segunda-feira, 25 de maio de 2009

TEMOS DUAS SÉRIES - parte I

Já faz alguns meses, especialmente após a confirmação das contusões de Kevin Garnett (Celtics) e Manu Ginobili (Spurs), que todos os que acompanham a NBA vêm falando que a final desse ano seria uma das mais previsíveis da história, pois ninguém imaginava que Lakers e Cavaliers teriam algum problema em confirmar o favoritismo e vencerem as respectivas conferências. Pois não é nada disso que está acontecendo nas finais do leste e do oeste. Ambos estão tendo sérios problemas sem suas respectivas séries e a tal final antecipada, que já vinha rendendo até anúncios publicitários, como o da figura desse post, com toda a discussão Kobe x Lebron, não só na corrida pelo prêmio de MVP, como na provável decisão pelo título, pode não ocorrer.

No Oeste, os Lakers, depois de terem que precisar de 7 jogos para eliminar os Rockets, passaram dois verdadeiros sufocos nos dois primeiros jogos da série, mesmo jogando em LA. O Denver Nuggets mostrou que não chegou à final de conferência por acaso e poderia muito bem ter saído de LA com 2 vitórias. No primeiro jogo, após abrir 16 pontos de diferença, sofreram a reação de Kobe e Cia. Kobe terminou com 40 pontos, sendo 18 no último quarto, incluindo 4 lances-livres decisivos no último minuto que selaram a vitória por 105 x103. No segundo jogo, ocorreu o contrário: dessa vez, os Lakers abriram vantagem logo no começo, que foi superada pelos Nuggets ainda no segundo quarto. No final do jogo, Carmelo Anthony mostrou que deve ser considerado em qualquer discussão sobre os melhores jogadores da liga (esse clube não deve ficar restrito a Kobe, Lebron e D-Wade). Vitória dos Nuggets por 106 x 103, calando a torcida de LA. Mas os Lakers, que faziam seu quarto jogo em 7 dias, entraram no jogo 3, já em Denver, dispostos a retormar o mando de quadra perdido. Numa noite na qual as bolas de Carmelo Anthony não cairam, Kobe Bryant assumiu o jogo mais uma vez, dessa vez com ajudas decisivas de Pau Gasol e Trevor Ariza e comandou a vitória dos Lakers por 106 x 103.

Principais fatores dessa séria até agora:

1) A condição física dos Lakers: já citei que foram 4 jogos em 7 dias e o ritmo será mantido, já que o jogos estão marcados para acontecer a cada 2 dias; Lamar Odom está com problemas nas costas, Kobe está claramente cansado (reflexo do fato de ter atingido a marca de 1000 jogos na carreira, sendo mais de 200 jogos nos últimos dois anos, se considerarmos temporada regular, playoffs e os jogos da seleção olímpica). Ao final do jogo 3 ele nem se preocupou em esconder sua condição, dando a entrevista com as mãos apoiadas nos joelhos, ofegante. A repórter finalizou a entrevista com um "Thank you, Kobe, go get some rest" ("Obrigada, Kobe, trate de descansar um pouco").

2) Apesar de que Andrew Bynum e Lamar Odom ainda não terem contribuído como poderiam, Travos Ariza assumiu o posto de terceiro melhor jogador do time. O combo Kobe-Gasol-Ariza foi o maior responsável pelas vitórias e é muito difícil bater um time quando 2 estrelas mais um terceiro jogam num nível acima.

3) Do outro lado, os Nuggets também possuem seu próprio combo, que tem a base Billups-'Melo e que foi completado no jogo 2 por Linas Klenza, que trouxa as bolas de 3 pontos para ajudar na vitória. Nenê está sofrendo com o excesso de faltas e Kenion Martin está muito irregular.

4) O Matchup Kobe-Carmelo está interessantísimo. Melhores amigos na seleção olímpica em Pequim, o que fica evidente em alguns momentos da partida, estão exibindo aquele tipo de determinação que só se vê em superstars. A diferença é que o jogo extremamente físico dos Nuggets está levando Kobe a ter que fazer valer cada ponto marcado, chegando ao final dos jogos parecendo Jack Bauer sofrendo com o agente biológico que o infectou nos últimos episódios de "24". Enquanto isso, Carmelo está me surpreendendo: confesso que tinha uma visão dele como um jogador meio indolente, displicente, mas agora percebo que a verdade é que ele tem talento DEMAIS, pois ele pontua com tamanha facilidade que parece não precisar derrubar uma única gota de suor. Mas é aí que está o perigo, pois ainda acho que em alguns jogos falta aquela concentração para superar um mal começo, como aconteceu no jogo 3.


5) George Karl: eu disse na minha previsão que não confiava nele. Vejam o final do jogo 3. Com o jogo ainda a ser decidido, ele já havia queimado todos os pedidos de tempo, o que impossibilitou parar o relógio, avançar a bola até o meio da quadra e procurar um arresso equibilibrado numa jogada treinada. Restou tentar uma correria e alguns arremessos desequilibrados, que obviamente não resultaram em pontos. Também não entendi por que ele deixou Dahntay Jones (o melhor marcador do Kobe) em quadra, no início do jogo 2, quando fez a segunda falta. Só foi retirá-lo da quadra quando fez a quarta-falta, ainda no primeiro quarto.

Hoje à noite teremos o jogo 4. Uma vitória dos Lakers e a série deve se encerrar na próxima quarta-feira em LA. Uma vitória dos Nuggets e a quase-certeza de que iremos até o jogo 7. Obviamente torcerei para a primeira hipótese, tanto para confirmar minha previsão e meu palpite no bolão que participo (Lakers em 5), mas para que os amarelos possam ter alguns dias de descanso enquanto o "Cleveland Lebrons" e o Orlando Magic continarão se matando do outro lado. Mas, considerando a forma como os Lakers se comportaram na série contra os Rockets, acredito que o mais provável sejá uma vitória dos Nuggets, e com relativa facilidade.

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