A foto acima é do Santos, Campeão Mundial de 1962. Entre os anos 50 e 60, esse time, com mudanças ao longo do tempo em seu elenco, mas sempre com a presença de Pelé, conquistou inúmeros títulos, entre eles 5 Taças Brasil (1961 a 1965) e um Roberto Gomes Pedrosa, o Robertão, em 1968. No mesmo período, conquistou duas vezes a Taça Libertadores e o Mundial Interclubes (1962 e 1963). Possivelmente um dos melhores times de todos os tempos, se não o melhor. A presença de Pelé dispensa comentários. Por que esse time precisaria de mais algum tipo de reconhecimento?
Pois bem. Nessa semana o Santos e outros clubes (Palmeiras, Bahia, Botafogo, Cruzeiro e Fluminense) que venceram a Taça Brasil e o Robertão entre 1959 e 1971 realizaram um evento de lançamento de um dossiê, com o objetivo de serem reconhecidos como "Campeões Brasileiros" devido a esses títulos. O Campeonato Brasileiro só passou a existir oficialemente em 1971. Com a eventual unificação, Santos e Palmeiras, por exemplo, passariam a ser considerados octacampeões brasileiros.
É complicado tratar esse assunto sem deixar se envolver por paixões pessoais. É óbvio que cada torcedor vai defender o que trouxer mais conquistas para o seu time de coração. Mas o jornalista Paulo Vinícius Coelho, o PVC, da ESPN Brasil, faz uma descrição muito boa sobre a Taça Brasil e o Robertão e uma análise bem imparcial, comentando de forma muito pertinente que estamos falando de campeonatos e realidades diferentes e, por isso, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, ou seja, não se deve misturar esses diferentes campeonatos.
Eu até posso entender o reconhecimento do Robertão como Campeonato Brasileiro, pois afinal a comparação é justa, assim como a comparação entra o Campeonato Intercontinental e o Mundial de Clubes da Fifa, que também são podem ser considerados "irmãos". Mas, no caso da Taça Brasil, já acho um exagero, principalmente se lembrarmos que, em 1967, ambos os campeonatos, Taça Brasil e Robertão, foram disputados e vencidos pelo Palmeiras. E agora o Palmeiras quer comemorar dois campeonatos nacionais de um mesmo ano? Exagero, não? O próprio PVC sá um exemplo muito relevante, que é o caso da Inglaterra, onde a FA Cup é mais antiga que a Premier League e nem por isso é considerada campeonato nacional. Dou o exemplo também da NFL - haviam títulos nacionais antes de 1967, mas quando unificaram as ligas, só passou a importar o Super Bowl e os Steelers são os maiores vencedores com 6 títulos. É calro que os títulos da fase anterior de Bears, Packers, Eagles e Lions (e não são poucos) são importantes, mas são outra história.
Em sua coluna sobre o assunto, Paulo Calçade toca em um outro aspecto, dizendo com muita propriedade que os dirigentes deveriam se preocupar mais com o presente do que com o passado. O que farão, por exemplo, os presidentes do Fluminense, Botafogo e Bahia se esses títulos forem reconhecidos? Como disse o Rodrigo Berber: "vão fazer camisas com os títulos, vender milhões e capturar o dinheiro? Ou serve pros atuais presidentes colocar que 'na minha gestão fomos reconhecidos como campeões brasileiros de 1969'?". Na minha opinião (e de muita gente que eu conheço), Fluminense e Botafogo deixaram de ser times grandes faz algum tempo. E agora parece que descobriram como reverter isso... comemorar títulos de 40, 45 anos atrás. É patético.
Até aceito o reconhecimento do Robertão. Isso tornaria o Palmeiras hexacampeão (1967, 1969, 1973, 1974, 1993 e 1994), o Santos tricamepeão (1968, 2002 e 2004) e o Fluminense bicampeão (1970 e 1984). Mas ainda acho que são realidades distintas. A Taça Brasil, na minha opinião, nem pensar.
Mas, falando agora como sãopaulino (chato com razão, como sempre diz meu amigo Danilo Bessa, o Batata), para nós não tem problema. Se a CPF tornar o Palmeiras octacampeão, podemos passar mais 3 anos até conquistar o eneacampeonato (colaboração do Fabrício) e nos tornarmos soberamos mais uma vez. O problema é que, em 2011, quando estivermos usando as camisas 9-5-5 (ou 9-4-4, 9-4-3, 9-3-3, sei lá), é bem provável que o pessoal da Água Branca entre com um novo dossiê solicitando o reconhecimento de algum quadrangular disputado em 1948 e 1949 contra Sampaio Correio, Vitória e América-RJ para poder comemorar mais dois títulos via FAX.
Pois bem. Nessa semana o Santos e outros clubes (Palmeiras, Bahia, Botafogo, Cruzeiro e Fluminense) que venceram a Taça Brasil e o Robertão entre 1959 e 1971 realizaram um evento de lançamento de um dossiê, com o objetivo de serem reconhecidos como "Campeões Brasileiros" devido a esses títulos. O Campeonato Brasileiro só passou a existir oficialemente em 1971. Com a eventual unificação, Santos e Palmeiras, por exemplo, passariam a ser considerados octacampeões brasileiros.
É complicado tratar esse assunto sem deixar se envolver por paixões pessoais. É óbvio que cada torcedor vai defender o que trouxer mais conquistas para o seu time de coração. Mas o jornalista Paulo Vinícius Coelho, o PVC, da ESPN Brasil, faz uma descrição muito boa sobre a Taça Brasil e o Robertão e uma análise bem imparcial, comentando de forma muito pertinente que estamos falando de campeonatos e realidades diferentes e, por isso, uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, ou seja, não se deve misturar esses diferentes campeonatos.
Eu até posso entender o reconhecimento do Robertão como Campeonato Brasileiro, pois afinal a comparação é justa, assim como a comparação entra o Campeonato Intercontinental e o Mundial de Clubes da Fifa, que também são podem ser considerados "irmãos". Mas, no caso da Taça Brasil, já acho um exagero, principalmente se lembrarmos que, em 1967, ambos os campeonatos, Taça Brasil e Robertão, foram disputados e vencidos pelo Palmeiras. E agora o Palmeiras quer comemorar dois campeonatos nacionais de um mesmo ano? Exagero, não? O próprio PVC sá um exemplo muito relevante, que é o caso da Inglaterra, onde a FA Cup é mais antiga que a Premier League e nem por isso é considerada campeonato nacional. Dou o exemplo também da NFL - haviam títulos nacionais antes de 1967, mas quando unificaram as ligas, só passou a importar o Super Bowl e os Steelers são os maiores vencedores com 6 títulos. É calro que os títulos da fase anterior de Bears, Packers, Eagles e Lions (e não são poucos) são importantes, mas são outra história.
Em sua coluna sobre o assunto, Paulo Calçade toca em um outro aspecto, dizendo com muita propriedade que os dirigentes deveriam se preocupar mais com o presente do que com o passado. O que farão, por exemplo, os presidentes do Fluminense, Botafogo e Bahia se esses títulos forem reconhecidos? Como disse o Rodrigo Berber: "vão fazer camisas com os títulos, vender milhões e capturar o dinheiro? Ou serve pros atuais presidentes colocar que 'na minha gestão fomos reconhecidos como campeões brasileiros de 1969'?". Na minha opinião (e de muita gente que eu conheço), Fluminense e Botafogo deixaram de ser times grandes faz algum tempo. E agora parece que descobriram como reverter isso... comemorar títulos de 40, 45 anos atrás. É patético.
Até aceito o reconhecimento do Robertão. Isso tornaria o Palmeiras hexacampeão (1967, 1969, 1973, 1974, 1993 e 1994), o Santos tricamepeão (1968, 2002 e 2004) e o Fluminense bicampeão (1970 e 1984). Mas ainda acho que são realidades distintas. A Taça Brasil, na minha opinião, nem pensar.
Mas, falando agora como sãopaulino (chato com razão, como sempre diz meu amigo Danilo Bessa, o Batata), para nós não tem problema. Se a CPF tornar o Palmeiras octacampeão, podemos passar mais 3 anos até conquistar o eneacampeonato (colaboração do Fabrício) e nos tornarmos soberamos mais uma vez. O problema é que, em 2011, quando estivermos usando as camisas 9-5-5 (ou 9-4-4, 9-4-3, 9-3-3, sei lá), é bem provável que o pessoal da Água Branca entre com um novo dossiê solicitando o reconhecimento de algum quadrangular disputado em 1948 e 1949 contra Sampaio Correio, Vitória e América-RJ para poder comemorar mais dois títulos via FAX.
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