Hoje é o dia do draft da NBA, quando os jogadores universitários e estrangeiros são recrutados pelos times da NBA. As regras do draft são meio confusas, mas vou explicar de forma resumida mesmo assim. Em tese, a idéia é fazer com que os times mais fracos possam ter direito de escolher os melhores jogadores. Antigamente, a ordem de escolha era igual ao que é a NFL, por exemplo: o time com a pior campanha da temporada anterior tem a primeira escolha, e assim sucessivamente. Após alguns anos, foi criada a loteria do draft, para evitar que alguns times fizessem a pior campanha de propósito para poder escolher o melhor jogador. Com a loteria, a ordem da escolha é definida por um sorteio, no qual os times que não se classificam para os playoffs participam de um sorteio pela ordem de escolha dos jogadores. Os times dos playoffs são automaticamente colocados na sequência, em ordem inversa em relação à campanha. O sistema começou bem simples, com um simples sorteio de envelopes (chances iguais para todos), evoluiu para bolinhas de ping-pong (mais bolinhas para as piores campanhas) e hoje consiste em um algoritmo que nem mesmo esse engenheiro que escreve já tentou entender.
Parece tudo muito bonito, não? Os piores times tendem a escolher os melhores jogadores, equilibrando as forças ao longo do tempo, certo? ERRADO! O resultado final raramente segue esse princípio, especialmente com o número de times que há na liga atualmente, pois para um time péssimo como, digamos, os Grizzlies, a adição de um único jogador universitário, mesmo que de ponta, nunca será suficiente para levar esse time a um nível melhor, pois ele normalmente ainda não está preparado para assumir o papel de protagonista e o restante do elenco não ajuda. O que acaba acontecendo é que o time continua fazendo campanhas pífias e o tal jogador pode ou desaparecer ou partir para outro time após o encerramento do primeiro contrato de 3 anos.
Em contrapartida, se um time que já possui boas peças dá a sorte de conseguir a primeira escolha no sorteio, aí a história é outra. Em 1997, os Spurs já contavam com uma boa equipe, mas perderam David Robinson por toda a temporada com uma contusão séria, fizeram uma campanha sofrível e na loteria conseguiram a primeira escolha, que foi “apenas” Tim Duncan. Todos sabem o resto da história: 4 títulos em 9 anos.
Pensando nisso, minha opinião é que esse sistema deveria ser alterado. Qual o problema se um time como o Phoenix Suns, por exemplo, tivesse sido sorteado com a primeira escolha desse ano e pudesse ter Blake Griffin? Não teríamos mais um concorrente no Oeste? Imaginem Blake Griffin (que será a primeira escolha e está sendo cotado com um Power Foward dominante, ao estilo Charles Barkley ou Karl Malone) junto com Dwyane Wade em Miami, ou com Chris Paul em New Orleans? Que tal Ricky Rubio (com o braço levantado na foto) em Portland ou em Detroit?
Minha sugestão é: mantém-se o sorteio, mas com chances iguais para todos os times que não se classificaram para os playoffs MAIS os times eliminados na primeira fase dos playoffs. Apenas 8 times (os semifinalistas de conferência) ficariam fora da loteria, pois esses já são times que brigam pelo título. Isso evitaria, por exemplo, o que aconteceu em 2007, o melhor draft da década, ao lado de 2003, quando dois potenciais superstars (Greg Oden e Kevin Durant) estariam disponíveis: os times que não tinham mais chances de playoffs passaram a perder jogos de forma proposital para aumentar suas chances na loteria. Boston, Milwaukee, Seattle, Memphis... todos fizeram isso. Imagine ser um dono se “season tickets” desses times numa temporada dessas. E esses times correram o risco de serem premiados – Seattle (hoje o Oklahoma City Thunder) foi premiado e pegou Durant na segunda escolha.
Para demonstrar que o sistema não cumpre o objetivo de equilibrar as forças, chegamos ao time que terá a primeira escolha de 2009 e terá Blake Griffin jogando no ano que vem: os Los Angeles Clippers. Nos últimos 33 anos, os Clippers tiveram uma das 10 primeiras escolhas 23 vezes. Dessas 23, 12 foram top-4 e em TRÊS vezes tiveram a primeira escolha geral. E qual foi a melhoria que isso representou o time? Apenas 2 participação em playoffs e uma única passagem para a semifinal de conferência. Em abril de 2000 a Revista Sports Illustrated elegeu os Clippers como a pior franquia de todos os esportes americanos. Em todos os tempos! A incompetência dos dirigentes e técnicos é imensa ao longo dos anos. Nos últimos anos, sob o comando de Mike Dunleavy, a situação chegou a tal ponto que os fãs dos Clippers desistiram de acreditar. Há quem diga que a franquia é amaldiçoada. E agora, eles são premiados com o direito de escolher uma futura estrela. Ao final da loteria, piadas começaram a serem publicadas na Internet sobre o final da carreira de Griffin antes de mesmo de ter começado.
A esperança é que os Clippers façam a mesma lambança que fizeram em outros anos e deixem passar a escolha óbvia, como já deixaram passar: Dominique Wilkins, John Stockton, Chris Mullin, Mark Price, Scottie Pippen, Mark Jackson, Glen Rice, Rasheed Wallace, Amare Stoudemire, Jerry Stackhouse, Kevin Garnett, Kobe Bryant, Paul Pierce, Vince Carter, Mike Bibby, Caron Butler e Danny Granger. Mas, considerando que o draft desse ano parece bem fraco (apenas Griffin e Rubio merecem maior destaque), o provável é que Blake Griffin, para sua infelicidade, acabe mesmo no primo pobre dos Lakers.
Parece tudo muito bonito, não? Os piores times tendem a escolher os melhores jogadores, equilibrando as forças ao longo do tempo, certo? ERRADO! O resultado final raramente segue esse princípio, especialmente com o número de times que há na liga atualmente, pois para um time péssimo como, digamos, os Grizzlies, a adição de um único jogador universitário, mesmo que de ponta, nunca será suficiente para levar esse time a um nível melhor, pois ele normalmente ainda não está preparado para assumir o papel de protagonista e o restante do elenco não ajuda. O que acaba acontecendo é que o time continua fazendo campanhas pífias e o tal jogador pode ou desaparecer ou partir para outro time após o encerramento do primeiro contrato de 3 anos.
Em contrapartida, se um time que já possui boas peças dá a sorte de conseguir a primeira escolha no sorteio, aí a história é outra. Em 1997, os Spurs já contavam com uma boa equipe, mas perderam David Robinson por toda a temporada com uma contusão séria, fizeram uma campanha sofrível e na loteria conseguiram a primeira escolha, que foi “apenas” Tim Duncan. Todos sabem o resto da história: 4 títulos em 9 anos.
Pensando nisso, minha opinião é que esse sistema deveria ser alterado. Qual o problema se um time como o Phoenix Suns, por exemplo, tivesse sido sorteado com a primeira escolha desse ano e pudesse ter Blake Griffin? Não teríamos mais um concorrente no Oeste? Imaginem Blake Griffin (que será a primeira escolha e está sendo cotado com um Power Foward dominante, ao estilo Charles Barkley ou Karl Malone) junto com Dwyane Wade em Miami, ou com Chris Paul em New Orleans? Que tal Ricky Rubio (com o braço levantado na foto) em Portland ou em Detroit?
Minha sugestão é: mantém-se o sorteio, mas com chances iguais para todos os times que não se classificaram para os playoffs MAIS os times eliminados na primeira fase dos playoffs. Apenas 8 times (os semifinalistas de conferência) ficariam fora da loteria, pois esses já são times que brigam pelo título. Isso evitaria, por exemplo, o que aconteceu em 2007, o melhor draft da década, ao lado de 2003, quando dois potenciais superstars (Greg Oden e Kevin Durant) estariam disponíveis: os times que não tinham mais chances de playoffs passaram a perder jogos de forma proposital para aumentar suas chances na loteria. Boston, Milwaukee, Seattle, Memphis... todos fizeram isso. Imagine ser um dono se “season tickets” desses times numa temporada dessas. E esses times correram o risco de serem premiados – Seattle (hoje o Oklahoma City Thunder) foi premiado e pegou Durant na segunda escolha.
Para demonstrar que o sistema não cumpre o objetivo de equilibrar as forças, chegamos ao time que terá a primeira escolha de 2009 e terá Blake Griffin jogando no ano que vem: os Los Angeles Clippers. Nos últimos 33 anos, os Clippers tiveram uma das 10 primeiras escolhas 23 vezes. Dessas 23, 12 foram top-4 e em TRÊS vezes tiveram a primeira escolha geral. E qual foi a melhoria que isso representou o time? Apenas 2 participação em playoffs e uma única passagem para a semifinal de conferência. Em abril de 2000 a Revista Sports Illustrated elegeu os Clippers como a pior franquia de todos os esportes americanos. Em todos os tempos! A incompetência dos dirigentes e técnicos é imensa ao longo dos anos. Nos últimos anos, sob o comando de Mike Dunleavy, a situação chegou a tal ponto que os fãs dos Clippers desistiram de acreditar. Há quem diga que a franquia é amaldiçoada. E agora, eles são premiados com o direito de escolher uma futura estrela. Ao final da loteria, piadas começaram a serem publicadas na Internet sobre o final da carreira de Griffin antes de mesmo de ter começado.
A esperança é que os Clippers façam a mesma lambança que fizeram em outros anos e deixem passar a escolha óbvia, como já deixaram passar: Dominique Wilkins, John Stockton, Chris Mullin, Mark Price, Scottie Pippen, Mark Jackson, Glen Rice, Rasheed Wallace, Amare Stoudemire, Jerry Stackhouse, Kevin Garnett, Kobe Bryant, Paul Pierce, Vince Carter, Mike Bibby, Caron Butler e Danny Granger. Mas, considerando que o draft desse ano parece bem fraco (apenas Griffin e Rubio merecem maior destaque), o provável é que Blake Griffin, para sua infelicidade, acabe mesmo no primo pobre dos Lakers.
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