Chegou a melhor época esportiva de um ano normal (leia-se não-olímpico e sem Copa do Mundo): playoffs da NBA e, em mais duas semanas, a segunda fase da Libertadores. Enquanto não começam os playoffs da NBA (e sobre eles escrevo no post de amanhã), faço uma retrospectiva da temporada regular que se encerrou na última quarta-feira. Até que minhas previsões de antes da temporada se mostraram bastante precisas em sua maioria. Acertei 14 dos 16 times classificados para os playoffs. Meus erros foram apontar Toronto no Leste, ao invés de Chicago, e Phoenix no Oeste, ao invés do Denver.
Aliás, falando em Denver, é impressionante a vantagem que os Nuggets tiveram na troca com os Pistons, que trouxe Chauncey Billups e enviou ninguém mais, ninguém menos, que Allen Iverson para Detroit. Billups assumiu a liderança do time, passou a comandar dentro de quadra, conseguiu extrair mais e mais dos jogadores (Carmelo Anthony voltou a melhorar sem a sobra do Iverson, Nene teve uma temporada excelente, Chris Andersen é o Comeback Player of the Year, JR Smith é candidato a sexto-homem, etc) e levou o time à incrível segunda campanha do Oeste. Tudo bem que os outros times do Oeste passaram o ano lutando contra contusões, mas ainda acho que é um feito e tanto. Já os Pistons, depois de várias temporadas com mais de 50 vitórias, terminaram com um pífio 39-43. Iverson? Pouco acrescentou enquanto jogou, depois se machucou, voltou, e saiu do time de novo, novamente por "contusão" (Ok, vou fingir que acredito). Só não ficaram de fora dos playoffs por incompetência da concorrência e acabram com a oitava campanha do Leste.
Conforme eu previ, o Portland Trailblazers se mostrou um time excelente, sendo um dos mais jovens da liga, talvez a maior promessa para comandar o Oeste no futuro, quando o domínio dos Lakers, que ainda pode durar um ou dois anos, se encerrar. Só fico imaginando o que seria se, ao invés de ter escolhido Greg Oden no draft de 2007, o qual infelizmente continua lutando contra contusões e passou a ver uma grande interrogação no seu futuro, tivessem escolhido Kevin Durant, que atendeu às minhas espectativas e teve um ano espetacular, sendo o 6º da liga em média de pontos (25,3), mostrando que realmente será um dos superstars da liga no futuro. Parece que há uma chance de que o raio caia de novo no mesmo lugar - todos se lembram de que o mesmo Portland conseguiu deixar passar um tal de Michael Jordan no draft de 1984, pegando Sam Bowie em seu lugar. Todos sabem onde Jordan chegou. Quase ninguém se lembra de Sam Bowie. Merece destaque também a campanha do Miami Heat, que mostrou que Dwyane Wade não traz mais nenhuma sequela das contusões antigas e voltou a ser o mesmo jogador de 2006, quando foi campeão e MVP das finais. Foi o cestinha da temporada (média de 30,2 PPG) e levou o time, cheia de novatos, incluindo o técnico à impressionante quinta posição do Leste.
Em contrapartida, ladeira abaixo foram alguns times que estão ficando velhos. Já falei dos Pistons, mas não posso deixar de falar do Phoenix Suns, que ficou fora dos playoffs. A campanha dos Suns me confirmou algumas coisas, especialmente o fato de que Steve Nash só consegue jogar no esquema run-and-gun do Mike D'Antony (agora técnico dos Knicks), o que me faz discordar ainda mais dos seus dois troféus de MVP. O mesmo vale para todo o time, aliás, que teve seu estilo de jogo totalmente alterado pelo técnico Terry Porter, para um sistema que também valoriza a defesa. Resultado: desastroso e demissão do técnico. Solução? Trocar o técnico e voltar ao esquema antigo. Resultado: explosão ofensiva, com jogos de 130 a 140 pontos, mas tomando tantos ou mais pontos dos adversários. A perda de Amare Stoudemire durante a temporada também atrapalhou, obviamente. Adeus playoffs e até o ano que vem.
As duas grandes decepções da temporada, na minha opinião, foram o New Orleans Hornets e o Utah Jazz, que acabaram coma sétima e oitava vagas do Oeste, respectivamente. Os Hornets não conseguiram aproveitar a boa base do ano passado, incrementada com a aquisição de James Posey, mesmo com mais uma temporada espetacular do Chris Paul. Provavelmente a péssima temporada do Tyson Chandler pode ser a explicação. Já os Jazz, que começaram o ano sem Deron Williams e perderam Carlos Boozer por cerca de 2 meses, não conseguiram nenhuma regularidade.
E quanto aos favoritos, os Lakers mostraram que estão focados na conquista do título, terminando com a melhor campanha do Oeste com folgas (65 vitórias), os Celtics tiveram um começo arrasador (27-2), mas caíram de rendimento, especialmente com os problemas físicos do Kevin Garnett e mesmo assim terminaram com impressionantes 62 vitórias. E o Cleveland Cavaliers, graças à temporada histórica de Lebron James, terminaram a temporada com a melhor campanha da liga (66 vitórias). O quarto favorito, os Spurs, sofreram a temporada inteira com contusões, especialmente do Manu Ginobili, que estará fora dos playoffs e ainda conseguiram a terceira campanha do Oeste.
Para finalizar, parece que essa foi a temporada que marca o início da "passagem de bastão" entre gerações. A geração de Kevin Ganett, Tim Duncan, Allen Iverson, Jason Kidd, Dirk Nowitzki e Kobe Bryant (junto com Shaq os melhores jogadores dos últimos 10 anos) está definitivamente mostrando sinais de início de queda de rendimento (muitos ultrapassaram a barreira dos 1000 na carreira), dando lugar para uma nova geração que dominará os próximos 10 anos: Lebron James, Dwyane Wade, Chris Paul, Dwight Howard, Brandon Roy e Kevin Durant. No próximo post, darei meus pitacos sobre as premiações da temporada regular e o ALL NBA TEAM.
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