No Brasil ainda é relativamente pequena a participação em Fantasy Games. Pra quem não sabe, são jogos on line (nem sempre foi assim, já volto a esse ponto) onde fãs de esporte montam equipes próprias, com jogadores reais, e se utilizam do desempenho real desses jogadores nos campeonatos que disputam para somar pontos nesses jogos “de fantasia”.
A versão brasileira mais conhecida é o Cartola FC, do Sportv, com base nas estatísticas do campeonato brasileiro de futebol. Ainda no futebol, os jogos da UEFA (tanto da Champions League quanto da Euro) funcionam mais ou menos da mesma forma.
Mas nos Estados Unidos os Fantasy Games são uma verdadeira febre. E começaram antes mesmo do advento da Internet. Já li histórias de meados dos anos 80, quando um grupo de amigos se reunia, escolhia jogadores da NBA e um deles, normalmente o mais fanático (ou seria desocupado?) passava a semana coletando as estatísticas em todos os jornais para transferir as pontuações para o fantasy. Com a Internet, obviamente, tudo ficou mais fácil, além de possibilitar a massificação da brincadeira. Hoje, as principais ligas profissionais americanas – basquete, futebol americano, baseball, hockey, futebol e até automobilismo, entre outras – possuem a versão fantasy.
O site da ESPN, por exemplo, traz disponíveis as versões em todas as modalidades. Outras opções são o yahoo ou os sites das próprias ligas (NBA, NFL, MLB, NHL, etc). Em todos esses jogos, há uma infinidade de ferramentas para que os jogadores, ou melhor, “owners” possam pesquisar ao máximo na hora de montar as equipes: colunistas especializados no assunto, rankings pré-definidos, todas as estatísticas imagináveis, e por aí vai. Além disso, a ferramenta de draft on line (evento no qual os owners se “encontram on line” para escolher os jogadores dos respectivos times) é impressionante. E, acreditem, os mais fanáticos gastam um tempo enorme pesquisando os melhores jogadores ou tentando descobrir quais serão os “sleepers” (jogadores de estatísticas baixas na temporada anterior que podem arrebentar na temporada que se aproxima).
A seguir mostro alguns exemplos do que os fantasy games representam (ou podem representar) nos Estados Unidos:
• O jogo entre Philadelphia Eagles e Dallas Cowboys, no último dia 15 de setembro, no Monday Night Footbal, foi o evento de maior audiência da história da TV a cabo dos Estados Unidos. Convenhamos, era um jogo da segunda semana do campeonato e será que o fato de que são 2 dos principais times da NFL e considerados entre os favoritos ao título antes da temporada seria suficiente para tal recorde? Bill Simmons escreveu uma coluna com argumentos bem razoáveis afirmando que um dos principais motivos de tamanha audiência seria as implicações que o resultado do jogo traria para o fantasy NFL, afinal, o número de jogadores top envolvidos (Tony Romo, Donovan McNabb, Brian Westbrook, Terrel Owens, etc) era muito grande e o número de fantasy points a serem distribuídos, no último jogo da rodada (era um Monday Night Football), definiria a classificação de muitas ligas.
• Na última semana, o mesmo Bill Simmons, juntamente com Mattew Berry (ESPN's new Senior Director of Fantasy – olha o cargo!) lançaram um desafio para os fãs para que fosse criada uma liga de fantasy basketball, na qual os participantes seriam os dois (Simmons e Berry) mais 8 fãs que mandassem os e-mails mais criativos, podendo até oferecer “presentes” para ganhar a vaga. Para quem tiver paciência e curiosidade, o processo seletivo foi registrado em 2 podcasts: aqui e aqui.
Eles receberam MILHARES de e-mails, com algumas respostas beirando ao absurdo. Um cara chegou a oferecer sua própria irmã ao Mattew Berry. Outro, ofereceu itens de colecionador do Boston Red Sox ao Bill Simmons (incluindo um card autografado pelo Manny Ramirez). E esses dois não foram escolhidos. Entre os vencedores, um membro da marinha que se encontra no Iraque, um cientista de foguetes que promoteu entitular sua tese de PhD como “Simmons-Berry-Fulano Theorem” e um que prometeu deixá-los escolher qualquer coisa a ser tatuada em seu corpo. Os últimos 27 minutos do segundo podcast traz os finalistas e os escolhidos.
• Há quem ache que não se está muito longe de ocorrer um crime motivado por uma questão de um fantasy game. Vejam ESSA NOTÍCIA.
• E o fato que mais me chamou a atenção ultimamente: a menos de um mês da eleição para presidente dos Estados Unidos, Barack Obama passou um dia inteiro com Ricky Reilly escolhendo jogadores para aquela semana do fantasy football. E com conhecimento de causa. Detalhe para a frase: "Man, this is more important than politics! This is football!"
São apenas alguns exemplos. Eu mesmo já utilizei algumas horas da última semana pesquisando para as duas ligas que participo (ambas da NBA). E como as duas são de regras diferentes, a pesquisa foi dobrada. Já participei de um draft ontem (sábado) e acho que me dei bem. Nesta segunda-feira, será o outro, na Michael Chang’s League, com a galera do Bolão NBA, que entra na sua terceira temporada. Durante esta semana, coloco as escalações de minhas equipes por aqui...
Que comece a temporada 2008-2009 do Fantasy NBA!
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