nem sempre são) – o maior argumento dos críticos de “Lost” é o fato de que são criados muitos mistérios e são fornecidas poucas explicações – quem entende o conceito maior da série não sente tanta falta de tais explicações.

Outra coisa que diferencia “Lost” da maioria das séries, é que já foi criada com previsão de quando acabaria – seriam 6 temporadas no total e os criadores desde o começo declaram que já desenharam todos os acontecimentos de cada uma das temporadas, ao contrário do que a maioria das outras séries – com outra exceção em "The Wire" -, que tomam rumos diferentes em função da audiência, incluindo alterações de roteiro e do número de temporadas.

Fica complicado comentar em um post todos os fatores que fazem com que “Lost” seja tão atraente e viciante sem entregar segredos e surpresas da série. Cada personagem por si é uma história complexa, com destaque para John Locke, Benjamin Linus e Desmond, entre outros. De novo, recomendo que corram à locadora ou loja mais próxima e comecem a primeira temporada. Podem me cobrar depois. E para aqueles que estão atualizados até o final da quarta temporada, nesta quarta-feira a espera acaba e a aventura continua. E é bom ter Evangeline Lilly (foto) de volta em nossas vidas...

.

PITTSBURGH RUMO AO RECORDE

Os Pittsburgh Steelers são os maiores vencedores da história da NFL, ao lado dos Dallas Cowboys e dos San Francisco 49ers, cada um com 5 títulos do Super Bowl. No próximo dia 1º de fevereiro, em Tampa, os Steelers terão a chance de conquistar o sexto título e se isolarem na liderança do total de conquistas (em outras palavras, serão o único hexa, como o São Paulo).

A vaga no Super Bowl XLIII veio com a vitória sobre os Baltimore Ravens, por 23x14. Os Ravens fizeram o mesmo jogo que fizeram contra os Tennessee Titans na semana anterior: poucas opções ofensivas, pouco sucesso nas campanhas e tentaram segurar o jogo com a forte defesa. A pontuação foi quase a mesma (13 pontos na semana passada e 14 agora). A diferença foi que o adversário, dessa vez, não cometeu turnovers: enquanto os Titans cometeram 3 turnovers dentro da red zone (20 jardas próximas à end zone) e desperdiçaram chances reais de pontuar,os Steelers cuidaram melhor da bola e controlaram o jogo desde o começo – abriram 13x00 e depois 16x07, sofreram uma reação, quando lideraram por apenas 2 pontos (16x14), mas conseguiram mais um TD no final do jogo numa interceptação do Troy Polamalu. Se os Titans não tivessem cometido tantos erros, e se talvez o RB Cris Johnson não tivesse se machucado, o jogo de ontem seria entre os 2 melhores times da AFC (ainda acho que os Titans são o melhor time da NFL) e, principalmente, eu não teria feito 0-4 nos palpites.

Mas, ao vencedor as batatas. E os Steelers seguem em busca do recorde de títulos do Super Bowl, que será um jogo do ataque mais legal de se assistir (os Cardinals), contra a melhor defesa da liga (os Steelers). Apesar de torcer para a vitória dos Cardinals, primeiro porque Kurt Warner merece, segundo porque ver as recepções incríveis do Larry Fitzgerald é espetacular e terceiro porque os Steelers não passariam os 49ers no número de títulos, acredito que a defesa de Pittsburgh vai conseguir neutralizar o ataque de Arizona, assim como os Eagles conseguiram ontem, quando reagiram e chegaram a virar o placar, marcando 19 pontos seguidos. E o time mais completo, que conta com Troy Polamalu, Big Ben Roethlisberger, Santonio Holmes e Hines Ward sairá campeão. Mas, considerando tudo o que já aconteceu até agora, nada me surpreenderá, lembrando que a filha de Kurt Warner já deve até ter escolhido o nome do cãozinho que vai ganhar no caso de vitória do pai.

.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

KURT WARNER E A PERSISTÊNCIA

Kurt Warner tem uma carreira mais do que curiosa e não deixa de ser um exemplo de perseverança: assinou com o Green Bay Packers em 1994 sem ter passado pelo draft, mas foi dispensado logo depois. Depois disso, chegou a trabalhar como empacotador de supermercado até conseguir entrar para a Arena Football League (AFL), onde jogou de 1995 a 1997, quando teve uma nova chance na NFL, assinando com o St. Louis Rams. Mas não conseguiu a vaga no time em 1998 – foi enviado para a NFL Europe, onde jogou um ano pelo Amsterdam Admirals. Em 1999, finalmente conseguiu a vaga nos Rams devido à contusão do então quarterback titular, Trent Green. E explodiu de uma forma sem precedentes, chegando a ser eleito o MVP da temporada e conduzindo os Rams ao título do Super Bowl, quando também foi eleito o MVP da partida final. Voltou a ser eleito MVP da liga em 2001, quando voltou ao Super Bowl, mas perdeu para o New England Patriots (na época uma zebra) do então novato Tom Brady. Me lembro muito bem da entrevista de Kurt Warner após a derrota. Ele não se mostrava abalado, reconheceu o mérito do adversário e disse com convicção: “sei que vou voltar a disputar o Super Bowl”.

Mas as coisas começaram a complicar para ele: no ano seguinte seu rendimento caiu, passou por algumas contusões e perdeu a vaga no time. Dispensado no início de 2004, assinou com os Giants. Em NY também não conseguiu se firmar, sendo substituído pelo calouro Eli Manning.

Foi transferido para o Arizona Cardinals, onde também iniciou com dificuldades (contusões e irregularidades) , disputando a posição com mais um novato: Matt Leinart. Todos achavam, que sua carreira rumava ao final, quando voltou a firmar. Fez uma temporada muito boa em 2007 e se voltou a ser o titular.

Em 2008, aos 37 anos, está fazendo história, cumprindo o que disse após a derrota do Super Bowl XXXVI: está de volta ao Super Bowl. O Arizona Cardinals, um dos times mais antigos da liga, que já foi sediado anteriormente em St Louis e Chicago, era o único time da NFC que não havia chegado à final da conferência até hoje. Há 10 anos fora dos playoffs, venceu a NFC West, divisão mais fraca da liga e se classificou com a medíocre campanha de 9 vitórias e 7 derrotas. Ninguém apostava nas chances do time na pós-temporada, mas venceram o Atlanta Falcons no Wild Card, os favoritos Carolina Panthers no Divisional Weekend e ontem passaram pelos Philadelphia Ealgles na final da NFC.

E foi um jogaço. Os Cardinals começaram arrasadores no primeiro tempo, com a combinação Kurt Warner e Larry Fitzgerald, seguramente o melhor Wild Receiver da NFL, que levou a 3 touch downs e a liderança por 24x06 no intervalo. Mas no segundo tempo os Eagles reagiram, acertando a defesa e com Donovan McNabb comandando o ataque numa reação espetacular, virando para 25x24. Mas Kurt Warner ainda tinha bala na agulha e comandou a campanha final, que terminou com um TD de Tim Hightower a pouco mais de 2 minutos do final para dar os números finais ao placar (32x25) e a vaga no Super Bowl.

E Kurt Warner está de volta ao Super Bowl, com mais uma história curiosa (achei que era invenção quando li na coluna de sexta-feira do Bill Simmons, mas ontem vi e ouvi o técnico dos Cardinals confirmando a história): embalado pelo discurso de Barack Obama no dia da eleição, quando o presidente eleito disse que havia prometido um cãozinho às filhas caso se mudassem para a Casa Branca, ele fez o mesmo – antes do início dos playoffs prometeu um cãozinho à filha caso vencesse o Super Bowl. Obama está se mudando para a Casa Branca nesta semana. E para Kurt Warner, agora só falta mais um jogo.

.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

MUSEU DO FUTEBOL

Neste final de semana tive a oprtunidade de conhecer o Museu do Futebol, localizado no Estádio do Pacaembú, aqui em São Paulo. O único local parecido que conheci antes disso foi Hockey Hall of Fame, em Toronto e a nossa versão para o futebol não deixa absolutamente nada a desejar. Recomendo fortemente a visita!

Logo na entrada já há uma espécie de Hall da Fama para os jogadores mais importantes das Brasil - são 25 anjos barrocos, de Didi e Zizinho a Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo, passando por Zico, Gérson, Rivellino, Romário e, obviamente, Garrincha e Pelé, entre tantos outros. Projeções dos ídolos em telas mostram os craques vários momentos. Na sequência, um tributo a alguns grandes momentos do futebol, com a possibilidade de acompanhar narrações de rádio ou comentários sobre alguns vídeos de momentos históricos. Senti falta apenas de mais momentos do São Paulo - poderia ser o gol do Careca na final de 1986, por exemplo.

Entre um nível e outro do museu, passamos por um ambiente que homenageia a torcida. Telões gigantes nos fazem sentir num estádio lotado, em momentos de lamentação por um gol perdido ou euforia por um gol marcado. Após uma passagem pelo sala de origens do futebol brasileiro (exposição de fotos mega-antigas), chegamos à sala das Copas do Mundo, outro ponto alto da visita, no qual vale perder pelo menos uma hora sem o menor peso na consciência. As fotos que ilustram este post foram todas tiradas nesse setor. Para cada Copa do Mundo, um conjunto de painéis com fotos e vídeos com informações sobre o campeão, a seleção brasileira e outras coisas que aconteciam no mundo na mesma época (esportivas ou não). Nas fotos não-futebolísticas, fiquei impressionado com a foto de Éder Jofre quando conquistou um dos títulos mundiais - eu não fazia idéia do quão forte ele era, é impressionante!

Na sequência, mais dois conjuntos de painéis em homenagem aos dois maiores de todos: Pelé e Garrincha. Para terminar, uma passagem por uma série de vídeos em homenagem ao drible, aos goleiros, aos gols, emtre outras coisas e painéis com curiosidades do futebol, as regras do jogo e mais algumas informações históricas e curiosas. Antes da saída, ainda há uma exibição de um vídeo 3D do Ronaldinho Gaúcho e a possibilidade de bater um pênalti num goleiro virtual (a fila estava muito grande e achamos que não valia a pena encará-la).

Quase 3 horas de visita, acompanhado de meu pai e meus irmãos, numa tarde agradabilíssima. Costumamos criticar iniciativas de dirigentes esportivos brasileiros. Sem considerar eventuais "desvios" que possam ter acontecido (não tenho nenhuma informação a respeito), o resultado final foi excelente. Precisamos ter mais espaços assim por aqui. Muito se fala dos "Hall of Fame's" nos Estados Unidos e o Museu do Futebol mostra que podemos preservar nossa história de uma forma muito competente, incluindo bons recursos tecnológicos. Da mesma forma, não conheço os "museus" dos outros times de São Paulo, mas conheço o do São Paulo Futebol Clube, que não deixa nada a desejar, aliás muito pelo contrário, em relação ao badalado Museu do Boca Juniors. Obviamene pode ficar atrás dos museus de clubes europeus (ainda não conheço nenhum), mas tanto o Museu do Futebol no Pacaembú quanto o Museu do São Paulo Futebol Clube são exemplos de coisas desse tipo podem ser muito bem feitas por aqui.





.

FIASCO

Escrevi as minhas previsões para o Divisional Weekend na manhã da sexta-feira. Quando li a coluna do Bill Simmons na tarde da sexta, sabia que meus palpites estavam fadados ao fracasso - os palpites eram idênticos.

E foi o que aconteceu: ZERO-E-QUATRO nos meus palpites. A única análise correta foi a de que pelo menos um dos dois #1 não faria o Super Bowl. Os dois já caíram antes das finais de conferência.

No sábado à noite, foi tudo uma questão de turnovers. No primeiro jogo, os Titans dominaram o jogo, mas cometeram vários erros: o primeiro, inexplicável e no início do jogo, foi a decisão de ir para um 4th-and-8 quando podiam chutar um FG de mais ou menos 45 jardas. Não converteram e perderam a bola. Depois disso, ainda cometeram 3 turnovers dentro da red zone (2 interceptações e um fumble) e deixaram de pontuar. O ataque dos Ravens não fez basicamente nada, pressionado pela defesa dos Titans o tempo todo. Mas o rookie Joe Flacco conseguiu 2 passes importantes que resultaram em um TD e um FG e fez história tornando-se o primeiro QB rookie a ganhar 2 jogos de playoff. A defesa INSANA de Baltimore fez o resto do trabalho. Final, Baltimore 13, Tennessee 10.

Na sequência, conforme previsto, um massacre. Mas para o outro time. Enquanto Kurt Warner fazia uma festa com o WR Larry Fitzgerald (166 jardas), o QB dos Panthers Jake Delhomme lançava CINCO interceptações. Arizona 33, Carolina 13.

Nesse domingo, os Eagles foram ao Giants Stadium e eliminaram os atuais campeões do Super Bowl, num jogo sem nenhum grande destaque (23x11). No último jogo, os Steelers salvaram a honra dos mandantes e eliminaram os Chargers (35x24), com destaque para o RB Willie Parker (146 jardas corridas e 2 TD's) e se tornaram os grandes favoritos ao título.

Agora, para as finais de conferência, nem vou pensar muito ou pesquisar, já que claramente não adianta nada. Apesar da defesa INSANA dos Ravens, os ataque não vai conseguir levá-los ao Super Bowl contra o time mais completo que vi jogar, os Steelers - além da melhor defesa da liga, um ataque com muitas opções. Na final da NFC, os Cardinals dificilmente perdem em casa, mas os Eagles estão com mais cara de Super Bowl depois de tudo o que aconteceu ao longo do ano e a impressionante reação.

Portanto: Pittsburgh (com convicção) e Philadelphia (sem convicção).

.

sábado, 10 de janeiro de 2009

DIVISIONAL WEEKEND - PALPITES

Complementando o post de segunda-feira, agora um pouco mais convicto das previsões:

Antes, duas estatísticas:
1) Nos últimos 15 anos, os 4 times que jogaram em casa ganharam conjuntamente (que palavra horrível!) apenas em 1994, 2002 e 2004 (só 3 vezes nos últimos 15 anos)
2) Pensando na semana que vem, a última vez que os dois #1 das conferências fizeram o Super Bowl foi em 1993 (Dallas e Buffalo), ou seja, há 15 anos.

Com isso, não só temos uma probabilidade grande de ter um upset nessa semana, mas se os dois #1 passarem (Giants e Titans), a probabilidade de um deles perder em casa na final da conferência é maior ainda.

Dito isso, vamos lá:

- Carolina é uma barbada, por dois motivos principais: 1) é o melhor ataque dos 8 que sobraram - um baita RB (DeAngelo Williams) e um baita WR (Steve Smith) e 2) os jogadores do Arizona deram um banho de Gatorade no técnico POR TEREM VENCIDO UM JOGO DE WILD CARD, ou seja, pra eles mesmos já chegaram longe demais. Palpite: Carolina por mais de 14 pontos.

- NY Giants: apesar do que os Eagles fizeram com os Cowboys, antes disso jogaram em Washignton precisando ganhar e só marcaram 3 pontos. Além disso, ganhar em Minnesota com Tarvaris Jackson de QB não é dos maiores méritos, é mais ou menos o que o Grêmio fez com o Palmeiras no Palestra quando o Luxa escalou Martinez na zaga, Jumar e Evandro no meio e Denilson no ataque, e depois ainda tentou Lenny e Jorge Preá. Palpite: Giants por 7 pontos.

- Tennessee, no jogo mais equilibrado, mas por melhor que o QB dos Ravens (Joe Flaco) possa ser, é um rookie jogando fora de casa contra uma baita defesa (ao contrário dos Dolphins). E eu acho o técnico dos Titans muito bom (usa bigode e precisamos de um novo bigode, já que o Bill Cower faz falta). Palpite: Titans por menos de 7 pontos.

E como tenho que escolher um visitante (não vou fazer hedge de apostar nos 4 mandantes para fazer 3-1):
- San Diego x Pittsburgh: realmente escrevi que o Big Ben realmente pode fazer a diferença, mas só se estivesse recuperado, e voltar depois de uma concussão não é fácil. Quando jogaram durante a temporada, os Steelers venceram apertado (11x10, também em casa). LTD não deve jogar (Ewing Theory). E pra terminar, a sequência milagrosa dos Chargers, que se classificaram por milagre e depois tiraram os Colts, merece continuar (todo ano tem algo assim acontecendo). Eu tinha previsto que os Colts venceriam os Chargers E os Steelers. Mantenho que os Steelers vão perder. Palpite: Chargers por 3 pontos (o menor placar do final de semana).

.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

WILD CARD WEEKEND

Não fosse aquela conversão de 3rd-and-2 a pouco mais de 2 minutos do final do jogo entre Indianapolis Colts e San Diego Chargers, quando Payton Manning preferiu tentar um passe e foi derrubado a uma jarda da sua própria end-zone (foto ao lado), eu teria terminado o final de semana com acerto de 100%. Bastava concluir aquela jogada e deixar o tempo correr e garantir a vitória por 17x14. Depois do sack, os Colts tiveram que devolver a bola aos Chargers, que mesmo sem time-outs, conseguiram se posicionar em campo para o field goal de empate. Levaram o jogo para a prorrogação, ganharam o cara-e-coroa, saíram com a bola e venceram com um touch-down. Placar final: Chargers 23, Colts 17.

Os Chargers foram melhores o jogo todo, mas sofreram com os 2 turnovers - 2 fumbles na entrada da end zone dos Colts - e não conseguiam assumir a liderança no placar. Peyton Manning, o MVP da temporada, manteve a escrita e não conseguir jogar bem contra a defesa 3-4 dos Chargers (3 na linha defensiva e 4 linebackers) e seu retrospecto contra esse tipo de defesa nos playoffs agora é 1-6. Vale destacar também o punter Mike Scifres dos Chargers, que colocou 5 punts dentro da marca de 10 jardas dos Colts, o que significava que Peyton Manning jogou pressionado o tempo todo. E, sem contar com LaDainian Tomlinson em boas condições devido a uma contusão, San Diego teve como compesação a baita atuação do running back reserva Darren Sproles correu mais de 100 jardas. Há 5 semanas, a temporada dos Chargers parecia acabada, quando eles estavam com 4 vitórias e 8 derrotas e precisavam de um milagre para chegar aos playoffs. Conseguiram o milagre: 4 vitórias seguidas e 3 derrotas dos Denver Broncos nos últimos 4 jogos, chegam aos playoffs e eliminam os favoritos Colts, que vinham de 9 vitórias seguidas e com o MVP da temporada. Agora, vão para Pittsburgh enfrentar os Steelers e, se o QB Ben Roethlisberger não se recuperar da contusão que tem e não jogar, os Chargers passarão a ter a chance inacreditável de chegar à final da AFC. Se Big Ben jogar, acredito que os Steelers passam sem muitos problemas.

Na última rodada da temporada regular quem também precisava de um milagre eram os Philadelphia Eagles: além de precisar vencer os Dallas Cowboys (o que fizeram com propriedade - 44x6), precisavam contar com derrotas dos Bears e dos Bucs. A derrota dos Bears em Houston até que foi normal, mas a derrota dos Bucs para os Raiders em Tampa foi uma das maiores surpresas da temporada. Os Eagles, que atravessaram uma crise após o empate com os Bengals na semana 11 (jogo que teve um dos momentos mais patéticos da temporada, quando Donovan Mcnabb afirmou que não sabia que o jogo poderia terminar empatado) e a derrota humilhante em Baltimore na semana 12, que culminou com a colocação de McNabb no banco, se recuperaram, conseguiram a vaga e agora há pouco venceram os Vikings em Minnesota por 26x14 e se classificaram para enfrentar os Giants em NY na semana que vem, naquele que promete ser o melhor jogo do Divisional Weekend. De todos os times que se classificaram nessa semana, acredito que os Eagles são aqueles que têm mais chances de provocar uma surpresa na próxima semama.

Ontem, os Atlanta Falcons foram jogar em Arizona com técnico e QB novatos, contra o experiente time dos Cardinals, que dificilmente perde em casa. Dessa vez eu acertei na previsão: Matt Ryan não teve uma noite das melhores, sofreu algumas interceptações e os experientes Kurt Warner (QB) e Edgerring James (RB) conduziram os cardinals à vitória por 30x24. Mas agora vão jogar em Carolina e não terão a menor chance - considero a maior barbada da próxima semana.

No único jogo que eu não assisti, mas que era a maior barbada do final de semana, os Baltimore Ravens venceram os Miami Dolphins com facilidade: 27x9 e agora vão a Tennessee enfrentar os Titans num jogo equilibradíssimo das 2 melhores defesas da NFL. Ainda considero os Tintas favoritos, mas num jogo com um placar provavelmente baixo e apertado.

Três acertos em quatro jogos - nada mal.

Para terminar, gostaria de comentar sobre algumas punições que vêm sendo aplicadas para algumas comemorações dos touch downs - comemorações excessivas ou "ensaidas" passaram a ser punidas nessa temporada. Confesso que não entendo a razão disso. Se for ofensiva ou desrespeitosa ao adversário, vá lá, mas quando não é o caso, não faz sentido. Para piorar, as comemorações que os jogadores dos Green Bay Packers costumam fazer no Lambeau Field, se jogando na torcida após os TD's, não sofrem a mesma punição, o que é correto, mas mostram que o critério é ridículo, pois mais não existe comemoração mais "ensaiada" do que essa (parece que até tem nome). É tão ridículo quanto dar cartão amarelo para um jogador de futebol que comemora demais depois de um gol... ora, se demorou muito comemorando, que seja acrescentado mais 1 ou 2 minutos ao final do jogo. Se o jogador levantou a camisa, coisa que mexe com a questão de esconder a imagem do patrocinador no momento mais importante, que seja multado pelo clube, que é quem pode se considerar prejudicado, mas não advertido pelo árbitro.

Na semana que vem os 4 jogos do Divisional Weekend serão transmitidos pela TV, sendo os dois da AFC pela ESPN e os dois da NFC pela Bandsports. Prato cheio.

.

sábado, 3 de janeiro de 2009

LET ME TELL YOU A STORY

Enquanto passava a última semana no litoral sul da Bahia (ao lado a belíssima Praia do Espelho, em Curuípe) para a virada do ano e tentando, entre outras coisas, perder um pouco da "cor de palmito", li o excelente "Let Me Tell You a Story - A Lifetime in the Game", de John Feinstein e Red Auerbach, este último o legendário técnico dos Boston Celtics nos anos 50 e 60, nove vezes campeão da NBA (recorde empatado por Phil Jackson em 2002), sendo 8 títulos consecutivos (1957 e 1959-1966). O livro foi escrito a partir das histórias contadas pelo próprio Red em almoços semanais para os quais um seleto grupo era convidado, sempre às terças-feiras, em um restaurante chinês chamado China Doll em Washington. John Feinstein tornou-se um dos convidados frequentes e lançou o livro em 2004.

O livro pode ser considerado, além de uma biografia de Red, um tributo àquele que provavelmente é a pessoa mais importante da história da NBA que não foi jogador. A leitura é deliciosa, considerando que grande parte traz as próprias narrativas de Red, contando histórias e emitindo opiniões sobre diversos temas dentro do basquete, tanto universitário, como profissional e até mesmo o olímpico. Além de técnico, foi General Manager do Boston Celtics entre 1967 e 1984, quando se tornou presidente da franquia.

Red Auerbach foi um daqueles que ajudou a lançar a primeira liga profissional de basquete dos Estados Unidos, que se tornaria a NBA. Foi o primeiro técnico a escalar 5 jogadores negros em quadra - e o fez não para demonstrar algo numa época em que ainda havia segregação racial, fez porque era o que lhe daria a "melhor chance para vencer". Era sempre sobre vencer. Assim ele construiu a dinastia dos Boston Celtics, time que assumiu em 1950 e só conquistou o primeiro título em 1957, quando conseguiu a peça que faltava para transformar o time em vencedor: Bill Russel. Aliás, a transação que tornou possível obter Bill Russel é uma história fantástica a parte: os Celtics tinham direito à terceira escolha no draft. Trocou de posição com o St Louis Hawks enviando 2 jogadores em troca: Ed Macauley e Cliff Hagan. Mas, para conseguir o número 1 do draft, que era de Rochester, deu em troca um semana de apresentação do grupo Ice Capades, cujo presidente era o dono dos Celtics. Anos depois, ao deixar o posto de técnico, lançou como substituto o primeiro técnico negro da história da NBA, o próprio Bill Russel.

E através da busca constante pelos melhores jogadores contruiu times vencedores atrás de times vencedores, contando até com um pouco de sorte ao obter Bob Cousy contra sua vontade. Mas foi o responsável por juntar Russel e Havlicek e, mais tarde, Larry Bird, Kevin McHale e Robert Parish. Dessa forma, foram 16 títulos entre 1957 a 1986 - isso mesmo, mais de 50% dos títulos nesse intervalo de 30 anos da NBA.

Até mesmo as histórias que contam como os Celtics judiavam dos Lakers nos anos 60, quando nem mesmo Wilt Chamberlain, o jogador mais dominante da história, não conseguia superar Bill Russel, são uma leitura prazerosa. Red Auerbach morreu em outubro de 2006, aos 89 anos. Deixou como marca registrada o charuto da vitória, que fumava orgulhoso após cada conquista (na época de técnico o fazia ainda no banco de reservas).

Para terminar, transcrevo abaixo o início do meu capítulo favorito do livro, quando Red fala dos técnicos do passado e do presente. A lição é muito simples: você pode ser o melhor técnico no mundo, mas sem os bons jogadores, não vai ganhar nada. Ele não venceria nada sem Russel ou Bird. Phil Jackson não venceria nada sem Jordan ou Shaq e Kobe.

"Coaches today drive me just a little bit crazy. When I hear one of them say after a game that he's going to have a look at the film to figure out what happened, I bust out laughing. I mean, who do they think they're kidding? You lose a game, you know exactly why you lost the game. You know who screwed up, and if you don't, you shouldn't be coaching in the first place. When I coached, we didn't have film or tape or anything like that. You think I didn't know who could play and who couldn't play? These guys today want you to believe that what they're doing is some kind of science. Coaching is simple: you need good players who are good people. You have that, you win. You don't have that, you can be the greatest coach who ever lived and you aren't going to win".
.

NFL PLAYOFFS

Patético. Ridículo. Constrangido. É como me senti ao reler as minhas previsões de metade da temporada da NFL. Dos 11 times que eu indiquei como então futuros classificados para os playoffs (não cheguei a indicar o 6º da AFC), tive a proeza de acertar apenas 4, dos quais 3 óbvios (NY Giants, Tennessee Titans e Arizona Cardinals) e um mais do que provável (Pittsburgh Steelers). Só não fico tão chateado porque 1) Foram meros palpites e 2) as previsões do Bill Simmons foram tão ou mais patéticas (5 de 12) - e ele ganha para isso.

Pra começar, de onde veio a reação do Miami Dolphins? O pior time da temporada passada (1-15) apresentou uma das maiores reviravoltas da história e venceu a AFC East, deixando Patriots, Bills (minhas apostas) e os Jets de Brett Favre de fora dos playoffs. Os Denver Broncos conseguiram perder a AFC West após estar precisando de uma vitória nos últimos 3 jogos - perderam todos - enquanto os San Diego Charges venceram os últimos quatro jogos para conquistar a divisão com uma campanha pífia de 8-8. Aliás, um time com campanha 8-8 (Chargers) se classificou enquanto um time com campanha 11-5 (Patriots) ficou de fora. Esse excelente texto mostra que está na hora de rever o sistema de classificação dos playoffs. Completaram a classificação o Indianapolis Colts (12-4), com uma arrancada de 9 vitórias seguidas após inicar com 3 vitórias e 4 derrotas e o Baltimore Ravens (11-5).

Na NFC East, previ que além dos Giants, se classificariam Cowboys e Redskins. Adivinhem o que aconteceu? Os Phialadelphia Eagles se recuperaram após o jogo contra os Ravens, quando o técnico Andy Reid mandou o astro Donovan McNabb para o banco. Após esse jogo, o QB voltou a jogar bem e consiguiram a vaga de Wild Card com uma campanha de 9-6-1 (um empate) e deixaram Dallas e Washington de fora. Na NFC North, os Minnesota Vikings venceram a divisão mais equilibrada, deixando Green Bay e Chicago para trás. E na NFC South os Tampa Bay Buccaneers colapsaram e foram ultrapassados pelos Carolina Panthers e Atlanta Falcons. Em outras palavras, tudo ao contrário do que eu havia previsto. Somente a previsível NFC West se manteve conforme era esperado, com o Arizona Cardinals vencendo com 9-7.

A classificação final pode ser vista aqui.

Como assuntos extras, vale mencionar a campanha do Detroit Lions, o primeiro time a terminar a temporada com 16 derroras e nenhuma vitória e o título de MVP para Payton Manning (terceiro da carreira, empatando o recorde de Brett Favre).

Como palpiteiro que é palpiteiro nunca se dá por vencido, vamos às minha previsões para os playoffs:

AFC

Bye: Tennessee Titans e Pittsburgh Steelers

Wild Card: os visitantes são favoritos - e acho que vão vencer: os Colts vencem os Chargers em San Diego e os Ravens vencem os Dolphins em Miami.

Divisional: Colts vencem os Steelers em Pittsburgh, continuando a sequência de vitórias, e o Titans vencem os Ravens em casa.

AFC Championship: Tennessee Titans vencem os Indianapolis Colts.

NFC

Bye: NY Giants e Carolina Panthers

Wild Card: os Cardinals vencem os Falcons em casa e os Eagles vencem os Vikings em Minnesota.

Divisional: duas lavadas dos favoritos - Giants e Panthers vencem com facilidade quem quer que saia do Wild Card Weekend.

NFC Championship: Carolina Panthers venvem os NY Giants, completando as derrotas dos irmãos Manning no Championship Sunday, acabando com essa história de "2 Mannings, 1 Cup" e com os sonhos dos produtores de TV com um Super Bowl entre Giants e Colts para termos um Super Bowl com muito menos atrativo - assim como aconteceu na Major League Baseball, quando todos esperavam a World Series entre Red Sox e Dodgers mas tiveram que se contentar com Philadelphia e Tampa Bay. Além disso, nunca temos um Super Bowl com os dois #1 e acho que não vai ser dessa vez.

Super Bowl: Tennesse Titans vencem os Carolina Panthers, 24-20.

Ou então, tudo exatamente ao contrário do que escrevi, o que é mais provável. Não ficarei surpreso se, ao invés de Titans e Panthers, Giants, Colts ou Steelers estiveram em Tampa para o grande jogo. Só ficarei surpreso se algum time fora desses 5 chegar lá.

.