Ainda há quem questione o fato de que Kobe Bryant seja o melhor jogador do mundo. Também acho um tanto exageradas as comparações que o colocam como o “novo MJ”, embora ache que ele é o que mais se aproxima de Michael Jordan. E digo isso após vê-lo de perto por alguns jogos. Se eu fizesse a seguinte experiência: pegar o chinês da foto ao lado (ele ganha uns trocados tirando fotos com turistas na saída da Muralha), o qual eu DUVIDO que conheça qualquer coisa de basquete (no máximo já ouviu falar no Yao Ming), colocá-lo sentado ao meu lado no ginásio, pedir para observar o aquecimento do time, e perguntar a ele no final qual deles ele achava que era o melhor jogador de todos, a chance de ele apontar para o Kobe seria de uns 95%. Estava lá para quem quisesse ver: a concentração, a postura, a liderança, a seriedade no aquecimento, a expressão de estar se preparando para algo especial.
Lebron e D-Wade são fantásticos, sem dúvida, cada um no seu jeito. D-Wade lembra o jovem MJ talvez ainda mais do que o Kobe, no sentido de assumir o jogo quando precisa e resolver de uma forma que parece fácil – fez isso nas finais da NBA em 2006, quando ganhou o campeonato jogando quase que sozinho. Kobe não teve essa oportunidade, pois nos seus primeiros anos da NBA, mesmo no tricampeonato dos Lakers, ainda era o coadjuvante do Shaq. Já Lebron, esse é um fenômeno da natureza. Antigamente se dizia que ou se era rápido, ou se era grande. Ou se era forte ou se era habilidoso. Lebron consegue ser tudo isso ao mesmo tempo – é a versão rápida e habilidosa do Shaq, quando quer é completamente imparável. Só é um verdadeiro "mala" durante o aquecimento: fica zanzando pela quadra, conversando com a comissão técnica, fazendo piada com os companheiros, dando uma ou outra enterrada para agradar a torcida, olhando para o público... coisa de moleque.
Mas Kobe consegue combinar tudo isso: quando quis ser um excelente defensor, conseguia anular o melhor jogador adversário. E, quando a coisa apertou, adivinhem para quem a bola foi dada? Quando a Espanha diminuiu a diferença para 2 pontos, já último quarto do jogo, O Coach K pediu um tempo. Imaginem a pressão sobre o time. E imaginem que na quadra estavam 4 caras (Kobe, Lebron, D-Wade e Chris Paul) que SEMPRE recebem a bola em seus times quando a coisa aperta. E a jogada foi feita para o Kobe, que fez uma jogada de força, habilidade e equilíbrio, marcando uma cesta quase caindo, seguido por uma bola de 4 pontos (sofreu a falta enquanto arremessava uma bola certeira de 3 pontos). Game over para a Espanha e para a discussão sobre quem é o melhor jogador de basquete do mundo.
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