Logo que voltei de Pequim fui tentar me atualizar com o que estava acontecendo no mundo esportivo que não envolvia olimpíada: basicamente o campeonato brasileiro e os esportes dos Estados Unidos, dos quais acompanho bem de perto, ainda mais com a temporada de Baseball se encaminhando para os playoffs e o início da temporada do Futebol Americano.
Uma das minhas fontes é o site da
ESPN, muito completo, o qual conta com a participação constante do meu colunista esportivo favorito, o Bill Simmons. Em seu podcast de 24/08, um dos assuntos foram as modalidades olímpicas. Com um pouco de deboche e bom humor, alguns comentários foram bem pertinentes, do tipo: "Salto ornamental pode ser muitas coisas, mas esporte não é". Quem se interessar pelo podcast, pode ouvir
aqui. Sei que é polêmico, mas para mim os Jogos Olímpicos estão muito inflacionados de modalidades. Sei também que muitas inclusões são políticas e para agradar A ou B, trazer mais público (será?), etc., mas algumas coisas não consigo aceitar.
As principais modalidades que não consigo engolir são aquelas que precisam de jurados para decidir quem fez melhor. Alguém pode até tentar me convencer que existem critérios objetivos para a decisão e para as notas, mas se eu não consigo identificar claramente esse critério (como quem fez mais gols ou mais cestas, quem foi mais rápido, quem é mais forte ou quem golpeou mais vezes ou melhor o adversário), não consigo classificar como modalidade de competição. Nesse contexto entram Ginástica Rítmica, Ginástica Trampolin (essa eu só descobri que existia pesquisando agora), Nado Sincronizado, Saltos Ornamentais e Adestramento no Hipismo. Pode ser bonito e tudo mais, mas não consigo considerar. Abro uma exceção para a Ginástica Artística, principalmente pela tradição, e que seria suficiente para representar toda a parte "artística" numa Olimpíada.
Acredito também que algumas modalidades, incluídas recentemente, não fariam tanta falta assim. São o Taekwondo (daqui a pouco vão querer colocar também Karatê, Jiu-Jitsu, e mais algumas outras lutas que vivem surgundo), Vôlei de Praia, BMX e Mountain Bike. Essas também não estariam no programa se dependesse de mim.
Somando os dois parágrafos acima já foram 25% das modalidades do programa de Pequim 2008. Acredito que já teríamos um corte razoável.
Das modalidades restantes, ok, não vejo por que excluí-las. Algumas, pela tradição - já falei da Ginástica Artística, mas também tem Hipismo (saltos), Vela, Esgrima, Tiro, Tiro com arco, Canoagem, Pentatlo moderno (desde que substituindo o adestramento pelos saltos). Outras, por entrar no meu critério inicial: competição clara, critérios objetivos e (não "ou") popularidade (caso do Badminton, por exemplo).
Como sei que a tendência é exatamente a aposta, ou seja, o aumento de modalidades e de participantes (nesse caso tanto em JO's como em Copas do Mundo), o negócio é ficar com aquelas que me interessa. Em Pequim acompanhei 7 modalidades: Basquete, Futebol, Vôlei, Vôlei de Praia (só pela questão de ter o Brasil competindo pra ganhar), Ginástica Artística, Atletismo e Tênis. Gostaria de ter acompanhado a Natação e o Judô, mas não consegui ingressos. E ficaria por aí... não senti nenhuma falta do resto, especialmente da Ginástica Rítmica, Ginástica Trampolin, Nado Sincronizado, Saltos Ornamentais e Adestramento.