segunda-feira, 19 de outubro de 2009

MARADONA E A ARGENTINA

Em novembro do ano passado escrevi um texto para o Blog do Balu falando sobre ídolos e situações que podem manchar seu lugar na história. O grande exemplo que dei foi sobre o então recém-anúncio de Diego Maradona como técnico da Seleção Argentina. Na época, escrevi:

Maradona foi anunciado como o novo técnico da seleção argentina de futebol. Minha primeira reação foi: ‘Como assim? Por quê?’. E eu não estava pensando do ponto de vista técnico, ou seja, colocaram um cara sem praticamente nenhuma experiência na função no ‘topo da hierarquia’ da mesma função – já temos o exemplo do Dunga na seleção brasileira. O meu ponto é: o que leva um cara que é o maior ídolo de seu país a assumir um posto onde parte desse respeito que ele adquiriu possa ser colocado em prova e até questionado? Sabemos da pressão que o cargo envolve – lá não é muito diferente que aqui - e como as coisas vão ser quando os eventuais e possíveis maus resultados começarem a aparecer? Vão chamá-lo de burro? Haverá coro ‘fora Diego’?

Parecia roteiro pronto, não? Resultado: a Argentina conseguiu a classificação para a Copa do Mundo de 2010 na bacia das almas e o índice de rejeição de Maradona junto aos torcedores chegou a mais de 80%. De quebra, após o jogo contra o Uruguai, quando garantiu a classificação, ainda proporcionou declarações mais do que fortes aos jornalistas. É evidente que o desgaste seria ainda maior se a vaga na Copa fosse perdida, mas, mesmo com a classificação, o desgaste atingiu um nível desnecessário e que poderia ter sido evitado, considerando tratar-se do maior ídolo da história argentina, que agora reduziu em parte toda a história gloriosa que acumulou, com méritos, dentro de campo (nem vou entrar na questão de seus problemas pessoais).

Aproveitando, até entendo o pessoal que torceu pela Argentina contra o Uruguai. Utilizaram o argumento de que a Copa do Mundo precisa ter todos os grandes times presentes, já que é um dos dois maiores eventos esportivos do planeta e todos os melhores devem estar lá. Mas, por esse lado, então pra que precisamos de eliminatórias? Bastaria classificar automaticamente Brasil, Itália, Alemanha, Inglaterra, Argentina, França e Uruguai (os campeões mundiais) e deixar as eliminatórias apenas para os demais. Se um time não consegue a classificação dentro de campo, ainda mais nas eliminatórias sulamericanas, com 10 países, 5 vagas (4 diretas e 1 para repescagem) e babas como Bolívia, Peru e Venezuela, então tem mais é que esperar mais 4 anos mesmo. Eu torci MUITO para o Uruguai, primeiramente pelo histórico de jogadores uruguaios que brilharam no São Paulo: Pablo Furlan, Pedro Rocha, Daryo Pereira, Diego Lugano, entre outros. E, em segundo lugar, porque prefiro a Argentina fora da Copa mesmo... é um concorrente a menos para o Brasil, os caras são tão chatos quanto os corinthianos quando se classificam para Libertadores (sabemos o que acontece na sequência, mas mesmo assim...) e (agora devo comprar briga) não conseguiram nenhum desempenho digno de aplausos nas últimas 4 edições de Copa do Mundo (nenhuma semifinal e ainda o papelão de 2002), fato que vai de contra a tese de que a Copa perde com a ausência da Argentina. Mas agora eles estão classificados e só nos resta esperar pela tradicional dobradinha em 2010: fiascos da Argentina na Copa e do Corinthians na Libertadores.
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Um comentário:

Danilo Balu disse...

Torcer pela Argentina é diferente de mudar as regras para que eles se classifiquem. Quem com eu torceu a favor, apenas acha mais legal eles que os péssimos uruguaios.
Essa semana na Veja saiu um artiguinho mais ou menos sobre o Maradona no Roberto Pompeu de Toledo.
Não lembro quem me falou essa semana que argentino é tão idiota que fica endeusando um cara que fez m&rda a vida inteira e deita em cima deles porque eles deram essa liberdade pra ele tocar a vida dessa forma errática. Nesse pto essa liberdade não demos ao Pelé nem pra ninguém mais.
Abrax