terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

NEW ORLEANS RECUPERADA... E EM FESTA!

No post anterior eu usei a frase do ex-técnico dos Colts, Tony Dungy, como argumento final para o meu palpite em favor do time de Indianapolis:

"Minnesota is playing in New Orleans, they turn the ball over five times, have two or three stupid penalties and still lose in overtime. I don't see how it's going to be close. The Colts aren't going to turn it over seven times."

Os Saints não precisaram de sete turnovers dos Colts para ganhar o jogo, precisaram de apenas um, que veio na interceptação de um passe de Peyton Manning para Reggie Wayne a 3:12 do final do jogo, quando os Colts se aproximavam de um touchdown que empataria o jogo (estava 24x17 para os Saints). A interceptação resultou em um TD de 74 jardas que colocou os números finais no placar: Saints 31, Colts 17.

Mas essa interceptação não foi o lance do jogo. No início do terceiro quarto os Saints, que perdiam por 10x6, fariam o kick off para a primeira campanha dos Colts. Todos comentavam que Peyton Manning teria aproveitado os 30 minutos de intervalo (que só acontece no Super Bowl) para estudar a defesa de New Orleans e comandar um drive impecável que levaria o placar para 17x6. Mas os Saints foram agressivos, partiram para um onside-kick (chute curto que permite que o próprio time que chutou recupere a bola) e mantiveram a posse de bola. Resultado: ao invés de correrem o risco de ficar atrás no placar por 11 pontos, conseguiram um touchdown numa jogada sensacional de Pierre Thomas e tomaram a liderança por 13x10. Logo depois, ficou demonstrado que Peyton Manning de fato tinha um drive engatilhado para touchdown, utilizando principalmente as corridas de Joseph Addai e os passes para o Tight End Dallas Clark e retomou a liderança (17x13).

Mas os Saints adquiriram a moral que queriam. Mais um Field Goal (17x16), a conversão de 2 pontos depois de um TD, que deu 7 pontos de vantagem (24x17) e a interceptação final. Drew Brees foi eleito o MVP, mas pra mim o destaque do jogo foi o técnico Sean Payton (foto), que esbanjou audácia ao tentar (e não conseguir) um TD no final do segundo quarto em uma quarta descida para 1 jarda, ao chamar o onside-kick no intervalo e ao desafiar a conversão de 2 pontos que havia sido anulada pela arbitragem.

Quanto a Peyton Manning, a interceptação do final do jogo não deixa de manchar o seu legado. Uma vitória o colocaria definitivamente na conversar sobre os melhores quarterbacks da história (junto com Joe Montana e Johnny Unitas), mas essa derrota o deixa com um retrospecto mediano em playoffs - próximo de 50% de aproveitamento e apenas 1 título (contra 3 de Tom Brady e 2 de John Elway, por exemplo). Em seu favor há o recorde de 4 conquistas do prêmio de MVP, mas no final das contas os títulos acabam importando mais. Mesmo assim, não deixa de ser um gênio, mas contra quem ainda é possível apostar... eventualmente.

Um jogo não tão dramático quanto as duas edições anteriores do Super Bowl, mas histórico para a cidade de New Orleans. Durante a temporada regular ouvi comparações desse time com o time dos Rams de 1999 (campeões sob o comando de Kurt Warner), dado o poderio ofensivo. Mas pra mim essa vitória foi muito mais parecida com a vitória dos Patriots em 2002, quando o time do então quase desconhecido Tom Brady usou a motivação de uma tragédia (os atentados de 11 de setembro) para vencerem os favoritos Rams. Dessa vez, os Saints mostraram que New Orlenas está totalmente recuperada do Katrina... e está em festa.

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