Após a desclassificação da Libertadores de 2009 e a demissão do técnico Muricy Ramalho, escrevi um longo texto sobre o São Paulo. Não concordava com a demissão do Muricy, que havia conquistados 3 títulos nacionais consecutivamente. Ele fora demitido após mais uma desclassificação na Libertadores, a quarta consecutiva, e a diretoria entendia que seu ciclo no clube havia chagado ao fim e que sua liderança estava desgastada com muitos jogadores. Que estava na hora de mudar. E muitos sãopaulinos conhecidos meus concordavam com isso.
Hoje, pouco mais de 13 meses depois, estamos exatamente na mesma situação: mais uma desclassificação na Libertadores (agora na semifinal para o Internacional) e na segunda parte da tabela de classificação no campeonato brasileiro. E, mais uma vez, sem técnico. A aposta Ricardo Gomes se mostrou um completo fiasco e o mesmo não teve seu contrato renovado. Ele chegou a ter um bom momento no Campeonato Brasileiro do ano passado, quando o time deu mais uma arrancada e chegou a liderar o campeonato a quatro rodadas do final. Parecia que histórico tetra aconteceria. Mas derrotas para o Botafogo e para o Goiás (ambas de virada) acabaram com as nossas chances – quando Muricy deixaria o time tomar as duas viradas como aquelas?
O começo de 2010 foi desesperador: derrotas em todos os clássicos, atuações pífias, insistência com jogadores que deveriam ter sido mandados embora há tempos (leia-se Richarlysson e Dagoberto). Antes dos jogos contra o Cruzeiro cheguei a escrever um texto falando de cada jogador. Na sequência tivemos a única atuação digna do ano, no Mineirão, contra o Cruzeiro. Veio a parada para a Copa do Mundo e o nosso agora ex-técnico teve a proeza de piorar o time com 40 dias de treino. Qual a chance de isso acontecer com o Muricy? Chegou ao ponto de, para manter Richarlysson no time, dessa vez como terceiro zagueiro pela esquerda, deslocou o excelente Miranda para a direita, quando até o meu cachorro sabe que o lugar dele era... na esquerda! Minha cabeça dói.
Contra o Internacional, montou o time de forma covarde no primeiro jogo (esqueceu da regra do gol fora de casa?) e no segundo jogo, para manter Dagoberto, teve que recuar o Fernandão para a armação. Resultado: o técnico do Inter, Celso Roth, nomeou o excelente volante Sandro para marcar Fernandão individualmente durante os 90 minutos e o nosso camisa 15 não conseguiu jogar. Sim, nosso ex-técnico tomou nó tático do Celso Roth!
Muito obrigado por nada, Ricardo Gomes!
O que mais preocupa é que as possibilidades de nomes para assumir o comando do time são, em geral, em técnicos novatos, com pouco tempo de carreira. Nomes como Silas, Wagner Mancini, Sérgio Soares, Leonardo, e até mesmo Dunga (meu Deus!) são mencionados. Não é disso que o São Paulo está precisando. Precisamos de alguém que assuma o comando, imponha respeito e faça o time jogar... imediatamente! Nada de experiências!
Enquanto isso, outros times se mexeram e foram buscar os técnicos que poderiam fazer alguma diferença. O Palmeiras conseguiu trazer o Felipão (agora só precisa montar o time). O Corinthians, que perdeu Mano Menezes para a Seleção Brasileira, fechou com Adilson Batista, que, apesar de ser da nova geração, fez ótimos trabalhos no Grêmio e no Cruzeiro e já é uma realidade. E o nosso bom e velho Muricy está na liderança do Campeonato Brasileiro, pelo Fluminense.
Se alguma renovação tem que ser feita, que seja no elenco. Que os jogadores de base voltem a ser aproveitados e que jogadores que estão jogando com o nome (especialmente os dois citados anteriormente, entre alguns outros) sejam dispensados.
E agora a Diretoria segue sem saber quem contratar para dirigir o time. O único nome de peso que vem na minha cabeça é Paulo Autuori, mas é muito caro para trazê-lo de volta do Oriente Médio. Chamem-me de viúva do Muricy, eu não me importo, mas a partir do momento da sua demissão, o time que se orgulhava de ser um exemplo de organização e planejamento voltou ao lugar comum.
(editado após a publicação original):
A opção da Diretoria foi efetivar o técnico das categorias de base, Sérgio Baresi, no time principal. É uma opção melhor do que trazer um nos "novatos" do mercado. Pelo menos já conhece os jogadores da base e como o clube funciona (se é que essa segunda coisa é uma vantagem). De repente, estamos inciando uma nova fase de reconstrução, como foi feito com Rojas em 2003, que resultou na grande mudança do elenco em 2004 e a montagem do time campeão da Libertadores e Mundial em 2005.
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