quinta-feira, 27 de novembro de 2008

LINHA ECONÔMICA

Até que enfim alguém pensou no nosso bolso... ter que comprar todo ano é complicado...



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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

sábado, 22 de novembro de 2008

TORCEDORES e torcedores

Nessa reta final do Campeonato Brasileiro o tema "Torcedores" esteve presente no noticiário e nas diversas rodas de discussão. Ouvi e li em alguns lugares afirmações que dizem que a torcida do São Paulo, por exemplo, é "torcida de moda" e que só aparece nas horas boas, como agora, com o time na liderança e com boas chances de ser campeão mais uma vez. Pior que isso, ouvi até de alguns sãopaulinos que torcedor de verdade é só aquele que acompanha o time (por "acompanhar" entenda-se "ir ao estádio") em todos os jogos, seja na boa ou na má fase. Acho isso uma tremenda bobagem. Concordo que existam aqueles que mal conseguem escalar o time, ou ao menos citar 5 jogadores, e que só aparecem nessas horas, mas é um absurdo generalizar.

Meu sogro, Sr. Eduardo, é um dos maiores sãopaulinos que eu conheço. É sócio-torcedor mesmo morando em outra cidade (Santos). Assiste a TODOS os jogos pela TV (e ai de quem interromper durante uma transmissão). Tem mais informação sobre o time do que a grande maioria dos outros sãopaulinos que conheço - sabe até sobre os jogadores da base. Mas ele não vai a nenhum jogo (na verdade só costuma ir nos jogos contra o Santos na Vila Belmiro, onde aliás estamos invictos em 6 jogos). O fato de ser um "torcedor de sofá" o torna menos sãopaulino do que alguém que foi nos 18 jogos disputados no Morumbi até agora no Brasileiro? Tenho certeza que não.

Ir ao estádio não é uma tarefa das mais prazerosas... o acesso é ruim, não há transporte coletivo adequado (aliás, não há transporte coletivo nenhum!), estacionar o carro é uma aventura (que vontade de atropelar aqueles "guardadores" que vêm até o meio da rua pra tentar te empurrar pra uma vaga - cadê a polícia?), dentro do estádio o conforto é sofrível (se incluirmos os banheiros, o adjetivo correto é lamentável), e a saída acaba sendo uma aventura maior que a entrada (ah, que saudades do Ninho de Pássaro...). Se há opções para assistir aos jogos em casa confortavelmente, por que não?

Além disso, por mais contraditório que possa parecer, sou ao mesmo tempo um fã incondicional do futebol (e de esportes em geral, como já deu pra perceber), mas tenho uma visão mais relacionada ao custo-benefício do "espetáculo". Meu ponto é o seguinte: não vou perder tempo, dinheiro e passar por situações desconfortáveis (como descritas no parágrafo anterior) para assistir a um jogo de uma fase sem importância ou com o time jogando mal. Pra quê? Para passar nervoso? Não, obrigado! Prefiro acompanhar no conforto de casa. Vez ou outra acabo frequentando um ou outro jogo sem importância, mas normalmente quando não tenho programa melhor. Clássicos contra Palmeiras ou Corinthians? Não consigo nem me lembrar quando foi a última vez que fui num desses - acho que nosso técnico ainda era o Telê.

Pra muita gente isso é um problema. Dizem que torcida que é torcida acompanha o time até na má fase, como a torcida do Palmeiras e do Corinthias encheram os estádios durante as campanhas da segunda divisão. Como já escrevi antes, não consigo entender todo esse orgulho em fazer uma campanha vitoriosa na série B. Pra mim seria vergonhoso ter caído e jamais daria meu dinheiro para o time que me fez passar por tamanha vergonha. Quer ver meu dinheiro novamente? Volte à boa fase.

Mesmo assim, sou um frequentador dos estádios com relativa frequência. Costumo ir a todos os jogos da Libertadores (essa sim uma competição importante desde o começo) e vários jogos decisivos do Brasileiro. Neste ano fui ao Maracanã no fatídico jogo contra o Fluminense. Apesar do resultado e da tristeza (infelizmente às vezes faz parte), não deixou de ser um baita espetáculo em termos esportivos. Comprei alguns jogos pelo pay-per-view. E nunca deixo de acompanhar os jogos e os resultados. Isso não me faz ser mais torcedor que meu sogro ou menos torcedor que alguns conhecidos meus que vão em 90% dos jogos. De novo, não consigo entender essa obrigação de ter que ir ao estádio para demonstrar ser torcedor de verdade.

Chega num extremo que existem aqueles "torcedores profissionais", que são em grande parte membros de torcidas organizadas. São aqueles que vivem para acompanhar o time - são facilmente reconhecidos quando alguma baderna acontece, seja numa invasão de treino, num tumulto no aeroporto quando o time está embarcando ou desembarcando, seja numa briga de rua. Gostaria sinceramente de saber como esses caras arrumam dinheiro para se sustentar, já que aparentemente não trabalham e têm tempo para tumultuar o trabalho dos outros - leia-se treino do time. Sim, estou sendo irônico, é lógico que faço uma boa idéia de onde esse pessoal tira dinheiro, mas essa é uma história para um outro texto. Lembro de um jogo de Libertadores em que o São Paulo jogou MUITO mal e a torcida da arquibancada azul (onde não entra organizada), tentou empurrar o time até onde deu. No final do jogo, reclamou e vaiou. Fomos duramente xingados pelo pessoal da arquibancada laranja, como se não fôssemos torcedores de verdade.

Só vou ao cinema ver filme que me interessa. Quando acabo num filme ruim, ficou puto da vida. Só vou em show de artista que gosto e que sei que vai me proporcionar um espetáculo agradável. E uso o mesmo critério no futebol e no esporte em geral. Só pra falar de outra modalidade, no caso a minha preferida, o basquete, não perco meu tempo acompanhando campeonatos nacionais, pois o nível é muito ruim. Prefiro assistir a um jogo da NBA ou da Euroliga na TV. Atravessei o mundo para ver os melhores jogando em Pequim (nessa hora entraria o slogan daquele cartão de crédito) e ainda estou com uma pulga atrás da orelha por não ter pago a fortuna que os cambistas queriam pelo ingresso na final do basquete masculino. Porque sei que o nível do evento seria garantido. E foi.

Estive no Morumbi no último domingo e estarei lá novamente no dia 30, no jogo contra o Fluminense (eles de novo!), quem sabe comemorando mais um título do São Paulo. Meu sogro estará devidamente posicionado no seu canto preferido do sofá... e ambos fazendo uma das coisas que mais gostamos, sem nos preocupar se somos torcedores de moda, de sofá, ou profissionais (3 batidas na madeira). Somos simplesmente torcedores.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

PARTICIPAÇÃO NO BLOG DO BALU

Nesta semana um texto meu está publicado no blog do meu grande amigo Balu, na sessão 4a feria a 4 mãos. Todas as quartas feiras ele publica um texto de algum outro blogueiro convidado e agora foi a minha vez. Para ler o texto, basta clicar aqui.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

RAPID EYE MOVEMENT

Nem sempre vou escrever sobre esportes. E essa é uma das vezes. Você sabe que uma banda pode ser colocada entre as grandes da história quando você sai de um baita show e começa a lembrar de muitas outras excelentes músicas que não foram tocadas. Foi o que aconteceu comigo ao final do show do R.E.M. na última terça-feira, no Via Funchal em São Paulo. Foi a segunda vez que eu fui a um show deles, a primeira no Rock In Rio de 2001. E mais uma vez eles fizeram um show absolutamente impecável. A postura deles é exatamente a mesma, seja tocando para as quase 200 mil pessoas em 2001 ou para 3.000 nesse último show. Michael Stipe, um dos dois carecas mais legais do rock - o outro é Peter Garret do Midnight Oil - tem um carisma todo particular, Mike Mills é um músico pouco comentado, mas está para Michael Stipe assim com The Edge está para Bono. E Peter Buck consegue distorcer o som de sua guitarra sem afetar as belíssimas melodias.

Houve homenagem para Barack Obama, como descrito nesta matéria de O Globo. Particularmente, tendo a concordar mais com meu amigo Balu, que se preocupa quando a classe artística e intelecutal se alinha a favor de algum político. Ele estava falando em termos de Brasil, mas a relação com a eleição americana é maior do que se imagina.

Mas, voltando ao que realmente interessa nesse post, foi um show energizante. As imagens no telão, com as câmeras em constante movimento, saíram do habitual "apenas mostrar a banda" e criaram uma sensação de velocidade ou, por que não, de Rapid Eye Movement (o movimento dos olhos durante os sonhos - R.E.M.). Obviamente, as músicas que mais levantaram o público foram os hits Losing My Religion e Imitation Of Life, mas o que me deixou mais satisfeito foi a ausência de músicas dos discos mais recentes e o grande número de músicas álbuns dos anos 80 e do fantástico Automatic For The People, de 1992, que está na minha lista dos 10 melhores álbuns dos anos 90. O último álbum, Accelerate, é muito bom, talvez o melhor desde Automatic, com destaque para "Supernatural Superserious" e "Man-Sized Wreath". Recomendo!

E só uma grande banda pode se dar ao luxo de exibir um set list deixando de fora músicas com Fall On Me, The Sidewinder Sleepes Tonight, Stand, Pop Song 89, entre muitas outras. Em compensação, clássicos como Orange Crush e Pretty Persuation, as belíssimas Everybody Hurts e Nightswimming, Man On The Moon e o maior clássico, It's The End Of The World As We Know It (And I Fell Fine), deixaram esse fã mais do que satisfeito.

Set List:

1. Living Well Is the Best Revenge
2. These Days
3. What's the Frequency, Kenneth?
4. Driver 8
5. Drive
6. Man-Sized Wreath
7. Ignoreland
8. Exhuming McCarthy
9. Imitation Of Life
10.Pretty Persuasion
11. The Great Beyond
12. Everybody Hurts
13. 7 Chinese Bros.
14. The One I Love
15. I’ve Been High
16. Nightswimming
17. Bad Day
18. I’m Gonna DJ
19. Orange Crush
20. It's the End of the World As We Know It (And I Feel Fine)

21. Supernatural Superserious
22. Losing My Religion
23. Maps and Legends
24. Begin the Begin
25. Man On The Moon

terça-feira, 4 de novembro de 2008

TABUS BIZARROS - POLÍTICA E ESPORTE

A foto ao lado foi tirada pelo meu amigo Vitor Ohtsuki, torcedor fanático dos times de Nova York, em sua última visita à cidade. É um tipo de contagem regressiva para o último dia do mandato de George W. Bush, que será em 20 de janeiro de 2009. Qual a relação? Um dos tabus mais incríveis de que eu tenho conhecimento: os New York Yankees são a franquia com maior número de títulos na história da Major League Baseball, num total de 26 conquistas, TODAS CONQUISTADAS QUANDO HAVIA UM PRESIDENTE DEMOCRATA NA CASA BRANCA. Coincidência? Não podemos nos esquecer que os Yankees, mesmo com a maior folha de pagamento da liga, não conseguem vencer um título desde 2000, exatamente o último ano do mandato do democrata Bill Clinton. E antes dos títulos de 1996, 1998, 1999 e 2000, todos durante a era Clinton, haviam ficado toda a era Bush (pai) e Reagan, ambos republicanos, na fila. E, além de tudo, vale lembrar das derrotas em 2001 para o Arizona Diamondbacks, time mais jovem da história a ganhar um título, em 2003 para o Florida Marlins e em 2004 para o Boston Red Sox, quando conseguiram a proeza de perder uma série após estarem vencendo por 3x0.

Minha visão de engenheiro garante que é óbvio que é uma grande coincidência, mas não deixa de ser um fato muito curioso. E, por isso, os torcedores não vêem a hora da posse de Barack Obama como presidente. Mas é bom lembrar que a presença de republicano na Casa Branca significa ZERO de possibilidades de título, enquanto a presença de um democrata não garante nenhuma conquista, apenas faz com que deixe de ser impossível. Se eu fosse eles, estaria mais preocupado em reforçar a rotação dos arremessadores titulares do que fazer campanha para o Democrata.

Outro tabu mais do que curioso foi lançado ontem pelo e excelente Everaldo Marques, da ESPN, em seu blog , também relacionando política e esportes . Trata-se da suposta influência que o último jogo do time da capital, Washington Redskins, antes do dia da eleição teria sobre o resultado da corrida pela Casa Branca. O fato seria que, nas últimas 17 eleições (isso mesmo, DEZESSETE - são 68 anos), sempre que os Redskins vencem o último jogo antes da eleição, o partido que teve mais votos na eleição anterior vence a eleição. Quando perde, vence o candidato do partido que teve menos votos na última eleição. Nesse caso, a derrota de ontem para o Pittsburgh Steelers seria mais um motivo para acreditar na vitória de Barack Obama, que parece que vai se concretizar. É bom enfatizar que o que deve ser considerado é o número de votos da eleição anterior, e não o eleito. Em 2000, Al Gore teve mais votos que George W. Bush, mas não foi eleito devido ao sistema eleitoral americano. Em 2004, os Redskins perderam os último jogo antes da eleição, para o Green Bay Packers, e o partido que teve menos votos em 2000, no caso o Republicano, reelegeu o presidente.

Às vezes, durante os jogos, são lançadas algumas informações que me fazem perguntar: "como é que alguém pensou em algum momento em 1) guardar determinada informação e 2) lembrar de colocá-la na transmissão exatamente nesse momento relevante?". O fato que os americanos adoram todos os tipo de estatística e conseguiram construir uma história, seja política ou esportiva, repleta de fatos e informações documentadas. Podemos levantar estatísticas de qualquer temporada da maioria das modalidades esportivas. Infelizmente ainda não consegui ver nada igual no Brasil, nem que seja apenas no futebol, a modalidade mais popular.

(Obs.: este post foi editado devido a um erro de interpretação que eu havia feito sobre o tabu dos Washington Redskins. De forma equivocada, eu havia entendido que o que valia era o eleito da última eleição, e não o que teve mais votos. Faço um agradecimento especial ao próprio Everaldo Marques que esclareceu a minha confusão.)

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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

QUE DOMINGO!

Que domingo, hein?

O Brasil chegou a comemorar um título mundial na Fórmula 1 por cerca de 30 segundos, antes que Lewis Hamilton ultrapassasse Timo Glock para arrancar o título de Felipe Massa. Estava num bar com alguns amigos assistindo à corrida e, quando na penúltima volta, vimos a ultrapassagem de Sebastian Vettel sobre Hamilton, demoramos alguns segundos para perceber que o inglês havia caído para a sexta posição (na verdade só tivemos certeza quando apareceu o número 6 ao lado de seu nome na tela), o que daria o título ao brasileiro. A última volta durou bem mais do que 1'28", parecia uns 15minutos. Felipe Massa (1º), Fernando Alonso (2º) e Kimmi Raikkonen (3º) cruzaram a linha de chegada e eu fiquei gritando deseperado "O Glock ainda não passou! Cadê o Glock? Cadê o Glock?". Glock ficou pra trás, tentando se manter na pista molhada com os pneus de pista seca. Como escreveu o Berber agora há pouco: "Se fosse filme a gente provavelmente falaria: “Nossa, que final forçado!!!” ". Pena que não foi filme...

Nos fatos menos comentados, um pouco antes da corrida em Interlagos, Marilson Gomes vencia a maratona de NY pela segunda vez (a primeira em 2006) e o barco sueco Ericsson 4, cujo comandante é o brasileiro Torben Grael (uma lenda, bicampeão olímpico), encerrava a primeira etapa (21 dias entre Alicante, na Espanha, a Cidade do Cabo, na África do Sul) da volta ao mundo Volvo Ocean Race na primeira colocação.

E no final do dia, o São Paulo assumiu a liderança isolada do Campeonato Brasileiro de Futebol pela primeira vez no ano, após vencer o Internacional por 3x0 no Morumbi. Agora tem 62 pontos, contra 61 do Palmeiras, 60 do Grêmio, 58 do Cruzeiro e 57 do Flamengo. No começo do segundo turno, o Tricolor chegou a ficar 12 pontos atrás do líder Grêmio, mas agora assume a ponta. Gostaria de destacar uma das respostas do Muricy na coletiva após o jogo. Perguntado se, considerando que o time passou o campeonato todo (faltam 5 rodadas) correndo altras dos líders, alguma coisa mudaria agora que o time chegou à liderança. A resposta é emblemática:

"Muda um pouco, sim. Agora vamos ter que treinar mais, se concentrar (concentração no sentido de isolamento do grupo antes dos jogos) ainda mais e eu vou cobrar ainda mais".

É por essas e outras que o São Paulo é o atual bicampeão brasileiro e tem chances de conquistar o inédito tricampeonato. Muricy é chamado por muitos de teiomoso, turrão, mal-humorado, etc., mas os resultados aparecem. Dizem que ele demora para acertar o time, o que até certo ponto é verdade e pode ter custado resultados melhores na Libertadores de 2007 e 2008 (foi vice em 2006), mas qual técnico brasileiro tem melhor resultado nos últimos 3 anos? Dois títulos nacionais, uma vice sul-americano (que poderia ser o título se não fosse a expulsão do Josué no início do primeiro jogo contra o Inter em 2006, sem contar o gol do Washignton aos 48' do segundo tempo nesse ano), e possibibilidades reais de um tricampeonato. Não tenho do que reclamar. Assim que ele conquistar uma libertadores, passará a ocupar o mesmo patamar de Telê Santana.

Foi muito criticado ao apostar no Hugo, que chegou a ficar com um-pé-e-meio fora do Morumbi, mas voltou numa hora de dificuldades e acabou por assumiu um papel importantíssimo no time, mas que recebe pouca importância: aquele meia que ajuda o ataque, volta pra marcar com certa eficiência e ainda faz gols. É o mesmo papel que Leandro desempenhava no time do ano passado, com a diferença que Hugo faz mais gols. Pode não ser o jogador dos sonhos da torcida, mas não deixa de ser importante. Confesso que o terceiro cartão amarelo que ele tomou hoje me deixa mais preocupado do que se a suspensão fosse, por exemplo, de um dos atacantes.

Eu ainda não havia escrito aqui no blog, mas já vinha dizendo nas rodas de conversa (amigos, trabalho) há algumas semanas: o campeonato fica entre São Paulo e Palmeiras. O problema é que, SEMPRE que o São Paulo tentou um tricampeonato paulista (foi bi 4 vezes), teve suas pretensões eliminadas exatamente pelo Palmeiras. Espero que dessa vez a história seja diferente.

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