terça-feira, 26 de maio de 2009

TEMOS DUAS SÉRIES - parte II

Se os Nuggets estão dando uma mega-canseira nos Lakers, o que dizer do que o Orlando Magic está fazendo com os Cavs? Aqueles que vinham sendo considerados os favoritos não somente para a conquista do Leste, como para o título da NBA estão com as costas contra a parede e só não estão em situação pior porque Lebron James executou um verdadeiro milagre no jogo 2.

Em outubro passado comentei com a cidade de Philadelphia sofrera com mais de 20 anos sem um grande título até comemorar o título dos Phillies na World Series de 2008. Esses 20 e poucos anos não são nada perto dos 45 sem títulos da cidade de Cleveland, desde o título da NFL do Cleveland Browns em 1964. Os Indians? Último título em 1948. Durante todo esse tempo, derrotas dolorosas marcaram os times da cidade, sendo os mais famosos a derrota dos Indians na World Series de 1997 para o Florida Marlins (aquele jogo 7 foi um dos jogos mais dramáticos que me lembro de ter assistido em minha vida, não só de baseball, mas de qualquer esporte) e a derrota dos Cavs para o Chicago Bulls na primeira fase dos playoffs de 1989, quando um tal de Michael Jordan executou a façanha do vídeo a seguir, o que ficou conhecido simplesmente como "The Shot":



E parecia que a fila se encerraria nesse ano, ainda mais depois da conquista da melhor campanha da liga e das duas varridas nas duas primeiras fases dos playoffs, contra os Pistons e os Hawks. Veio o Orlando Magic, depois de uma série complicada de 7 jogos contra os Celtics, quando viraram após estar perdendo por 3x2, vencendo o jogo 7 em Boston. No primeiro jogo, assisti apenas até o intervalo, quando os Cavs venciam por 16 pontos e foram para o vestiário em êxtase após a cesta de antes do meio da quadra do Mo Williams. O jogo não estava sendo transmitido ao vivo – a ESPN fez o favor de só transmiti-lo após os jogos da Copa do Brasil, começando à meia noite. Estava morrendo de sono, o jogo estava fácil. Logo, vou dormir. No dia seguinte, chego no trabalho e descubro que o Orlando reagiu e venceu por 1 ponto de diferença. Não entendi nada.

O que ouvi/li de muitos analistas no dia seguinte é que essa derrota era um mal necessário para os Cavs, um “wake up call” pelo qual todos os campeões passam uma hora ou outra. O jogo 2 seria diferente. Começa o jogo 2 e, na metade do segundo quarto, os Cavs venciam por 43x20. Um massacre. Recebi uma mensagem do meu amigo Dante comentando “Que surra, hein?”. Como num replay do jogo 1, o Magic reagiu, e com uma cesta de Hedo Turkoglu abriu 2 pontos de vantagem a 1 segundo do final. Liguei para o Dante na hora. Ainda estávamos falando quando Lebron James fez isso:



Eu e o Dante gritamos muito alto no telefone. Seria um novo “The Shot”, dessa vez em favor do Cleveland? Seria o fato que confirmaria o “wake up call” e faria com que os Cavs virassem a série a seu favor? Vamos para o jogo 3.

No jogo 3, já em Orlando, o que vimos foi que o Orlando Magic é quem parecia o time favorito e que estava na missão do título. Mesmo com o seu principal jogador, Dwight Howard, com seus minutos limitados devido ao excesso de faltas, o Magic comandou o jogo desde o começo, com muito mais opções ofensivas e um sistema defensivo muito eficiente, reduzindo a velocidade e a movimentação dos Cavs, contestando todos os arremessos e aproveitando todas as vantagens de matchups. Mikael Pietrus já se transformou no meu jogador favorito nesse time. Vitória por 99x89 e a vantagem de 2x1 na série. E, se não fosse o arremesso milagroso de Lebron James no jogo 2, a série estaria 3x0.

E agora, os Cavs estão com as costas contra a parede e vão para o jogo 4, nesta terça-feira à noite, em Orlando, com a obrigação de vitória, para não caírem no buraco de uma desvantagem de 3x1 na série. Vamos ver o que Lebron James pode aprontar, sob o risco de mais uma derrota dolorida para a cidade de Cleveland e do final da possibilidade de uma final entre Lebron e Kobe.

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