Nos últimos 10 anos tivemos:
- 10 Campeonatos Brasileiros;
- 10 Libertadores;
- 10 edições da UEFA Champions League;
- 10 Mundiais Interclubes;
- 10 temporadas da NBA;
- 10 temporadas da NFL;
- 10 temporadas da MLB;
- 40 torneiros de Grand Slam de Tênis e 10 Masters Cup;
- 40 Majors de golfe;
- 2 Copas do Mundo;
- 3 Jogos Olímpicos;
Isso apenas para citar os eventos que eu acompanho regularmente. Se pensarmos, por exemplo, nos mundiais de outras modalidades (vôlei, atletismo, natação, basquete, etc), as possibilidades aumentariam ainda mais. E mesmo assim peguei o desafio de eleger os 10 grandes confrontos da década. Em dado momento, me vi numa encruzilhada conceitual, pois alguns momentos começaram a pipocar na minha lembrança e não representavam exatamente em confrontos inesquecíveis, mas sim em conquistas memoráveis. Confuso? No começo também era para mim. Tentando esclarecer: defini os confrontos considerando o equilíbrio e o desfecho até certo pronto surpreendente, não necessariamente representando uma zebra, mas sim o fator emoção. No caso dos “momentos”, prevalecem a questão da performance, resultado alcançado e inclusão na história.
Ainda não está claro? Não tem problema... na falta de 10, vou registrar 20 fatos esportivos históricos (pelo menos para mim) que serão mencionados nas conversas dos malucos por esporte por muitas décadas no futuro. Hoje, aqueles que eu classifiquei como “confrontos”. Na sequência, os classificados como “momentos marcantes”.
Da lista de confrontos é o único que não levou o vencedor ao título – os Lakers venceram essa série e a final do Oeste, mas perderam para os Pistons na final da NBA. Mas o jogo teve um dos desfechos mais emocionantes da historia, com duas cestas praticamente impossíveis nos segundos finais: primeiro, Tim Duncan consegue um arremessoincrível, marcado por Shaquile O’Neal, para dar a liderança aos Spurs e deixando apenas 0,4 segundos no cronômetro. Fim de jogo, certo? Errado! A bola ainda iria para as mãos de Derek Fisher... Na minha opinião, depois do “Helmet Catch” (ver número 2 dessa lista), o lance da década.
O jogo não foi necessariamente um primor de técnica, mas o desfecho do jogo, com o gol de Grosso no final da prorrogação, abrindo o caminho da classificação da Itália para a final, foi inesquecível. Ainda houve tempo para o gol de Del Piero, calando os alemães e iniciando a arrancada final da Itália para o tetracampeonato. Talvez a final da Copa tenha ficado mais na memória da maioria, graças ao caso Zidane, mas para mim, esse foi O JOGO da Copa do Mundo de 2006.
Lembro que durante o primeiro tempo chegavam vários e-mails de amigos sobre o vareio que o Liverpool estava tomando do Milan (e vejam a empolgação do narrador italiano), que foi para o vestiário com a vantagem de 3x0. Os ingleses, numa reação espetacular, empataram o jogo, resistiram à pressão do Milan na prorrogação, e venceram nos pênaltis, conquistando o campeonato europeu, se qualificando para outro dos grandes confrontos dessa minha lista, mas volto a ele daqui a pouco.
Ainda não havia embarcado para Pequim, então assisti ao vivo pela TV ainda em casa. Vou usar a descrição do Balu: “Em outra prova duríssima para que Phelps obtivesse seu recorde de medalhas, o revezamento americano vinha de 2 JOs sem ouro. Os franceses com 2 recordistas mundiais, a sempre forte Austrália e a então campeã olímpica África do Sul fizeram desse provavelmente o maior revezamento dos últimos tempos. Jason Lezak abre em 2º a última perna atrás do francês recordista mundial, mas ninguém conta que ele faria os 100m lançados mais rápidos da história com inacreditáveis 46,06. As 4 primeiras equipes batem o antigo recorde mundial.”
Um jogo de 5 horas de duração, com 16x14 no quinto set e que deu a Roger Federer o recorde de conquistas de Grand Slams, com 15 títulos, um a mais que Pete Sampras. CQD.
Após estarem vencendo a série por 3x1, os Lakers perderam o jogo 5 em casa (e a chance de fechar a série em 4x1), perderam o jogo 6 em Portland e começaram o último quarto do jogo 7, em Los Angeles, com uma desvantagem de 13 pontos. Jogando contra um timaço (Damon Stoudemire, Steve Smith, Scottie Pippen, Rasheed Wallace e Arvidas Sabonis), parecia que o sonho de vencer seu primeiro título pós showtime (time dos anos 80 com Magic Johnson), o primeiro da dupla Shaq e Kobe, teria que esperar mais um ano. Numa reação espetacular, que incluiu uma sequência de 25x04, os Lakers conseguiram a vitória e a classificação para as finais, quando venceriam os Pacers em 6 jogos e conquistariam o primeiro de uma série de 3 títulos. A ponte aérea de Kobe para Shaq a 40 segundos do final acabou com as pretensões dos Blazers.
Se a lista fosse puramente emotiva, esse jogo estaria na primeira colocação. O gol do Mineiro, a pressão do Liverpool, as defesas fantásticas do Rogério Ceni (especialmente na cobrança de falta perfeita de Steven Gerrard), os gols corretamente anulados por impedimento. O coração quase saiu pela boca. E o mundo era tricolor pela terceira vez.
Os dois maiores rivais dos últimos 10 anos, em um jogo que quase não acabou devido à falta de luz natural no All England Club, interrompido algumas vezes pela chuva e com lances antológicos. Possivelmente (e discutivelmente) o melhor jogo da história do tênis.
Sem dúvida, o “upset” da década. Os Patriots jogavam não só para se firmarem com o time da década e confirmar o que os americanos chamam de dinastia, com o quarto título em 8 anos, como tentavam o incrível título invicto (conseguido apenas pelos Dolphins em 1972, mas com 4 jogos a menos na temporada regular). O jogo, que deveria ser fácil, tornou-se dramático. Mesmo assim, o Touchdown marcado a 3 minutos do final parecia garantir a vitória. Mas Eli Manning comandou uma campanha fantástica para os Giants, incluindo o “Helmet Catch” de David Tyree (para mim, o lance da década) e o Touchdown da vitória de Plaxico Burres.
Os Red Sox vinham com 86 anos sem títulos e perdiam de 3x0 para os maiores rivais. Nunca na história do Baseball (e nem no Basquete) algum time havia conseguido vencer uma série melhor de 7 jogos após perder os 3 primeiros. No jogo 4, em Boston, os Yankees venciam por 4x3 e Mariano Rivera (o maior “closer” da história) arremessava para fechar a série. Um walk, uma roubada de base por David Roberts e uma rebatida empataram o jogo. O Home Run de Davi Ortiz no 12º inning deu a vitória e a sobrevida na série. Ainda tivemos o jogo histórico de Curt Schilling com o tendão do calcanhar costurado (“The Blood Sox Game”) e a vitória nos jogos 6 e 7 em pleno Yankee Stadium, acabando com qualquer maldição que poderia existir. (Infelizmente, não consegui encontrar bons vídeos no Youtube).
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