sexta-feira, 18 de junho de 2010

GAME 7



Sabemos que Jack Nicholson estará ocupando seu lugar no courtside do Staples Center. Qualquer um que se arriscar fazer qualquer outro tipo de previsão para o jogo de hoje à noite estará correndo o sério risco de passar vergonha.

Jogo 7 das finais da NBA (o terceiro dos últimos 21 anos). Lakers e Celtics – as duas equipes mais vitoriosas da história da liga (32 títulos somados), as mais tradicionais, a maior rivalidade. Pela décima-primeira vez se enfrentam em uma final. Pela quinta vez, a final chega a um jogo 7 (os Celtics venceram as outras 4 vezes). A Copa do Mundo que me desculpe, mas não há jogo mais importante do que esse até o próximo dia 11 de julho (e olha lá!).

E realmente é muito difícil fazer qualquer precisão. Basta fazermos um resumo do que foram os primeiros 6 jogos da série:

JOGO 1: Lakers 102, Celtics 89.
- Pau Gasol: 23 pontos e 14 rebotes
- Ron Artest: 15 pontos, 5-10 FG e 3-5 3pt FG
- Kobe Bryant: 30 pontos
- Rebotes: Lakers 42, Celtics 31
- Pontos no garrafão: Lakers 48, Celtics 30
Os Lakers dominaram o jogo inteiro, chegando a abrir diferença de 30 pontos no terceiro quarto.

JOGO 2: Celtics 103, Lakers 94
- Ray Allen: 32 pontos, sendo 27 no primeiro tempo, com 8 arremessos certos de 3 pontos (recorde em finais), sendo 7 no primeiro tempo (outro recorde).
- Rajon Rondo: Triple-double: 19 pontos, 10 assistências, 12 rebotes.
- Rebotes: Celtics 44, Lakers 39
- Pontos no garrafão: Celtics 36, Lakers 26
- Pontos dos reservas: Celtics 24, Lakers 15
Ray Allen esteve incrível no primeiro tempo e Rajon Rondo matou o jogo quando os Lakers tentaram reagir. Os Lakers pararam de jogar quando venciam por 3 pontos a 5 minutos do final.

JOGO 3: Lakers 91, Celtics 84
- Kobe Bryant: 29 pontos
- Derek Fisher: 16 pontos, sendo 11 no último quarto.
- Kevin Garnet: 25 pontos
- Rebotes: Lakers 43, Celtics 35
Derek Fisher foi incrível no último quarto e o responsável pela vitória dos Lakers

JOGO 4: Celtics 96, Lakers 89
- Kobe Bryant: 33 pontos
- Glen “Big Baby” Davis: 18 pontos
- Nate Robinson: 12 pontos em 17 minutos
- Rebotes: Celtics 41, Lakers 34
- Pontos no garrafão: Celtics 54, Lakers 34
- Pontos dos reservas: Celtics 36, Lakers 18
O banco dos Celtics fez a diferença no último quarto, especialmente Glen Davis e Nate Robinson.

JOGO 5: Celtics 92, Lakers 86
- Kobe Bryant: 38 pontos, sendo 19 no terceiro quarto
- Paul Pierce: 27 pontos
- Kevin Garnett: 18 pontos e 10 rebotes
- Rebotes: Celtics 35, Lakers 34
- Pontos no garrafão: Celtics 46, Lakers 32
Ficou claro que Kobe Bryant não consegue ganhar o jogo sozinho. Paul Pierce finalmente conseguiu fazer algo contra a marcação implacável de Ron Artest.

JOGO 6: Lakers 89, Celtics 67
- Kobe Bryant: 26 pontos e 11 rebotes
- Pau Gasol: 17 pontos, 13 rebotes, 9 assistências
- Ron Artest: 15 pontos, 6-11 FG e 3-6 3pt FG
- Rebotes: Lakers 52, Celtics 39
- Pontos no garrafão: Lakers 40, Celtics 32
- Pontos dos reservas: Lakers 25, Celtics 13 (chegou a estar 24x0 ao final do terceiro quarto).
Os Celtics não apareceram no jogo que poderia lhes dar o título, os Lakers estavam com as costas na parede e fizeram a lição de casa. Foram para o intervalo com uma vantagem de 20 pontos e fizeram o que não haviam feito no jogo 4 de 2008: venceram o terceiro quarto. Naquele jogo, em 2008, os Celtics viraram uma diferença de 24 pontos.

A única constante nos 6 primeiros jogos: todos foram vencidos pelo time que pega mais rebotes. A performance do banco de reservas e de cada time dentro do garrafão foram decisivas em 5 dos 6 jogos. Fora isso, nada mais. Com exceção dos jogos 1 e 6, que tiveram histórias bem parecidas, cada um dos demais jogos teve uma história diferente: Ray Allen e Rajon Rondo no jogo 2, Derek Fisher no jogo 3, Nate Robinson e Glen Davis no jogo 4 e Paul Pierce e Kevin Garnett no jogo 5. Ah, e Kobe Bryant vem mantendo a média próxima de 30 pontos na série, mas, como ficou claro no jogo 5, quando fez 19 pontos no terceiro quarto, não consegue vencer o jogo sozinho.

Uma pausa para falar de Ron Artest. O maior ponto de interrogação dos Lakers antes da temporada, veio para substituir Trevor Ariza, que foi importantíssimo no título do ano passado, mas que não teve seu contrato renovado e não conseguiu embalar ao longo da temporada. Seus arremessos são um teste para cardíaco. Eu os comparo com aquelas viradas de bola de três dedos que o Richarlysson tenta dar nos jogos do São Paulo: acerta uma em cada 10 e o restante é contra-ataque para o adversário. Sem brincadeira, eu grito um “NÃÃÃÃÃO!” cada vez que ele tenta um arremesso de 3 pontos. E parece que o mesmo acontece no Staples Center. Nos jogos em Boston, a torcida dos Celtics gritava “shoot” cada vez que ele pegava na bola. E, mesmo assim, por mais que estar com ele no time signifique atacar em 4 contra 5, tenho que reconhecer que, com exceção do jogo 5, ele vem fazendo um trabalho fantástico de marcação em Paul Pierce (que, não podemos esquecer, foi o MVP das finais de 2008). Ele foi contratado para marcar caras como Pierce, Carmelo Anthony e Lebron James. E essa função ele está cumprindo. Com os bônus de suas atuações OFENSIVAS nos jogos 1 e 6, dou meu crédito a ele. Mas vou continuar gritando “NÃÃÃÃÃO!” a cada arremesso.

Retomando: e hoje temos o jogo 7. A ausência de Kendrick Perkins será sentida pelos Celtics, já que os rebotes estão sendo decisivos. Resta saber como está o joelho de Andrew Bynum. Se ele conseguir apresentar ao menos 20 minutos de boa produção, os Lakers já começam com uma vantagem enorme. Caso contrário, volta o equilíbrio. Quem ainda está devendo na série é Lamar Odom, que costuma ser o terceiro melhor jogador dos Lakers. Quem sabe não é justamente hoje que ele represente a história do último jogo de uma série já cheia de histórias.

Os Lakers buscam o bicampeonato e o 16º título de sua história, o que os deixariam com apenas 1 título a menos que os Celtics. Kobe busca seu quinto título, no desejo de cada vez mais atingir as conquistas e as comparações com Michael Jordan. Também não quer ser lembrado como aquele não consegue vencer os Celtics em finais (como os jogadores dos Lakers dos anos 60 – Jerry West e cia. – são). Phil Jackson busca seu décimo-primeiro título, aumentando o recorde. E não podemos nos esquecer que essa geração dos Celtics tenta o segundo título em 3 anos, o que os colocaria em situação de ganhadores de títuloS (no plural), assim como as gerações dos anos 60 e dos anos 80.

É dia de jogo 7. Um único jogo para definir o campeão. O sonho de todo fã de esporte. Vence quem demonstrar que quer mais.  Mais um capítulo da história sendo escrita. Imperdível.

E não sabemos se Jack Nicholson vai comemorar ou não no final.


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