quarta-feira, 18 de março de 2009

MUDANÇA NA FÓRMULA 1

Ontem foi anuncianda a mudança na forma de disputa do Campeonato Mundial de Fórmula 1. A partir desse ano, será campeão o piloto que conseguir o maior número de vitórias na temporada. Os pontos por corrida continuam valendo (10, 8, 6, 5, 4, 3, 2, 1), mas apenas para critério de desempate e classificação do segundo lugar do campeonato em diante. Por esse novo critério, Felipe Massa seria campeão no ano passado, pois teve mais vitórias que Lewis Hamilton (acabou perdendo o campeonato por apenas 1 ponto).

Nos anos em que Michael Schumacher era soberano na Fórmula 1, foi feita uma mudança para tentar evitar que ele abrisse tanta vantagem sobre os demais corredores, o que fazia com que o campeonato acabasse em julho ou agosto. E foi uma mudança exatamente no sentido oposto, de desvalorizar a vitória, que antes representavam 10 pontos, contra 6 pontos para o segundo colocado. Com a mudança, a vitória continuou valendo 10 pontos, mas o segundo lugar passou a valer 8.

E agora, essa nova mudança. O argumento usado pelo chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, é que agora as corridas serão mais emocionantes, pois "alguém que está em segundo agora vai tentar vencer, é melhor do que pensar que não valeria a pena ultrapassar e correr riscos por causa de dois pontos". É bem possível que isso ocorra, mas em princípio, não gostei, pelo simples fato de que pode comprometer a justiça do campeonato. Explico: imagine que, das 18 corridas, o piloto A vença 9 e não complete nenhuma das outras 9. Enquanto isso, o piloto B ganha outras 8 corridas e chegue em segundo lugar em todas as outras 10. Nesse caso, seria justo que o piloto A seja o campeão? Eu também acho que não. Essa foi só uma combinação do que pode acontecer. Outras mais ou menos radicais podem mostrar o mesmo resultado.

Alguém pode dizer: "Ah, mas são as regras!". Calma lá! Sou um dos primeiros a valorizar as regras, desde que sejam as mesmas para todos os competidores, mas acho que tudo tem seu limite. Por que simplesmente não volta a se valorizar a vitória? Que passe a valer, 12, 13 ou até 15 pontos. Mas não concordo com duas coisas: 1) Que se deixe de lado a regularidade e 2)Que as regras sejam mudadas em espaços tão curtos de tempo. No futebol, os pontos corridos já se mostraram ser a forma mais justa para os campeonatos nacionais. O Brasil ficou inventando formas diferente de disputas por muito tempo, mas agora vem numa sequência de 7 anos com a mesma fórmula, a qual já está assimilidada pelos torcedores, que já perceberam as consequências positivas de um campeonato de pontos corridos.

É verdade que o campeonato de Fórmula 1 tende a ser disputado e emocionante da mesma forma, mas só o fato de se abrir uma possibilidade de que algum tipo de injustiça gritante aconteça já é motivo para que eu fique com um pé atrás.

OBS.: após publicar o post, recebi um e-mail do meu amigo Luciano Sobral, o "PJ", com o link para este comentário de Cláudio Carsughi sobre a mudança. Ele concorda comigo (na verdade, eu é que concordo com ele, que é o especialista), utilizando até um exemplo parecido.
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