sexta-feira, 25 de setembro de 2009

FINALIZANDO SOBRE O US OPEN

É realmente complicado manter um blog e escrever regularmente durante uma viagem de várias paradas. Mas devo fazer os comentários finais sobre o US OPEN antes de mudar o assunto principal dos posts.

Antes de mais nada, assistir a um Grand Slam in loco é uma experiência fantástica. Recomendo fortemente para quem tiver essa oportunidade. Obviamente, não pode ser comparada a assistir aos Jogos Olímpicos, mas guardadas as devidas proporções, o clima esportivo e de competição é muito semelhante. O Billie Jean King National Tennis Center é um complexo que, além de conter as quadras e os estádios, possibilita passar um dia agradável com as opções de refeição, compras e até mesmo um pouco de entretenimento nos stands dos patrocinadores. Durante o dia 12, quando choveu praticamente o dia todo, eu e meus amigos ficamos horas no stand da Heineken jogando Wii enquanto esperávamos pelo final da chuva e os jogos das semifinais femininas. Pessoas compravam um ingresso especial que dava apenas acesso ao complexo, mas não ao Artur Ashe Stadium, apenas para circular e curtir o evento. E, gostem ou não, não dá pra não dizer que os americanos sabem organizar um evento.

Sobre o torneio propriamente dito, não vou negar que a derrota de Roger Federer na final tenha sido um pouco decepcionante. Posso dizer que hoje tenho 3 grandes ídolos no esporte, considerando apenas atletas em atividade: Kobe Bryant, Rogério Ceni e Roger Federer. Obviamente já vi o goleiro e capitão tricolor atuar dezenas, centenas de vezes. Consegui ver Kobe jogando em Pequim. Faltava Federer. E, mesmo perdendo a final (volto a ela daqui a pouco), ele possibilitou momentos inesquecíveis para esse fanático por esporte. Já escrevi sobre o jogo das quartas-de-final, contra Robin Soderling, uma noite que se tornou memorável ao conseguirmos nos “infiltrar” no courtside. O que dizer então da aula de tênis que presenciamos na semifinal contra Novak Djokovic (meu segundo tenista favorito)? Foi uma atuação que beirou a perfeição. Na verdade, pode ter ido além disso. Nas palavaras do próprio Djokovic: “I don’t think that anyone can reach perfection playing tennis... you know, unless you’re Roger Federer” (“Eu não acho que alguém possa atingir a perfeição jogando tênis, sabe, a não ser que você seja Roger Federer”). O já histórico penúltimo lance do jogo, quando Federer tomou um lobby e conseguiu uma winner de costas por entre as pernas para chegar ao match point, foi a cereja do bolo de uma atuação impecável. As reações do Djoko, em certo momento do jogo, passaram a ser as mesmas de Soderling no jogo anterior. Sua expressão dizia algo como “de que adianta eu estar jogando muito, se jogar muito não é suficiente para vencer esse cara?”. Na transmissão oficial (recebíamos um tipo de rádio para ouvi-la), durante o terceiro set o narrador da CBS disse: “The way Djokovic is playing is enough to beat anyone on the tour, BUT this guy in red” (“A forma como Djokovic está jogando é suficiente para vencer qualquer jogador do circuito, menos esse cara de vermelho”).

E veio a final contra o argentino Juan Martin Del Potro, que havia eliminado Rafael Nadal sem dó nenhuma (6-2, 6-2, 6-2). Começa o jogo e parecia que realmente assistiríamos ao décimo-sexto título de grand slam do suíço. Fez 6-3 no primeiro set e estava sacando com 5-4 e 30-0 no final do segundo set. Del Potro jamais havia virado um jogo no qual perdia por 2 sets a 0 em sua carreira. Numa marcação de bola fora, desafiada pelo argentino e revertida na verificação eletrônica, Federer perdeu o controle – ele não é um robô! – e questionou o computador. Acabou perdendo o game e o set no tie-break. Ainda conseguiu vencer o terceiro set, mas seu primeiro saque parou de entrar (o aproveitamento ficou próximo dos 50%, o que é muito pouco) e, tendo que contar a maioria das vezes com o segundo saque, passou a tomar pancada atrás de pancada de um jogador de 1,95m de altura, com cada vez mais confiança, que conseguiu contagiar grande parte do público e fez o que parecia impossível: vencer o maior vencedor de grand slams da história na quadra onde ele estava invicto por 40 jogos. E de forma merecida. Para esse fã do suíço, foi tenso, foi relativamente decepcionante, mas não deixou de ser histórico. Coisas que só o esporte pode proporcionar.

Agora a Argentina, que está passando sufoco nas eliminatórias para a Copa de 2010, tem um novo herói nacional. Mas esse fã aqui ficou mais do que realizado por ter presenciado aquele que pode ser considerado o melhor da história em sua modalidade e seguramente o melhor atleta do mundo nessa década. E foi mundo bom também perceber que Roger Federer é um atleta que pode errar e que pode ter altos e baixos. Um dos melhores momentos que presenciei em Flushing Meadows ocorreu na manhã do dia 14, poucas horas antes do jogo final: nas quadras de aquecimento estavam treinando os dois finalistas. Del Potro estava na segunda quadra, ou seja, a cerca de 15 ou 20 metros de onde estávamos. Foi quando percebemos o quão grande ele é. E lá na última quadra (eram umas 7 ou 8 no total) estava treinando Federer. Havia uma quadra com arquibancada ao lado dessa última e fui até lá para tentar uma visão melhor. Havia uma barreira que impossibilitava que a maioria as pessoas pudesse ter qualquer ângulo de visão da quadra de aquecimento, mas felizmente sou alto e com um apoio aqui, outro ali, e consegui uma visão bem de frente. Federer terminava de treinar alguns saques e sentou para descansar e se hidratar ficou ali, ao lado do técnico, longe de todo mundo em silêncio, apenas contemplando as quadras à sua frente. Sem holofotes, sem gritaria, sem pressão. Apenas um cara se preparando para fazer o que faz melhor. E humano.

.

sábado, 19 de setembro de 2009

MUSA

Que bom que fiquei para assistir à semifinal feminina entre a dinamarquesa Caroline Wozniacki e a belga Yanina Wickmayer. A outra semifinal era mais atrativa, tecnicamente falando (Serena Williams x Kim Clijters), mas essa aqui era MUITO mais atraente, ainda mais com a possibilidade de assistir da primeira fila. As imagens poderão falar mais que quaisquer palavras:















(agradecimentos especiais ao meu novo amigo Pedro Barelli que fez um sacrifício pelo time e tirou a última foto, perdendo a chance de aparecer na mesma foto que nossa nova musa).

.

O CASO SERENA

Antes da final masculina fui entrevistado pelo Tennis Channel dos Estados Unidos. O assunto era a punição a Serena Williams em função de sua atitude ao final do jogo semifinal contra Kim Clijsters. Após receber um "foot foul" em um saque que resultou numa dupla-falta e match point para a adversária, explodiu contra a fiscal de linha, com gritos impublicáveis e foi desqualificada. Eu não estava assistindo a esse jogo, preferi, por razões óbvias, assistir ao jogo da Caroline Wozniacki (a outra semifinal) no Louis Armstrong Stadium. Mas vi o vídeo no dia seguinte. Além da desqualificação, Serena recebeu uma multa de 10 mil dólares. Minha opinião? Ela deveria ser suspensa. Não da final de duplas, como defendido por alguns, mas sim do torneio de simples na próxima edição do US OPEN, em 2010. A repórter, na sequência, me perguntou se eu não achava que fazia falta alguns jogadores de atitude, citando o exemplo de John McEnroe. Respondi que não via problema nenhum em jogadores terem atitudes e estilo, desde que respeitassem certos limites, ou seja, sem desrespeitar um árbitro ou fiscal.

É verdade que os fiscais deixavam a desejar em alguns momentos. Basta rever a semifinal masculina entre Roger Federer e Novak Djokovic. O Djoko revertou todos os desafios que fez a algumas marcações e algumas delas chegavam a ser gritantes (bolas completamente em cima da linha cantadas como fora, por exemplo). Mas, na minha opinião, Serena ultrapassou os limites.

Se alguém tiver alguma opinião diferente, fique à vontade para comentar.

.

CELEBRIDADES E TIETAGEM NO US OPEN

Sei que estou atrasado com as postagens sobre o US OPEN, mas o ritmo da viagem não está permitindo parar para escrever com calma. Mas vou tentar recuperar, mesmo que o assunto tenha "passado", para não deixar de registrar a experiência. Para começar, algumas fotos com figuras conhecidas que encontrei em Flushing Meadows, mais as celebridades que compareceram aos jogos:



Caroline Wozniacki, a musa (logo após sua vitória na semifinal):




Billie Jean King, 4 vezes campeã do US Open e que simplesmente dá o nome ao complexo de Flushing Meadowns (Billie Jean King National Tennis Center):






Ivan Lendl, ex-número 1 do mundo (como o tempo passa, não?):


Pat Cash, campeão de Wimbledon em 1987:




E as celebridades presentes:






























E, como não podia deixar de ser, as principais celebridades presentes, no telão do Arthur Ashe Stadium: NÓS!



quinta-feira, 10 de setembro de 2009

OBRIGADO, SODERLING!

Obrigado por ter vencido o terceiro set do Roger Federer, no tie-break, após estar perdendo por 0-4 no mesmo tie-break. De repente, a torcida que restava no Arthur Ashe Stadium passou a torcer por você, só para poder prolongar o jogo e a oportunidade de assistir ao número 1 do mundo por mais algum tempo.

Naquela altura, após 2 sets nos quais Federer jogou bocejando e venceu facilmente, cerca de 50% (ou mais) dos presentes na quadra central de Flushing Meadows já havia ido embora e o sueco parecia entregue. Mas começou a encaixar os golpes, foi perdendo o medo e conseguiu uma boa disputa no terceiro set. A torcida que restava, provavelmente composta pelos aficionados e não pelos que estavam lá por ter ganho ingressos de presentes da empresa ou de algum parceiro comercial, percebendo a chance de ter um prolongamento do jogo (os dois primeiros sets duraram menos de 1 hora) passou a incentivar o sueco, que deu para todos o que queríamos: mais jogo.

E, com a saída de mais da metade do público, tivemos a chance de nos deslocarmos para o courtside e assistirmos o quarto set a 3 fileiras da quadra. Nosso lugar original, o upper promenade, é, digamos, meio longe e, apesar de possibilitar a visão completa da quadra e dos lances, não dá o gostinho de vermos realmente os jogadores como todos querem ver. Vendo o jogo ao lado da quadra, a história é outra: é possível peceber a velocidade, a precisão dos golpes e, acima de tudo, a habilidade do Federer. Já virou clichê dizer que ele faz parecer fácil jogar tênis. Vendo isso a poucos metros de distância, a confirmação desse clichê é imediata, com um bônus de sentir a real velocidade, força e precisão dos golpes, sendo que ele realmente parece estar fazendo o menor esforço possível. É impressionante! A reação do Soderling após algumas bolas “impossíveis” é o melhor resumo do que é jogar contra Federer: um sorriso que parecia dizer “pô, tô aqui fazendo o melhor que posso e nem isso é suficiente! Não importa o que eu fizer, o cara continua tirando golpe atrás de golpe!”

Para melhorar, como o Soderling também ganhou confiança, o quarto set foi um jogaço, assim como o terceiro, com os dois jogadores descendo o braço - em algumas trocas de bola se viam 5, 6 golpes passando a poucos milímetros da fita da rede e/ou da linha, a torcida criando um clima de Copa Davis para incentivar os jogadores e o sistema de som do estádio nos intervalos conseguindo contagiar ainda mais (fomos flagrados no telão em certo momento dançando ao som de “Sweet Caroline”). E funcionou - Federer nem esperava o silêncio da torcida para sacar. Tivemos a honra de ver o melhor do mundo (e provavelmente o melhor de todos os tempos) ali na nossa frente, fazendo o que faz de melhor, da melhor forma possível.

Foi uma experiência para ser guardada. Na volta para o hotel (longo caminho de metrô), dizíamos que daqui muitos anos, quando estivermos viajando por alguma outra competição esportiva pelo mundo, ainda vamos falar da noite que passou.


E foi só a nossa primeira noite no US Open...
*****************************************************************
E sobre o restante do dia:

Conseguimos chegar cedo no Louis Armstrong Stadium para pegarmos ótimos lugares (primeira e segunda fila) para assistirmos ao jogo das irmãs Williams (quartas-de-final de duplas femininas). Na verdade, nesse estádio o courtside é um espaço reservado mas, convenhamos, era o início da tarde de uma quarta-feira e dificilmente os donos dos lugares apareceriam. Logo... Enfim, só posso dizer que, antes de vê-las a poucos metros, considerava, pela impressão que a TV passa, que a Serena é muito mais forte que Venus. Bobagem. Serena tem algumas medidas avantajadas (peitos e coxas), mas a Venus é MUITO GRANDE. Sério mesmo. Ela é MUITO alta e MUITO forte. Se fosse jogadora de basquete, com a habilidade de uma, poderia dominar um garrafão sem problemas. Fiquei realmente impressionado. Assisti ao primeiro set do jogo delas contra duas chinesas. A desproporção era tal (imaginem eu jogando contra o Lebron) que eu imaginava que seria um massacre, mas as chinesas resistiram bravamente e perderam por 7-5, após transformar um 2-5 em 5-5. Ainda consegui sair com um souvenir, cortesia da Venus Williams.



Não fiquei para o segundo set, pois o jogo do Djokovic contra o Verdasco já havia começado no Arthut Ashe e ele já havia vencido o primeiro set por 7-6. Perdeu a concentração completamente no segundo set e tomou um 6-1. Como o Verdasco ganhou confiança, os outros dois sets foram relativamente equilibrados, mais o Djoko conseguiu recuperar a concentração e fechou em 3-1. Conseguimos assistir a esse jogo do Loge, que é o setor intermediário e possibilita uma boa visão do jogo.




Depois desse jogo assistimos ao jogo da sensação Melanie Oudim, a americana de 17 anos que vinha fazendo história. Graças a algumas senhoras bem chatas que estavam sentadas na nossa frente, acabamos torcendo mais pela dinamarquesa Caroline Wozniacki, afinal, a americana havia nos tirado a chance de ver a Maria Sharapova... então, automaticamente não merecia a nossa torcida.

O público do dia é bem diferente do público da noite. Durante o dia, há muito pessoal mais velho, provavelmente aposentados, e a empolgação não é tão grande, apesar de que os turistas conseguem deixar um clima legal. À noite o pessoal já é mais ligado na competição e o nível muda, como aconteceu no jogo do Federer.
Nessa quinta teremos as outras duas quartas-de-final masculinas: Juan Martin Del Potro x Marin Cilic e Rafael Nadal x Fernando Gonzalez.

domingo, 6 de setembro de 2009

COPA AMÉRICA DE BASQUETE MASCULINO

Antes de me mandar pra terra do Tio Sam, não vou deixar de escrever algumas observações sobre a Copa América de Basquete Masculino e a Seleção Brasileira. As 4 vagas para o Mundial de 2010 já estão definidas: Brasil, Porto Rico, Argentina e Canadá.

A Argentina passou aperto na primeira fase, especialmente após a derrota para a Venezuela, mas se recuperou e garantiu a vaga. Não que isso fizesse alguma diferença. Explico: para o Mundial do ano que vem, o sistema de classificação inclui o país-sede (Turquia), os campeões olímpicos (EUA) e os classificados dos torneios continentais desse ano. Sobrariam 4 vagas que seriam utilizadas pela FIBA para convidar quem ela bem entendesse (é uma forma estúpida eu sei, mas...). Se a Argentina não conseguisse a vaga na Copa América, obviamente seria um os convidados. Porto Rico vem cumprindo o papel de anfitrião e a única zebra, na minha opinião, foi a classificação do Canadá no lugar da República Dominicana, apesar dos reforços dominicanos da NBA: Charlie Villanueva, Francisco Garcia e Al Horford (um dos meus jogadores favoritos da nova geração).

Quanto ao Brasil, confesso que o time superou as minhas expectativas. Antes do torneiro, eu considerava os donos da casa e os argentinos como favoritos. Ainda teremos as semifinais nesse final de semana e tudo pode acontecer. Mas o Brasil terminou a segunda fase no primeiro lugar geral, com apenas uma derrota, e deverá vencer o Canadá em uma das semifinais. O time já mostrou uma evolução muito boa no desempenho. A primeira coisa que me chamou a atenção foi o fato de, já no primeiro jogo, o técnico Moncho Monsalve ter escalado Alex no lugar de Marcelinho Machado no time titular (finalmente!). E Alex foi o destaque da estréia contra a República Dominicana. Guilherme Giovanoni voltou à seleção como uma boa opção vinda de banco, a dupla de pivôs (Thiago Spliter e Anderson Varejão) encaixou muito bem tanto na defesa quanto no ataque, embora na parte ofensiva ainda falte um pouco mais de peso (literalmente falando) para dominar o garrafão - eles ainda são obrigados a jogar de costas para a cesta e com arremessos de média distância. Talvez a volta dos nossos “meninos” (Baby e Nenê, ausentes por contusão), resolva esse problema. Leandrinho, nossa maior estrela, manteve a regularidade que se espera, apesar de uma tendinite que o fez ser poupado nos dois últimos jogos da segunda fase (vitória contra o Uruguai e derrota para Porto Rico) e Marcelinho Huertas assumiu com propriedade a vaga de armador principal.

Outra coisa que me agradou muito foi a melhoria no sistema defensivo e a maior paciência ofensiva, bem no estilo europeu, equilibrada com a velocidade de Leandrinho nos contra-ataques. Bem diferente do time da “era Marcelinho”, quando não havia nenhuma disciplina tática.

Coisas que preocupam:
1) A falta de um armador reserva – não estou falando nem que o armador reserva da seleção é ruim, pois NÃO HÁ ARMADOR RESERVA. Isso faz com que o Marcelinho precise ficar muito tempo em quadra, o que definitivamente pode pesar negativamente nas fases decisivas de um campeonato longo.

2) A possibilidade do técnico Moncho Monsalve deixar o time após a Copa América e não ir para o Mundial. Infelizmente, não vejo nenhum técnico no Brasil com condições de continuar com o trabalho sem trazer um retrocesso ao esquema de jogo. É muito bom ver um técnico que consegue melhorar um sistema de jogo e que não é refém de uma prancheta nos pedidos de tempo. Isso mostra que o trabalho de preparação (leia-se treinamentos, que é onde o sistema é absorvido, não durante o jogo) foi muito bem feito, apesar do pouco tempo disponível.


Pensando um ano para frente, no Mundial da Turquia, o primeiro passo é tentar manter o técnico. Se isso não for possível, que se traga outro estrangeiro, seja espanhol (a língua ajuda), sérvio ou croata. Além disso, mantendo-se a base de Huertas, Leandrinho, Alex, Guilherme, Spliter e Varejão, o retorno de Nenê e Baby e mais um armador reserva (o maior problema) e teríamos uma rotação de 9 jogadores (o número ideal para um jogo de alto nível) que poderia trazer um bom resultado para o Brasil, depois de 14 anos de fiascos (desde o sexto lugar nos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996). Seria um time para ficar entre os 8 melhores do mundo. Chegar entre os 4 é difícil, pois Estados Unidos, Espanha e Argentina ainda estão em um nível acima, mas daria para brigar com Lituânia e Grécia (quarto e quinto melhores times do mundo), mais Croácia e outros europeus, além de China e Austrália.

Só espero que o trabalho do Moncho não se perca...

Tá chegando a hora de se mandar para o aeroporto. O próximo post já será de Nova York.

.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

16 RODADAS...

Achei melhor esperar o final da tal janela de transferência de jogadores para dar o meu pitaco sobre o campeonato brasileiro. Dependendo do volume de transferências de jogadores, considerando chegadas e saídas, qualquer análise feita entes de 31 de agosto poderia se tornar completamente inútil.

As maiores perdas de jogadores aconteceram com o Cruzeiro e o Corinthians. O Cruzeiro já vinha mal depois de perder a final da Libertadores em casa (qualquer semelhança com o Fluminense de 2008 não é mera coincidência) e a perda de alguns jogadores, especialmente dos meias Ramirez e Wagner tiram o time azul de Belo Horizonte da briga, pelo menos na minha opinião. O Corinthians perdeu o volante Christian, que encaixou uma bela dupla com Elias no primeiro semestre, além do meia Douglas e do lateral esquerdo André Santos. Com exceção de Douglas, a perda dos outros dois é bem significativa. Além disso, perdeu Ronaldo, com a fratura na mão no jogo contra o Palmeiras e só deve retornar em meados de setembro.

Não vou falar nenhuma novidade além do que vem sendo falado na mídia em geral: na minha opinião, assim como para a maioria dos analistas esportivos, o campeonato se resume daqui para a frente na disputa entre 3 favoritos: São Paulo, Palmeiras e Internacional. O Inter perdeu Nilmar, mas nos últimos jogos mostrou que voltou a encontrar o bom futebol do começo do campeonato. O Palmeiras tem o técnico tricampeão brasileiro, que já mostrou ser um mestre em campeonatos de pontos corridos, e um time titular muito forte, mas não possui peças de reposição. A chegada de Vagner Love traz uma esperança ainda maior para os palmeirenses, mas a perda do Pierre, o carregador de piano, lesionado e fora do restante do campeonato, foi um golpe duro. Não acredito no Goiás na disputa do título, mas acho que ele pode brigar pela quarta vaga na Libertadores. E ainda não desisti do Grêmio, apesar dos constantes tropeços fora de casa. Acredito que um desses dois fique com a quarta vaga. O Corinthians, já classificado para a Libertadores, deve continuar brigando para ficar entre os 4 melhores, mas não acredito no título. E só. Atlético-MG, Santos, Flamengo, Cruzeiro e os surpreendentes Avaí e Barueri devem ficar pelo caminho.

E temos o São Paulo, que teve uma arrancada sensacional nos últimas 8 rodadas do primeiro turno mais a primeira do segundo turno, somando 25 pontos de 27 possíveis. E mais: jogando um futebol de alto nível. Alguns dos meus amigos são-paulinos estavam MUITO pessimistas após a desclassificação na Libertadores e a saída do técnico Muricy. Alguns diziam que “nesse ano é brigar para não cair”. Outros queriam que a diretoria mudasse o nome do filme “Soberano” para “Soberba”. Hernanes e Jorge Wagner vinham sendo vaiados pela torcida.

Lembro que em 2006 houve um jogo chave, contra o então líder Botafogo, no Maracanã, que marcou a arrancada do São Paulo para o primeiro dos 3 títulos consecutivos. Em 2007 o campeonato foi mais tranqüilo, o tricolor terminou com 15 pontos de vantagem para o vice-campeão. E em 2008 teve o tal jogo contra o Atlético-MG no Mineirão, um empate por 1x1 que fez com que o time e a comissão técnica parassem para analisar o mau momento e mudassem de atitude. O resultado foi a virada na competição, tirando os 11 pontos de vantagem que o então líder Grêmio tinha e conquistando o terceiro título consecutivo.

Em 2009 podemos dizer que existe esse tal jogo chave, que foi em Porto Alegre, contra o Internacional, que abriu 2x0 ainda no primeiro tempo, o nos levava a achar que seria mais um fiasco e que realmente nesse ano não haveria reação. Ora, se nos 3 títulos consecutivos fomos derrotados no Beira Rio, o que aconteceria então durante a crise desse ano? O time voltou para o segundo tempo com Jorge Wagner, até então no banco por deficiência técnica. Ele não só foi o melhor em campo, como comandou a reação e o empate por 2x2 (e poderíamos ter vencido). Depois desse jogo, foram 7 vitórias consecutivas, com bom futebol e o São Paulo encostou no líder Palmeiras (a diferença chegou a 1 ponto e hoje está em 4). Hernanes, Jorge Wagner e Rycharlison voltaram a jogar bem. Dagoberto começou a fazer gols. O técnico Ricardo Gomes deixou de ser questionado e começou a sair da sombra de Muricy. O campeão voltou.

Ricardo Gomes tem méritos? Sem dúvida! Mas, da mesma forma que considero o mau desempenho dos jogadores como o maior motivo da má fase que culminou com a desclassificação da Libertadores e a saída de Muricy, também considero a retomada da boa fase de alguns jogadores, especialmente os citados no parágrafo acima, como o principal motivo da reação do time. Dizem que o novo técnico melhorou o ambiente e motivou os jogadores, coisa que Muricy não vinha conseguindo fazer. Para esses pergunto: o que Muricy fez nos últimos 3 anos? Exatamente a mesma coisa! Reanimou um time desanimado com a perda da Libertadores, especialmente em 2008, e levou o tricolor aos 3 títulos. Minha opinião continua a mesma: não se abre mão de um técnico com 3 campeonatos consecutivos. A troca de Muricy por Ricardo só se justificará se 1) Ricardo comandar o São Paulo a 3 títulos nacionais ou 2) Ricardo comandar o time a um título de Libertadores.

O São Paulo será tetracampeão? É possível que sim. O capitão Rogério Ceni voltou depois de quase 5 meses de afastamento. A perda de Hernanes por 6 semanas, lesionado,é preocupante, mas em compensação, a venda de Miranda para o exterior, dada como quase certa, não se concretizou (só espero que ele não fique desmotivado). A partir de agora, veremos quem consegue manter a melhor regularidade: São Paulo, Palmeiras ou Internacional. Se minha vida dependesse disso, ainda apostaria no tricolor, principalmente por ter o melhor elenco e as melhores opções no banco. Mas sabemos o quão raro foi a conquista do tricampeonato. O que dizer de um possível tetra? Nas palavras do meu amigo Vitão, “ só de ver o time voltar a jogar muito bem já nos deixa felizes e faz valer o investimento no passaporte tricolor”.

Mais 16 rodadas... todos os jogos com cara de decisão... e não sei como alguém ainda pode dizer que campeonato de pontos corridos não é legal.
.