domingo, 15 de agosto de 2010

The Dream Team

Vídeo de introdução do Dream Team ao Hall da Fama do Basquete. Homenagem ao maior time de qualquer esporte coletivo que já existiu. Histórico.


Muito mais que o escudeiro de Michael Jordan

Há alguns anos eu e um grupo de amigos fizemos nossas próprias listas do nosso “dream team” da NBA, considerando apenas os jogadores que havíamos visto jogar. Na minha lista de 12 jogadores eu reservei um lugar para Scottie Pippen, o eterno companheiro de Michael Jordan no Chicago Bulls. Muitos dos outros, que também faziam suas listas, diziam que Pippen devia tudo o que tinha ao Michael Jordan e que, sem ele, teria uma carreira apenas regular.

(Antes que alguém me pergunte, minha lista de 12 jogadores, devidamente atualizada: Primeiro time: Magic Johnson, Michael Jordan, Larry Bird, Tim Duncan, Shaquile O’Neal. Segundo time: Isiah Thomas, Kobe Bryant, Lebron James, Karl Malone, Hakeem Olajuwon. Para completar os doze: Scottie Pippen e Reggie Miller.)

Nessa semana, Pippen foi introduzido, de forma mais que merecida, no Hall da Fama do basquete. Dentre os Small Forwards que vi jogar, ele só fica atrás de Larry Bird e Lebron James, na frente de James Worthy e Dominique Wilkens. Na história? Seguramente um dos dez melhores, considerando que nomes como Julius “Dr. J” Erving, Bernard King, Rick Berry e John Havlicek seguramente entrariam na conversa.

Pippen foi um ala de 2,03m que podia jogar de Point Guard sem nenhum problema. Tinha a capacidade de parar o melhor jogador adversário na defesa (poucos se lembram que a série final de 1991 virou em favor dos Bulls a partir do momento em que Pippen assumiu para si a responsabilidade por marcar Magic Johnson). Uma máquina de roubar bolas, puxar contra-ataques e até mesmo um excelente arremessador de três pontos.

Ainda não convenci ninguém? Então vamos aos fatos:

• Nomeado um dos 50 maiores jogadores de todos os tempos em 1997;

• Participou 7 vezes do All Star Game, sendo 6 como titular (MVP do jogo em 1994);

• 3 vezes All-NBA First Team (primeiro time na seleção do campeonato);

• 8 vezes NBA All-Defensive First Time (primeiro time na seleção dos melhores marcadores);

• Terceiro jogador em número de jogos de playoffs, atrás de Kareem Abdul-Jabbar e Robert Horry;

• Único jogador a ganhar a medalha de ouro olímpica e o campeonato da NBA no mesmo ano DUAS VEZES (1992 e 1996);

• Participou do Dream Team original de 1992, nos jogos Olímpicos de Barcelona.

• No primeiro ano em que jogou sem Michael Jordan (na primeira aposentadoria, em 1994), conduziu o time a 55 vitórias e foi o terceiro colocado na eleição de MVP (atrás de de Hakeem Olajuwon e David Robinson).

• É o ala que tem mais assistências (6.135) e roubadas de bola (2.307) na história da NBA.

Para finalizar, recomendo três excelentes textos sobre Scottie Pippen:

Estamos falando de um dos jogadores mais completos da história do basquete. Dizem que foi Michael Jordan quem fez a carreira de Scottie Pippen. Eu digo que, sem Pippen , MJ jamais teria conquistado seus seis títulos.


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Muito obrigado por nada...

Após a desclassificação da Libertadores de 2009 e a demissão do técnico Muricy Ramalho, escrevi um longo texto sobre o São Paulo. Não concordava com a demissão do Muricy, que havia conquistados 3 títulos nacionais consecutivamente. Ele fora demitido após mais uma desclassificação na Libertadores, a quarta consecutiva, e a diretoria entendia que seu ciclo no clube havia chagado ao fim e que sua liderança estava desgastada com muitos jogadores. Que estava na hora de mudar. E muitos sãopaulinos conhecidos meus concordavam com isso.

Hoje, pouco mais de 13 meses depois, estamos exatamente na mesma situação: mais uma desclassificação na Libertadores (agora na semifinal para o Internacional) e na segunda parte da tabela de classificação no campeonato brasileiro. E, mais uma vez, sem técnico. A aposta Ricardo Gomes se mostrou um completo fiasco e o mesmo não teve seu contrato renovado. Ele chegou a ter um bom momento no Campeonato Brasileiro do ano passado, quando o time deu mais uma arrancada e chegou a liderar o campeonato a quatro rodadas do final. Parecia que histórico tetra aconteceria. Mas derrotas para o Botafogo e para o Goiás (ambas de virada) acabaram com as nossas chances – quando Muricy deixaria o time tomar as duas viradas como aquelas?

O começo de 2010 foi desesperador: derrotas em todos os clássicos, atuações pífias, insistência com jogadores que deveriam ter sido mandados embora há tempos (leia-se Richarlysson e Dagoberto). Antes dos jogos contra o Cruzeiro cheguei a escrever um texto falando de cada jogador. Na sequência tivemos a única atuação digna do ano, no Mineirão, contra o Cruzeiro. Veio a parada para a Copa do Mundo e o nosso agora ex-técnico teve a proeza de piorar o time com 40 dias de treino. Qual a chance de isso acontecer com o Muricy? Chegou ao ponto de, para manter Richarlysson no time, dessa vez como terceiro zagueiro pela esquerda, deslocou o excelente Miranda para a direita, quando até o meu cachorro sabe que o lugar dele era... na esquerda! Minha cabeça dói.

Contra o Internacional, montou o time de forma covarde no primeiro jogo (esqueceu da regra do gol fora de casa?) e no segundo jogo, para manter Dagoberto, teve que recuar o Fernandão para a armação. Resultado: o técnico do Inter, Celso Roth, nomeou o excelente volante Sandro para marcar Fernandão individualmente durante os 90 minutos e o nosso camisa 15 não conseguiu jogar. Sim, nosso ex-técnico tomou nó tático do Celso Roth!

Muito obrigado por nada, Ricardo Gomes!

O que mais preocupa é que as possibilidades de nomes para assumir o comando do time são, em geral, em técnicos novatos, com pouco tempo de carreira. Nomes como Silas, Wagner Mancini, Sérgio Soares, Leonardo, e até mesmo Dunga (meu Deus!) são mencionados. Não é disso que o São Paulo está precisando. Precisamos de alguém que assuma o comando, imponha respeito e faça o time jogar... imediatamente! Nada de experiências!

Enquanto isso, outros times se mexeram e foram buscar os técnicos que poderiam fazer alguma diferença. O Palmeiras conseguiu trazer o Felipão (agora só precisa montar o time). O Corinthians, que perdeu Mano Menezes para a Seleção Brasileira, fechou com Adilson Batista, que, apesar de ser da nova geração, fez ótimos trabalhos no Grêmio e no Cruzeiro e já é uma realidade. E o nosso bom e velho Muricy está na liderança do Campeonato Brasileiro, pelo Fluminense.

Se alguma renovação tem que ser feita, que seja no elenco. Que os jogadores de base voltem a ser aproveitados e que jogadores que estão jogando com o nome (especialmente os dois citados anteriormente, entre alguns outros) sejam dispensados.

E agora a Diretoria segue sem saber quem contratar para dirigir o time. O único nome de peso que vem na minha cabeça é Paulo Autuori, mas é muito caro para trazê-lo de volta do Oriente Médio. Chamem-me de viúva do Muricy, eu não me importo, mas a partir do momento da sua demissão, o time que se orgulhava de ser um exemplo de organização e planejamento voltou ao lugar comum.

(editado após a publicação original):

A opção da Diretoria foi efetivar o técnico das categorias de base, Sérgio Baresi, no time principal. É uma opção melhor do que trazer um nos "novatos" do mercado. Pelo menos já conhece os jogadores da base e como o clube funciona (se é que essa segunda coisa é uma vantagem). De repente, estamos inciando uma nova fase de reconstrução, como foi feito com Rojas em 2003, que resultou na grande mudança do elenco em 2004 e a montagem do time campeão da Libertadores e Mundial em 2005.

O peso do doping na história e nos recordes

Há cerca de duas semanas o terceira-base dos Yankees, Alex Rodriguez, tornou-se o jogador mais jovem a atingir a marca de 600 home runs na carreira. É um feito e tanto, sem dúvida. Mas a grande discussão que vem por trás disso é como esse feito deve ser considerado na história a partir do momento em que é sabido que A-Rod utilizou as famosas PED (Performance Enhancing Drugs), ou simplesmente doping, nos anos em que atuou pelo Texas Rangers, no início da última década (fato confessado pelo próprio após uma revelação da repórter Selena Roberts da revista Sports Illustrated).


A-Rod ainda tem 7 anos de contrato com os Yankees (ganha quase 30 milhões de dólares por temporada) e é o jogador mais cotado para bater o recorde histórico de Home Runs da carreira, que pertence atualmente a Barry Bonds (762 HR’s). Bonds, por sua vez, também já foi acusado do uso de doping e tem também o recorde de HR’s em uma única temporada (73, em 2001). Ultrapassou a marca de 755 home runs (antigo recorde) de Hank Aaron em 2007.

Com tantos escândalos envolvendo doping, como considerar esses recordes? É suficiente colocar um asterisco e uma observação na frente dos números dos jogadores “sujos” (A-Rod, Bons, Mark McGwire, Sammy Sosa, etc)? O recorde de Bonds é válido? Uma eventual quebra de recorde por Alex Rodriguez será? E como fica a introdução desses nomes ao Hall da Fama (honra importantíssima no mundo do esporte norte-americano)?

Minhas opiniões: os recordes devem SIM ser colocados com um asterisco ao lado. Cada um valorize da forma que quiser – eu valorizo Hank Aaron mais do que Barry Bonds. Em relação ao Hall da Fama, onde as votações dos últimos anos mostram uma tendência de não permitir a inclusão desses nomes, sou a favor da inclusão dos nomes, mas também com a observação clara do que aconteceu na carreira dos mesmos, afinal o Hall da Fama é, acima de tudo, um museu onde a história do esporte está representada. E não podemos deixar 762 home runs de lado...