sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

RETROSPECTIVA 2010 - PARTE 2: OS MOMENTOS ESPORTIVOS DO ANO


1. Copa do Mundo

Apesar do fiasco da Seleção Brasileira, foi uma grande Copa do Mundo. O título da Espanha foi merecido, mas foi muito bom ver o renovado time da Alemanha jogando muita bola (Alemanha jogando bonito? Pois é.) e a boa surpresa dos vizinhos uruguaios.


  2. Rafael Nadal fechando o Grand Slam na carreira

Apenas 7 tenistas na história conseguiram conquistar os quatro títulos de Gran Slam na carreira (Australia, Roland Garros, Wimbledon e US Open). Nadal largou de vez a imagem de ser somente um jogador de saibro, como entrou na corrida para buscar o recorde de grand slams de Roger Federer (no momento 16x9).

3. NBA Finals - Lakers x Celtics

A maior rivalidade da NBA e uma das maiores do esporte mundial. Pela décima-segunda vez os times se enfrentaram nas finais e pela segunda vez em 16 anos a decisão foi para o sétimo jogo, que foi uma verdadeira guerra, não foi bonito, mas foi espetacular. Histórico.

4. Mundial de Basquete

Teve um significado especial pra mim, já que acompanhei in loco. Além do título dos EUA e das atuações de Kevin Durant, foi bom ver que o Brasil começa a voltar a competir em bom nível (apesar da derrota doída para a Argentina nas quartas-de-final), além de jogos fantásticos, com finais emocionantes, especialmente Espanha x Sérvia e Turquia x Sérvia.


 

 5. Super Bowl XIV – título do New Orleans Saints

Muito bom ver New Orleans em festa poucos anos depois da tragédia do Katrina. O simbolismo do título foi muito além do esporte. E o jogo teve seus momentos que marcaram, como o onside kick dos Saints no início do terceiro quarto e a interceptação de Peyton Manning no final do jogo que garantiu a vitória.


Outra vitória que tem um significado que ultrapassa as barreiras do esporte. Logo após o escândalo de Tiger Woods, Mickelson, considerado um “exemplar homem de família”, conquista o torneio mais tradicional do golfe. Clicando aqui pode-se ler o texto que escrevi na época.

7. Muricy ganhando o 4º título em 5 anos

Ainda não consigo aceitar que o São Paulo o demitiu no meio de 2009 mesmo depois de 3 títulos nacionais conquistados. Dessa vez ele conseguiu o título com o limitado, mas regular, time do Fluminense, que passou a maior parte do campeonato sem os seus principais jogadores, como Deco e Fred, que estavam machucados. Quatro títulos em cinco anos. Melhor que isso: o único título que ele perdeu (2009) foi pelo Palmeiras.


8. Transferência de Lebron James

A transferência de Lebron James, após o final de seu contrato com o Cleveland Cavaliers, foi o fato que mais ocupou o espaço da imprensa americana em 2010, mais que o embrólio do Brett Favre e muito mais que o retorno de Michael Vick. Primeiro, toda a expectativa pela transferência e a decisão a ser tomada. Veio a frase do ano: “I’m going to take my talents do South Beach” e, a partir daí, a transformação d o ídolo em vilão, pela forma como ele tomou a decisão – em uma entrevista em cadeia nacional, esfaqueando Cleveland pelas costas.

9. Brasil Tricampeão Mundial de Vôlei

O maior domínio de uma equipe/seleção no esporte mundial. Não há nada que se possa comparar.


10. Jogos Olímpicos de Inverno

Apesar de não acompanhar tanto, os Jogos de Vancouver me marcaram de duas formas: foi a minha primeira experiência com transmissões de TV em alta de definição (uma nova era que não terá mais volta) e a impressionante popularidade-momentânea do curling aqui no Brasil – foi engraçado ver meus amigos “especialistas” em futebol trocando inúmeros e-mail’s sobre a bocha-no-gelo. 


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RETROSPECTIVA 2010 - PARTE 1: OS ATLETAS DO ANO

Sim, eu sei, meu último post nesse blog foi no início de setembro, há quase 4 meses. Não voltei nem pra contar a experiência de ter acompanhado in loco o Mundial de Basquete da Turquia, a excitação que foi o Fantasy da NFL, nem mesmo a temporada sensacional da NFL ou as finais do campeonato brasileiro. Uma vergonha. Não imagino que os 3 ou 4 amigos que passavam por aqui de vez em quando ainda vão aparecer depois de tanto tempo, mas resolvi não deixar o ano terminar em branco e vou deixar registrada minha retrospectiva esportiva de 2010. Pelo menos será um registro pessoal. Começo pelos atletas do ano.

1. Rafael Nadal

Barbada. Conquistou 3 Grand Slams - Roland Garros, Wimbledon e US Open, sendo que esse último título o transformou no sétimo tenista da história a conquistar os 4 maiores títulos do tênis. Seu domínio só não foi completo por que o número 7 dessa lista ainda tem alguma lenha para quiemar.


      

      
       2.       Tom Brady (futebol americano - QB - New England Patriots)

      Como se não bastasse ser o marido da Gisele Bundchen, voltou à forma de 2007, quando foi o MVP da NFL e só não foi campeão invicto por causa de uma das maiores jogadas da história. Estourou o joelho em 2008, utilizou 2009 como recuperação e deverá ser novamente o MVP da liga nessa temporada. 


      3.       Michael Vick (futebol americando - QB - Philadelphia Eagles)

      Talvez a história do ano. Vick esteve preso entre os anos de 2007 e 2008 devido ao envolvimento em brigas de cachorros. Após a prisão, voltou à NFL e foi contratado como reserva pelo Philadelphia Eagles. Nesse ano, assumiu a condição de titular com a contusão de Kevin Kolb e se transformou na maior sensação da liga. E está ainda melhor do que era antes da prisão, pois além da capacidade atlética, que lhe permite várias corridas, ainda aprimorou a condição de um grande passador.
            
            
            4. Kevin Durant (basquete - Oklahoma City Thunder e Seleção dos Estados Unidos)
      
      Aos 21 anos tornou-se o mais jovem cestinha de uma temporada da história da NBA e ficou em segundo lugar na eleição de MVP. De quebra, ainda levou nas costas a seleção dos EUA no Campeonato Mundial da Turquia, onde foi o MVP. Veteranos como Chauncey Billups e Lamar Odom nada mais faziam do que passar a bola para Durant. Uma das maiores máquinas de marcar pontos que já se viu no basquete. 


             5. Lionel Messi (futebol - Barcelona e seleção da Argentina )  

      Apesar de não ter conseguido levar a seleção argentina para além das quartas-de-final da Copa do Mundo da África do Sul, ainda é de longe o melhor jogador de futebol do mundo. 


            6. Roy Halladay (baseball - Philadelphia Phillies)

Quando a ESPN HD foi disponibilizada em minha casa, um amigo meu me disse que assistir jogos de baseball na temporada regular seria um exagero. Concordei, mas com duas exceções: quando o jogo fosse entre New York Yankees e Boston Red Sox ou quando o jogo fosse dos Phillies com Halladay arremessando. Nesse ano ele conseguiu dois feitos fantásticos: lançou um perfect game durante a temporada regular e um no-hitter durante os playoffs. E essa matéria da revista Sports Illustrated me fez tornar um fã do cara.


            7. Roger Federer (tênis) 

      Se Rafael Nadal dominou o ano com os três títulos citados anteriormente, não podemos deixar de lembrar que o ano começou com a vitória de Federer no Australian Open e terminou com outra vitória dele, no Masters Cup.


             8. Kobe Bryant (basquete - Los Angeles Lakers) 

      Levou os Lakers ao bicampeonato e agora está a um título de se igualar a Michael Jordan. 

             
      9. Murilo (vôlei)

      Grande vizinho! Não é fácil ter que substituir o melhor jogador de vôlei do mundo dos últimos 10 anos. Murilo não só assumiu o lugar de Giba na seleção brasileira, como foi o melhor jogador nas conquistas da Liga Mundial e do Tricampeonato Mundial. 
     
      10. Cesar Cielo (natação)

Unificou os títulos mundiais dos 50m e 100m nas piscinas curta e longa. Monstro.




quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Are you ready for some football?

Em homenagem aos números das camisas de 2 dos meus 3 maiores ídolos do Futebol Americano, Joe Montana e Steve Young (peço desculpas a maior deles, Jerry Rice, mas não conseguiria fazer uma lista com 80 itens), apresento 16 motivos que fazem com que essa temporada seja imperdível. No final, deixo 8 previsões (é mais bonito escrever “previsões” do que “palpites”):



16 motivos para acompanhar a temporada:

  1. O Dallas Cowboys tentando chegar ao Super Bowl depois de 14 anos, no ano onde o grande jogo será jogado em seu novo estádio de 1,5 bilhão de dólares, inaugurado em 2009 (http://stadium.dallascowboys.com). O time está repleto de armas ofensivas – os WR’s Miles Austin, Dez Bryant (rookie) e Roy E. Wiiliams, os RB’s Felix Jones e Marion Barber, o TE Dallas Clarck e o QB Tony Romo.

2.       Donovan McNabb, ídolo em Philadelphia, em sua primeira temporada pelo Washington Redskins, rival de divisão, o que significa que teremos dois jogos entre o QB e seu ex. Os Redskins também investiram no técnico Mike Shanahan, duas vezes campeão do Super Bowl com o Denver Broncos.

3.       A briga na NFC East, que deverá ser mais uma vez, a divisão mais equilibrada da liga. Já falei dos Cowboys e dos Redskins, mas os Giants sempre podem chegar e os Eagles, agora sem McNabb, mas com Kevin Kolb, em quem confio (e pelo jeito a comissão técnica também, a ponto de liberar o ídolo McNabb para um rival de divisão) e com um ataque com excelentes opções (LeSean McCow, DeSean Jackson, Jeremy Maclin e Brent Celek).  São me surpreenderá se todos os times da divisão terminarem a temporada regular com 8 ou mais vitórias.

4.       A vigésima temporada de Brett Favre depois de mais uma novela aposenta/não aposenta. A questão física preocupa (problema no tornozelo), mas será que ele vai conseguir se aproximar do desempenho do ano passado (uma das melhores - senão a melhor - temporadas de sua carreira)?

5.       O New Orleans Saints defendendo o título – já teremos uma boa prévia no jogo de abertura da temporada, no próximo dia 09, quando os Saints recebem os Vikings de Brett Favre, na reedição da última final da NFC.


6.       O meu San Francisco 49ers, finalmente com um time que pode trazê-lo de volta aos playoffs depois de 8 anos. O time apresentou a melhor defesa de 2009 e opções ofensivas não vão faltar ao QB Alex Smith, especialmente RB Frank Gore, o WR Michael Crabtree em seu segundo ano (e dessa vez jogando desde o começo da temporada) e o TE Vernon Davis. E gosto MUITO do técnico Mike Singletary. O grande ponto de interrogação do time será exatamente o QB.


7.       O sempre perigoso New England Patriots, agora com Tom Brady definitivamente recuperado da contusão que o afastou da temporada de 2008, com o WR Wes Welker recuperado em tempo recorde da cirurgia de reconstrução do joelho (contusão da última semana da 2009!) e com toda a tradição que o time traz dos últimos 10 anos, apesar da defesa que não desperta muita confiança, em uma divisão que traz os “queridinhos” da mídia antes do início da temporada...


8.       ... os J-E-T-S. Finalistas da AFC em 2009, quando perderam para os Colts, estão sendo considerados um dos dois favoritos da pré-temporada (falo do outro no próximo item da lista). Têm a defesa que é considerada como melhor da liga, mas estão sofrendo com o “holdout” (tipo de greve por aumento de salário) do melhor cornerback da NFL, Darrelle Reevis. Mesmo sem ele, a defesa é muito poderosa. Trouxeram alguns reforços para o ataque, especialmente Santonio Holmes (WR, MVP do Super Bowl XLIII pelos Steelers) e LaDainian Tomlinson (ex-Chargers, melhor RB das temporadas de 2006 e 2007). E, além de tudo isso, os Jets estão sendo mostrados pela série Hard Knocks, da HBO, com episódios semanais sobre a pré-temporada. Ou seja, é o time da moda.


Meu ponto de interrogação é o QB Mark Sanchez, que até agora não mostrou que pode ser um QB de grandes jogades e de passes acurados. E não custa lembrar que os Jets só se classificaram para os playoffs da última temporada porque ganhara “de presente” o jogo dos Colts na semana 16, quando o time de Indianapolis, já como #1 garantido na AFC, abriu diferença e decidiu poupar os titulares no segundo tempo.


9.       Baltimore Ravens: o outro favorito da crítica, ao lado dos Jets, para o título da NFC. O QB Joe Flacco está no seu terceiro ano e pode ser firmar como um dos grandes da liga, o RB Ray Rice teve um ano monstruoso em 2009, mas a única adição de peso foi o WR Anquan Boldin, ex-Cardinals, mas que vive com problemas de contusões. Eu não vejo tanto motivo para essa empolgação.


10.   Os Steelers, campeões de 2008 e que sofreram demais com contusões em 2009, parecem estar “saudáveis” novamente para voltar aos playoffs. O “problema” é a suspensão do QB Ben Roethlisberger por 6 jogos (que pode ser reduzida para 4) devido a sua conduta fora de campo (foi acusado de tentaiva de estupro em duas ocasiões diferentes).


11.   O Cincinnati Bengals com Chad Ochocinco e Terrel Owens juntos (eu pagaria para ver o Hard Koncks com esses dois!).


12.   Vince Young, Chris Johnson (o #1 nos drafts do Fantasy nesse ano) e o Tennessee Titans. Eles começaram com 5 derrotas nos 5 primeiros jogos de 2009. O técnico Jeff Fisher (outro dos meus favoritos) resolveu dar uma chance para o QB Vince Young, ídolo na universidade mas que não havia conseguido mostrar um bom desempenho na NFL e estava encostado, e o time ganhou 8 dos últimos 11 jogos. É o meu sleeper da temporada.


13.   Peyton Manning. Simplesmente porque sim.


14.   O  Sunday Night Football está com a programação caprichada. Pelo menos para mim, apenas 2 jogos são “passáveis”: Chicago @ NY Giants (week 4) e San Diego @ Cincinnati (week 16), a não ser que você esteja dependendo de algum jogador em seu Fantasy.


·         Dallas @ Washington (12 de setembro)
·         NY Giants @ Indianapolis (19 de setembro)
·         NY Jets @ Miami (26 de setembro)
·         Philadelphia @ San Francisco (10 de outubro)
·         Indianapolis @ Washington (17 de outubro)
·         Minnesota @ Green Day (24 de outubro)
·         Pittsburgh @ New Orleans (31 de outubro)
·         Dallas @ Green Bay (7 de novembro)
·         New England @ Pittsburgh (14 de novembro)
·         NY Giants @ Philadelhia (21 de novembro)
·         San Diego @ Indianapolis (28 de novembro)
·         Pittsburgh @ Baltimore (5 de dezembro)
·         Philadelphia @ Dallas (12 de dezembro)
·         Green Bay @ New England (19 de dezembro)


5.   O  Monday Night Football não fica atrás. Muitos jogos bons, alguns imperdíveis:


·        Baltimore @ NY Jets (13 de setembro)
·        New Orleans @ San Francisco (20 de setembro)
·        Minnesota @ NY Jets (11 de outubro)
·         NY Giants @ Dallas (25 de outubro)
·         Philadelphia @ Washington (15 de novembro)
·         NY Jets @ New England (6 de dezembro)
·        New Orleans @ Atlanta (27 de dezembro)


16.   FANTASY NFL: segundo ano da liga Michael Chang. Com mais experiência, a galera caprichou mais no draft desse ano. Para quem ainda não joga, recomendo fortemente.


8 previsões:

1.       Times que certamente estarão nos playoffs na AFC: San Diego Chargers, NY Jets, Baltimore Ravens, Indianapolis Colts.


2.       Meu sleeper na AFC: Tennessee Titans – vão para os playoffs e podem até ameaçar os Colts na briga pelo título da divisão.


3.      A última vaga ficará entre New England Patriots (meu favorito nesse grupo), Miami Dolphins e Pittsburgh Steelers.


4.       Times que certamente estarão nos playoffs na NFC: Green Bay Packers, New Orleans Saints, San Francisco 49ers.


5.       Das outras 3 vagas,pelo menos 2 serão da NFC East, senão as 3. Nesse caso, a briga é entre Cowboys, Eagles e Redskins.


6.       A última vaga (se sobrar) ficará entre Minnesota Vikings e o Atlanta Falcons.


7.       Candidatos a MVP: Peyton Manning, Drew Brees e Aaron Rogers. Minha aposta: Aaron Rodgers.


8.       Palpite para o Super Bowl: Green Bay Packers x Indianapolis Colts


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domingo, 15 de agosto de 2010

The Dream Team

Vídeo de introdução do Dream Team ao Hall da Fama do Basquete. Homenagem ao maior time de qualquer esporte coletivo que já existiu. Histórico.


Muito mais que o escudeiro de Michael Jordan

Há alguns anos eu e um grupo de amigos fizemos nossas próprias listas do nosso “dream team” da NBA, considerando apenas os jogadores que havíamos visto jogar. Na minha lista de 12 jogadores eu reservei um lugar para Scottie Pippen, o eterno companheiro de Michael Jordan no Chicago Bulls. Muitos dos outros, que também faziam suas listas, diziam que Pippen devia tudo o que tinha ao Michael Jordan e que, sem ele, teria uma carreira apenas regular.

(Antes que alguém me pergunte, minha lista de 12 jogadores, devidamente atualizada: Primeiro time: Magic Johnson, Michael Jordan, Larry Bird, Tim Duncan, Shaquile O’Neal. Segundo time: Isiah Thomas, Kobe Bryant, Lebron James, Karl Malone, Hakeem Olajuwon. Para completar os doze: Scottie Pippen e Reggie Miller.)

Nessa semana, Pippen foi introduzido, de forma mais que merecida, no Hall da Fama do basquete. Dentre os Small Forwards que vi jogar, ele só fica atrás de Larry Bird e Lebron James, na frente de James Worthy e Dominique Wilkens. Na história? Seguramente um dos dez melhores, considerando que nomes como Julius “Dr. J” Erving, Bernard King, Rick Berry e John Havlicek seguramente entrariam na conversa.

Pippen foi um ala de 2,03m que podia jogar de Point Guard sem nenhum problema. Tinha a capacidade de parar o melhor jogador adversário na defesa (poucos se lembram que a série final de 1991 virou em favor dos Bulls a partir do momento em que Pippen assumiu para si a responsabilidade por marcar Magic Johnson). Uma máquina de roubar bolas, puxar contra-ataques e até mesmo um excelente arremessador de três pontos.

Ainda não convenci ninguém? Então vamos aos fatos:

• Nomeado um dos 50 maiores jogadores de todos os tempos em 1997;

• Participou 7 vezes do All Star Game, sendo 6 como titular (MVP do jogo em 1994);

• 3 vezes All-NBA First Team (primeiro time na seleção do campeonato);

• 8 vezes NBA All-Defensive First Time (primeiro time na seleção dos melhores marcadores);

• Terceiro jogador em número de jogos de playoffs, atrás de Kareem Abdul-Jabbar e Robert Horry;

• Único jogador a ganhar a medalha de ouro olímpica e o campeonato da NBA no mesmo ano DUAS VEZES (1992 e 1996);

• Participou do Dream Team original de 1992, nos jogos Olímpicos de Barcelona.

• No primeiro ano em que jogou sem Michael Jordan (na primeira aposentadoria, em 1994), conduziu o time a 55 vitórias e foi o terceiro colocado na eleição de MVP (atrás de de Hakeem Olajuwon e David Robinson).

• É o ala que tem mais assistências (6.135) e roubadas de bola (2.307) na história da NBA.

Para finalizar, recomendo três excelentes textos sobre Scottie Pippen:

Estamos falando de um dos jogadores mais completos da história do basquete. Dizem que foi Michael Jordan quem fez a carreira de Scottie Pippen. Eu digo que, sem Pippen , MJ jamais teria conquistado seus seis títulos.


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Muito obrigado por nada...

Após a desclassificação da Libertadores de 2009 e a demissão do técnico Muricy Ramalho, escrevi um longo texto sobre o São Paulo. Não concordava com a demissão do Muricy, que havia conquistados 3 títulos nacionais consecutivamente. Ele fora demitido após mais uma desclassificação na Libertadores, a quarta consecutiva, e a diretoria entendia que seu ciclo no clube havia chagado ao fim e que sua liderança estava desgastada com muitos jogadores. Que estava na hora de mudar. E muitos sãopaulinos conhecidos meus concordavam com isso.

Hoje, pouco mais de 13 meses depois, estamos exatamente na mesma situação: mais uma desclassificação na Libertadores (agora na semifinal para o Internacional) e na segunda parte da tabela de classificação no campeonato brasileiro. E, mais uma vez, sem técnico. A aposta Ricardo Gomes se mostrou um completo fiasco e o mesmo não teve seu contrato renovado. Ele chegou a ter um bom momento no Campeonato Brasileiro do ano passado, quando o time deu mais uma arrancada e chegou a liderar o campeonato a quatro rodadas do final. Parecia que histórico tetra aconteceria. Mas derrotas para o Botafogo e para o Goiás (ambas de virada) acabaram com as nossas chances – quando Muricy deixaria o time tomar as duas viradas como aquelas?

O começo de 2010 foi desesperador: derrotas em todos os clássicos, atuações pífias, insistência com jogadores que deveriam ter sido mandados embora há tempos (leia-se Richarlysson e Dagoberto). Antes dos jogos contra o Cruzeiro cheguei a escrever um texto falando de cada jogador. Na sequência tivemos a única atuação digna do ano, no Mineirão, contra o Cruzeiro. Veio a parada para a Copa do Mundo e o nosso agora ex-técnico teve a proeza de piorar o time com 40 dias de treino. Qual a chance de isso acontecer com o Muricy? Chegou ao ponto de, para manter Richarlysson no time, dessa vez como terceiro zagueiro pela esquerda, deslocou o excelente Miranda para a direita, quando até o meu cachorro sabe que o lugar dele era... na esquerda! Minha cabeça dói.

Contra o Internacional, montou o time de forma covarde no primeiro jogo (esqueceu da regra do gol fora de casa?) e no segundo jogo, para manter Dagoberto, teve que recuar o Fernandão para a armação. Resultado: o técnico do Inter, Celso Roth, nomeou o excelente volante Sandro para marcar Fernandão individualmente durante os 90 minutos e o nosso camisa 15 não conseguiu jogar. Sim, nosso ex-técnico tomou nó tático do Celso Roth!

Muito obrigado por nada, Ricardo Gomes!

O que mais preocupa é que as possibilidades de nomes para assumir o comando do time são, em geral, em técnicos novatos, com pouco tempo de carreira. Nomes como Silas, Wagner Mancini, Sérgio Soares, Leonardo, e até mesmo Dunga (meu Deus!) são mencionados. Não é disso que o São Paulo está precisando. Precisamos de alguém que assuma o comando, imponha respeito e faça o time jogar... imediatamente! Nada de experiências!

Enquanto isso, outros times se mexeram e foram buscar os técnicos que poderiam fazer alguma diferença. O Palmeiras conseguiu trazer o Felipão (agora só precisa montar o time). O Corinthians, que perdeu Mano Menezes para a Seleção Brasileira, fechou com Adilson Batista, que, apesar de ser da nova geração, fez ótimos trabalhos no Grêmio e no Cruzeiro e já é uma realidade. E o nosso bom e velho Muricy está na liderança do Campeonato Brasileiro, pelo Fluminense.

Se alguma renovação tem que ser feita, que seja no elenco. Que os jogadores de base voltem a ser aproveitados e que jogadores que estão jogando com o nome (especialmente os dois citados anteriormente, entre alguns outros) sejam dispensados.

E agora a Diretoria segue sem saber quem contratar para dirigir o time. O único nome de peso que vem na minha cabeça é Paulo Autuori, mas é muito caro para trazê-lo de volta do Oriente Médio. Chamem-me de viúva do Muricy, eu não me importo, mas a partir do momento da sua demissão, o time que se orgulhava de ser um exemplo de organização e planejamento voltou ao lugar comum.

(editado após a publicação original):

A opção da Diretoria foi efetivar o técnico das categorias de base, Sérgio Baresi, no time principal. É uma opção melhor do que trazer um nos "novatos" do mercado. Pelo menos já conhece os jogadores da base e como o clube funciona (se é que essa segunda coisa é uma vantagem). De repente, estamos inciando uma nova fase de reconstrução, como foi feito com Rojas em 2003, que resultou na grande mudança do elenco em 2004 e a montagem do time campeão da Libertadores e Mundial em 2005.

O peso do doping na história e nos recordes

Há cerca de duas semanas o terceira-base dos Yankees, Alex Rodriguez, tornou-se o jogador mais jovem a atingir a marca de 600 home runs na carreira. É um feito e tanto, sem dúvida. Mas a grande discussão que vem por trás disso é como esse feito deve ser considerado na história a partir do momento em que é sabido que A-Rod utilizou as famosas PED (Performance Enhancing Drugs), ou simplesmente doping, nos anos em que atuou pelo Texas Rangers, no início da última década (fato confessado pelo próprio após uma revelação da repórter Selena Roberts da revista Sports Illustrated).


A-Rod ainda tem 7 anos de contrato com os Yankees (ganha quase 30 milhões de dólares por temporada) e é o jogador mais cotado para bater o recorde histórico de Home Runs da carreira, que pertence atualmente a Barry Bonds (762 HR’s). Bonds, por sua vez, também já foi acusado do uso de doping e tem também o recorde de HR’s em uma única temporada (73, em 2001). Ultrapassou a marca de 755 home runs (antigo recorde) de Hank Aaron em 2007.

Com tantos escândalos envolvendo doping, como considerar esses recordes? É suficiente colocar um asterisco e uma observação na frente dos números dos jogadores “sujos” (A-Rod, Bons, Mark McGwire, Sammy Sosa, etc)? O recorde de Bonds é válido? Uma eventual quebra de recorde por Alex Rodriguez será? E como fica a introdução desses nomes ao Hall da Fama (honra importantíssima no mundo do esporte norte-americano)?

Minhas opiniões: os recordes devem SIM ser colocados com um asterisco ao lado. Cada um valorize da forma que quiser – eu valorizo Hank Aaron mais do que Barry Bonds. Em relação ao Hall da Fama, onde as votações dos últimos anos mostram uma tendência de não permitir a inclusão desses nomes, sou a favor da inclusão dos nomes, mas também com a observação clara do que aconteceu na carreira dos mesmos, afinal o Hall da Fama é, acima de tudo, um museu onde a história do esporte está representada. E não podemos deixar 762 home runs de lado...

domingo, 20 de junho de 2010

Lakers 83, Celtics 79. História foi escrita.

"This is one of the most poorly played games you will ever see from an offensive standpoint"
- Jeff Van Gundy, ESPN

“Somebody will come across the box score and think this was one of the more hideous championship games ever decided. The numbers won't convey the tension felt by everyone who watched, regardless of their rooting interest or even impartiality. The digits can't capture the reputations on the line, or the desire each side felt in a rivalry that has been pulled out of the dusty archives and displayed in vivid high-def during the 13 Finals games these two teams have played in the past three years.”
- J.A. Adande, ESPN.com



Não foi nada bonito, mas foi MUITO intenso. Os Lakers perderam as finais de 2008 para os Celtics e passaram a ser considerados um time “light”. Mesmo com o título de 2009, vencido em cima do Orlando Magic nas finais, ainda ficava aquele ponto de interrogação, chamado Boston Celtics. Toughness (ser agressivo, ser duro, ser forte, ter raça, tudo isso junto). Essa era a palavra que perseguia o time. E “toughness” foi o que não faltou no jogo 7. Faltou nível técnico para ambos os times, mas foi uma guerra do começo ao fim. Ao final do jogo, era evidente que todos os jogadores estavam exaustos. Principalmente os Celtics, que não conseguiram segurar uma vantagem de 13 pontos conquistada no início do terceiro quarto (talvez por culpa do técnico Doc Rivers, que não utilizou o banco de reservas como deveria).

Assim como nos outros 6 jogos da série, o time que pegou mais rebotes venceu o jogo. Os Lakers pegaram 53 rebotes, contra 40 dos Celtics. Mas que impressionou foram os 23 rebotes ofensivos dos Lakers em uma noite de baixíssimo aproveitamento nos arremessos – tiveram que lutar por cada ponto. Ao final do segundo tempo Kobe Bryant e Pau Gasol estavam com um aproveitamento somado de 6-26. E estavam com uma desvantagem de apenas 6 pontos. Do laudo dos Celtics, os arremessos também não caiam. Paul Pierce e Ray Allen combinaram para um aproveitamento de 8-29 ao longo do jogo.

E no meio de toda essa bagunça, temos a história do jogo: Ron Artest. Como fiquei feliz ao lembrar de ter escrito aquele parágrafo sobre ele antes do jogo, dando crédito por tudo o que ele vinha fazendo. Seria muito fácil elogiá-lo apenas agora, após o jogo 7. Foi ele que manteve os Lakers no jogo quando nada dava certo. Ninguém fez mais pontos do que ele no primeiro tempo (12). Suas 5 roubadas de bola foram providenciais e, o mais importante, segurou mais uma vez Paul Pierce na defesa (PP terminou com 5-15 nos arremessos). Durante os momentos decisivos do jogo, logo após uma bola de 3 pontos de Rasheed Wallace,reduzindo a vantagem dos Lakers para 3 pontos, foi Ron Ron que fez a cesta mais importante da noite, em um arremesso de 3 pontos daqueles que TODOS os torcedores dos Lakers tinham calafrios (“NÃÃÃÃÃÃO!”) quando ele arremessava nos jogos anteriores. Naquele arremesso, após o qual ele jogou beijos para a torcida, levou a diferença para 6 pontos (79-73) com apenas 60 segundos para jogar. Ainda teríamos mais 2 bolas de 3 para os Celtics, uma de Ray Allen e outra de Rajon Rondo (mais uma bizarrice do jogo), mas os lances livres de Kobe Bryant e (pasmén!) Sasha Vujacic, deram os números finais: 83-79.

E como se tudo isso não bastasse, Ron Ron ainda deu entrevistas folclóricas após jogo (deixo os vídeos abaixo, vale a pena!), agradecendo até à sua psiquiatra, que o ajudou a ficar mais relaxado. O cara que causou a maior briga da história da NBA, em 2005 e que ficou suspenso por 1 ano foi o principal nome de um jogo 7 entre os dois times mais tradicionais e vencedores da história da NBA, que somam 33 títulos em 64 anos de liga.

Kobe levou o prêmio de MVP, apesar da má atuação no ataque (6-24). Muito se fala que ele teria a obrigação de ser o melhor em quadra, como Michael Jordan fazia. Não vamos nos esquecer que houve situações que Michael Jordan precisou da ajuda de coadjuvantes, especialmente John Paxon (1991 e 1993) e Steve Kerr (1997) para garantir alguns títulos. Kobe estava jogando contra uma marcação implacável, quase sempre dupla, dos Celtics, que pareciam determinados a impedir que ele jogasse, na tática de “se eles querem nos vencer, que nos vençam com os outros jogadores, pois não vamos deixar o superstar fazer nada”. Terminou o jogo com 23 pontos, mas precisou de 24 arremessos para isso, acertando apenas 6. Compensou nos rebotes – foram 15 no total. Se no ataque as coisas não davam certo, ele conseguiu contribuir – e muito – de outra forma.

Pau Gasol poderia ter sido eleito o MVP que também teria sido merecido. Terminou o jogo com 19 pontos e 18 rebotes, sendo alguns decisivos. Acrescente os 23 pontos e 14 rebotes do jogo 1 e o quase triple-double do jogo 6 (17-13-9), todos em vitórias dos Lakers, e temos um série monstruosa. Além disso, o melhor jogo do Kobe veio em uma derrota (no jogo 5), enquanto as 3 melhores atuações de Gasol aconteceram em vitórias.

E não dá pra não falar de Phil Jackson. Na minha previsão antes da temporada eu o citei como o maior ponto de interrogação para a temporada, pelo desafio de repetir o título e de comandar Ron Artest. E pela quarta vez ele consegue títulos consecutivos. Nas outras três vezes, duas pelo Chicago Bulls (91-93 e 96-98) e outra pelos Lakers (2000-2002) ele conseguiu o three-peat. Teria condições de buscar o quarto tricampeonato? Vai depender de suas condições de saúde. Mas não dá mais para questioná-lo, após 11 títulos, como o maior técnico da história da NBA.

Voltando ao jogo, para finalizar. Hoje, 2 dias depois, fica cada vez mais claro o quão intenso o jogo foi. Vimos jogadores multimilionários voando de cabeça em bolas perdidas e atrás de cada rebote. Tudo pelo desejo de vencer. É um jogo que cada técnico de cada modalidade esportiva, não importa o nível, deveria utilizar como exemplo para suas equipes. Ao longo da série não tivemos nenhum jogo decidido no último segundo. Mas tivemos uma série definida no último jogo. Foi histórica. E os Lakers passaram pelo seu eterno fantasma, os Celtics.


Ron Artest - entrevista após o jogo




Ron Artest – Jimmy Kimmel Live