Nem sempre vou escrever sobre esportes. E essa é uma das vezes. Você sabe que uma banda pode ser colocada entre as grandes da história quando você sai de um baita show e começa a lembrar de muitas outras excelentes músicas que não foram tocadas. Foi o que aconteceu comigo ao final do show do R.E.M. na última terça-feira, no Via Funchal em São Paulo. Foi a segunda vez que eu fui a um show deles, a primeira no Rock In Rio de 2001. E mais uma vez eles fizeram um show absolutamente impecável. A postura deles é exatamente a mesma, seja tocando para as quase 200 mil pessoas em 2001 ou para 3.000 nesse último show. Michael Stipe, um dos dois carecas mais legais do rock - o outro é Peter Garret do Midnight Oil - tem um carisma todo particular, Mike Mills é um músico pouco comentado, mas está para Michael Stipe assim com The Edge está para Bono. E Peter Buck consegue distorcer o som de sua guitarra sem afetar as belíssimas melodias.
Houve homenagem para Barack Obama, como descrito nesta matéria de O Globo. Particularmente, tendo a concordar mais com meu amigo Balu, que se preocupa quando a classe artística e intelecutal se alinha a favor de algum político. Ele estava falando em termos de Brasil, mas a relação com a eleição americana é maior do que se imagina.
Mas, voltando ao que realmente interessa nesse post, foi um show energizante. As imagens no telão, com as câmeras em constante movimento, saíram do habitual "apenas mostrar a banda" e criaram uma sensação de velocidade ou, por que não, de Rapid Eye Movement (o movimento dos olhos durante os sonhos - R.E.M.). Obviamente, as músicas que mais levantaram o público foram os hits Losing My Religion e Imitation Of Life, mas o que me deixou mais satisfeito foi a ausência de músicas dos discos mais recentes e o grande número de músicas álbuns dos anos 80 e do fantástico Automatic For The People, de 1992, que está na minha lista dos 10 melhores álbuns dos anos 90. O último álbum, Accelerate, é muito bom, talvez o melhor desde Automatic, com destaque para "Supernatural Superserious" e "Man-Sized Wreath". Recomendo!
E só uma grande banda pode se dar ao luxo de exibir um set list deixando de fora músicas com Fall On Me, The Sidewinder Sleepes Tonight, Stand, Pop Song 89, entre muitas outras. Em compensação, clássicos como Orange Crush e Pretty Persuation, as belíssimas Everybody Hurts e Nightswimming, Man On The Moon e o maior clássico, It's The End Of The World As We Know It (And I Fell Fine), deixaram esse fã mais do que satisfeito.
Set List:
1. Living Well Is the Best Revenge
2. These Days
3. What's the Frequency, Kenneth?
4. Driver 8
5. Drive
6. Man-Sized Wreath
7. Ignoreland
8. Exhuming McCarthy
9. Imitation Of Life
10.Pretty Persuasion
11. The Great Beyond
12. Everybody Hurts
13. 7 Chinese Bros.
14. The One I Love
15. I’ve Been High
16. Nightswimming
17. Bad Day
18. I’m Gonna DJ
19. Orange Crush
20. It's the End of the World As We Know It (And I Feel Fine)
21. Supernatural Superserious
22. Losing My Religion
23. Maps and Legends
24. Begin the Begin
25. Man On The Moon
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