Estou querendo escrever sobre o Ronaldo desde a semana passada, quando o vi jogar, estando in loco, pela primeira vez, apesar dos seus já 15 anos de carreira. A correria do dia-a-dia não permitiu. Mas, depois do jogo de domingo, contra o Santos, resolvi achar uma brecha nessa correria (semana pré-mini-férias) para registrar o meu sentimento sobre o craque.
Em condições normais, sairia puto da vida do Morumbi no último dia 19, afinal, ser desclassificado para o Corinthians costuma ser a morte. Mas não foi bem assim. O sentimento não era de felicidade, aliás não consigo descrever qual era exatamente esse sentimento, mas era algo como satisfação por ver o maior jogador brasileiro dos últimos 20 anos (me desculpe, Romário) dando um pique daqueles e fazendo o segundo gol. Não me importa se foi falha ou não do zagueiro Rodrigo do São Paulo, que perdeu na corrida para um "gordo" e do golerio Bosco, que não saiu a tempo do gol - o cara chegou no final do pique a TRINTA E SEIS KILÔMETROS POR HORA!
Se isso não bastasse, vem o primeiro jogo da final do campeonato paulista, contra o Santos. Dois golaços. No primeiro, uma matada de uma bola que chegou com um "bicão", já ajeitando para o pé esquerdo e o chute colocado e certeiro. No segundo gol, a antecipação visual da posição do goleiro, o drible de letra e o toque de mestre para encobrir Fábio Costa. Um gol que marcará história como o gol do Alex contra o São Paulo (quando o José Silvério também gritou "QUE GOLAÇO" 3 vezes antes de soltar a garganta) e o gol do Marcelinho contra o próprio Santos, também na Vila Bermiro.
A reação generalizada pelos gols decisivos que o Ronaldo vem marcando mostra que, para determinado nível de atleta, as paixões "clubísticas" ficam de lado. Ronaldo está acima de tudo isso. Sorte nossa de podermos presenciar e acompanhar mais um daqueles caras que nos farão contar histórias aos nossos netos. Todos sabem que sou um aficcionado por basquete e pelos Los Angeles Lakers. Mas não conseguia ficar chateado quando via Michael Jordan acabar com os jogos. Com Ronaldo, é algo parecido.
Para concluir, deixo o excelente texto de Paulo Calçade, no site da ESPN Brasil:
O que falar de Ronaldo?
por Paulo Calçade, blogueiro do ESPN.com.br
O que falar de Ronaldo?
Que há quatro meses ele parecia mais fora do futebol do que dentro?
Que ele ainda luta heroicamente contra os quilos a mais que a balança insiste em mostrar?
Que ele tem justificado no Corinthians cada letra do apelido?
É, o Fenômeno decidiu mais uma partida.
Onde no início havia apenas uma grande jogada de marketing agora existe um jogador de futebol de verdade, um sujeito motivado e feliz.
Amparado por competentíssimos profissionais brasileiros, como o fisioterapeuta Bruno Mazziotti, R9 tem exibido força e velocidade, num trabalho de recuperação que merece entrar para a literatura médica do país.
Ronaldo faz, no Brasil, o que seus últimos anos na Europa não lhe permitiram.
Ah, os zagueiros estão aliviando a marcação...
Não foi essa a realidade do jogo.
A vitória sobre o Santos mostrou algo muito mais interessante: num futebol repleto de gente que se assusta diante do gol, Ronaldo simplifica, apresenta uma tranquilidade absurda, que pode ser confundida.
Parece que os adversários não querem tocá-lo. O problema é que não conseguem.
Quando a bola chutada por Chicão foi dominada, chegou ao gramado pronta para ser finalizada.
O terceiro gol corintiano aconteceu bem na minha frente. Durante toda a ação, não acreditei que ele tocaria por cobertura, não faria o mais difícil, passaria para Elias.
A dificuldade de um é a facilidade do outro.
Genial.
É muito bom poder ver esse tipo de jogador em gramados brasileiros, afinal o normal é vendermos os craques e compramos os campeonatos onde eles jogam.
Com Ronaldo tem sido diferente.
O jogo não acabou, mas o Corinthians deixou a Vila Belmiro debruçado sobre a taça de campeão paulista.
O Santos preferiu insistir nos mesmos erros que lhe custaram a vaga na Copa do Brasil. Mas do outro lado não havia mais o CSA.
Vagner Mancini terá de fazer o time acreditar, mas são duas pancadas muito fortes num curto espaço de tempo.
E não basta apenas acreditar, o gol não pode ser um detalhe. É preciso marcá-lo. E isso Ronaldo continua sabendo fazer muito bem num momento em que Kleber Pereira anda tão distante.
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Em condições normais, sairia puto da vida do Morumbi no último dia 19, afinal, ser desclassificado para o Corinthians costuma ser a morte. Mas não foi bem assim. O sentimento não era de felicidade, aliás não consigo descrever qual era exatamente esse sentimento, mas era algo como satisfação por ver o maior jogador brasileiro dos últimos 20 anos (me desculpe, Romário) dando um pique daqueles e fazendo o segundo gol. Não me importa se foi falha ou não do zagueiro Rodrigo do São Paulo, que perdeu na corrida para um "gordo" e do golerio Bosco, que não saiu a tempo do gol - o cara chegou no final do pique a TRINTA E SEIS KILÔMETROS POR HORA!
Se isso não bastasse, vem o primeiro jogo da final do campeonato paulista, contra o Santos. Dois golaços. No primeiro, uma matada de uma bola que chegou com um "bicão", já ajeitando para o pé esquerdo e o chute colocado e certeiro. No segundo gol, a antecipação visual da posição do goleiro, o drible de letra e o toque de mestre para encobrir Fábio Costa. Um gol que marcará história como o gol do Alex contra o São Paulo (quando o José Silvério também gritou "QUE GOLAÇO" 3 vezes antes de soltar a garganta) e o gol do Marcelinho contra o próprio Santos, também na Vila Bermiro.
A reação generalizada pelos gols decisivos que o Ronaldo vem marcando mostra que, para determinado nível de atleta, as paixões "clubísticas" ficam de lado. Ronaldo está acima de tudo isso. Sorte nossa de podermos presenciar e acompanhar mais um daqueles caras que nos farão contar histórias aos nossos netos. Todos sabem que sou um aficcionado por basquete e pelos Los Angeles Lakers. Mas não conseguia ficar chateado quando via Michael Jordan acabar com os jogos. Com Ronaldo, é algo parecido.
Para concluir, deixo o excelente texto de Paulo Calçade, no site da ESPN Brasil:
O que falar de Ronaldo?
por Paulo Calçade, blogueiro do ESPN.com.br
O que falar de Ronaldo?
Que há quatro meses ele parecia mais fora do futebol do que dentro?
Que ele ainda luta heroicamente contra os quilos a mais que a balança insiste em mostrar?
Que ele tem justificado no Corinthians cada letra do apelido?
É, o Fenômeno decidiu mais uma partida.
Onde no início havia apenas uma grande jogada de marketing agora existe um jogador de futebol de verdade, um sujeito motivado e feliz.
Amparado por competentíssimos profissionais brasileiros, como o fisioterapeuta Bruno Mazziotti, R9 tem exibido força e velocidade, num trabalho de recuperação que merece entrar para a literatura médica do país.
Ronaldo faz, no Brasil, o que seus últimos anos na Europa não lhe permitiram.
Ah, os zagueiros estão aliviando a marcação...
Não foi essa a realidade do jogo.
A vitória sobre o Santos mostrou algo muito mais interessante: num futebol repleto de gente que se assusta diante do gol, Ronaldo simplifica, apresenta uma tranquilidade absurda, que pode ser confundida.
Parece que os adversários não querem tocá-lo. O problema é que não conseguem.
Quando a bola chutada por Chicão foi dominada, chegou ao gramado pronta para ser finalizada.
O terceiro gol corintiano aconteceu bem na minha frente. Durante toda a ação, não acreditei que ele tocaria por cobertura, não faria o mais difícil, passaria para Elias.
A dificuldade de um é a facilidade do outro.
Genial.
É muito bom poder ver esse tipo de jogador em gramados brasileiros, afinal o normal é vendermos os craques e compramos os campeonatos onde eles jogam.
Com Ronaldo tem sido diferente.
O jogo não acabou, mas o Corinthians deixou a Vila Belmiro debruçado sobre a taça de campeão paulista.
O Santos preferiu insistir nos mesmos erros que lhe custaram a vaga na Copa do Brasil. Mas do outro lado não havia mais o CSA.
Vagner Mancini terá de fazer o time acreditar, mas são duas pancadas muito fortes num curto espaço de tempo.
E não basta apenas acreditar, o gol não pode ser um detalhe. É preciso marcá-lo. E isso Ronaldo continua sabendo fazer muito bem num momento em que Kleber Pereira anda tão distante.
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