O que mais impressionou no jogo 3 foi o aproveitamento do Orlando Magic nos arremessos: 62,5%, recorde em jogos de finais de NBA. No primeiro tempo, o aproveitamento foi ainda melhor: 73% (isso mesmo! SETENTA E TRÊS!). E mesmo assim os Lakers chegaram ao final do jogo com chances de vencer. Se mantiverAm sempre a uma distância relativamente próxima no placar (ao redor de 5 pontos), chegando a empatar em 99-99 a 2:41 do final. O que se seguiu a partir daí foi algo que não estamos acostumados – o melhor “finalizador” de partidas na NBA, Kobe Bryant, não conseguiu “finalizar” o Orlando Magic: errou um arremesso de 3 pontos com o jogo 101-99 para os donos da casa, errou um de dois lances-livres (no jogo errou 5 de 10) quando perdia por 104-101 e participou de um erro, junto com Pau Gasol, quando tinham a chance de empatar ou virar o jogo (estava 104-102 para o Magic) a 28 segundos do final.
O Orlando Magic fechou o jogo em 108-104 e agora perde a série por 2-1, evitando o buraco de estar perdendo por 3-0 (o que seria praticamente impossível de virar, já que estão enfrentando os Lakers e não os Yankees). Rafer Alston finalmente apareceu na série, com 21 pontos e com a confiança do técnico Stan Van Gundy, que o deixou em quadra por 37 minutos, limitando Jameer Nelson a apenas 11 (primeiro ajuste). J.J. Redick, que inexplicavelmente ficou muito tempo em quadra no jogo dois, sequer entrou em quadra no jogo 3 (segundo ajuste). Mikael Pietrus também se apresentou bem (18 pontos) e Dwight Howard finalmente apresentou números de seu calibre (21 pts, 14 rebs). Rashard Lewis e Hedo Turkoglu fizeram o que se espera deles (21 e 18 pts, respectivamente). Tudo isso, com o aproveitamento espetacular de arremessos e fica difícil perder um jogo.
Do outro lado, Lamar Odom não manteve a seqüência de boas atuações (apenas 11 pts e 2 rebotes). Pau Gasol manteve a regularidade no ataque (23 pts), mas pegou apenas 3 rebotes. e Kobe Bryant, que explodiu para 17 pontos no primeiro quarto e deu sinais de que veríamos uma apresentação memorável, não conseguiu manter o ritmo ofensivo e fez apenas 14 pontos no restante da partida, incluindo os erros de lances livres (5 de 10) e os 4 turnovers.
Mas o que intriga, como escrevi no começo desse post, é que, apesar de uma disparidade tão grande em alguns números e nas atuações dos jogadores, o Orlando Magic poderia perfeitamente ter perdido o jogo. Quando o segundo quarto terminou, os impressionantes 73% de aproveitamento nos arremessos representaram uma vantagem de apenas 5 pontos (59-54). E precisaram que Kobe Bryant não conseguisse fazer o último quarto que costuma fazer para escapar com a vitória. Por isso que acho que os Lakers têm muita chance de vencer o jogo 4, amanhã, pois é improvável que o Magic repita o aproveitamento nos arremessos e é improvável que Kobe Bryant cometa os mesmos erros (lembrou Michael Jordan naquele jogo de 1995, quando cometeu um erro primário num dos jogos da final do leste, contra o mesmo Orlando Magic e no mesmo ginásio, que custou a derrota dos Bulls). E é bom citar comentário feito pelo Jeff Van Gundy, durante a transmissão da ESPN, falando do jogo 2: "você sabe o quão grande um jogador é quando ele termina um jogo com 29 e insatisfeito com sua atuação".
Para finalizar, outros 2 comentários:
1) O trio que comanda o jogo na narração original da ESPN é espetacular: Mike Breen narrando (só não digo que é o melhor narrador de basquete por que Marv Albert é insuperável) e a dupla de comentaristas formada por Mark Jackson (ex-armador dos Knicks e dos Pacers) e Jeff Van Gundy (irmão do técnico do Orlando Magic, Stan Van Gundy e ex-técnico dos Knicks e dos Rockets). A narração é impecável, os comentários são precisos e ainda o humor entre eles é excelente.
2) Espetacular a abertura da transmissão feita pela ABC, com montagens de lances e cenas de finais passadas. Vale conferir:
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