sábado, 16 de janeiro de 2010

PLAYOFFS DA NFL - DIVISIONAL WEEKIND

Após fazer apenas 1-3 na primeira rodada dos playoffs o teimoso aqui vai mais uma vez tentar adivinhar o que vai acontecer no segundo round. Como sempre, já li as colunas dos especialistas, ouvi alguns podcasts e uma coisa em particular vem me chamando atenção: antes do início dos playoffs as equipes de melhor campanha, que não jogariam no wild card weekend, estavam melhor avaliadas do que agora, especialmente as da AFC (Colts e Chargers). Os líderes da NFC (Saints e Vikings) já haviam perdido alguma moral após as derrotas nas últimas rodadas da temporada regular, mas mesmo assim eram equipes que começaram a temporada com campanhas de 13-0, no caso dos Saints (terminaram 13-3) e 11-1, no caso dos Vikings (terminaram 12-4). Esse final de temporada regular (0-3 dos Saints e 1-3 dos Vikings) até justificaria a perda de credibilidade dessas duas equipes, ainda mais do jeito que seus adversários dessa semana, especialmente os Cowboys, estão jogando. Mas, como explicar que, de repente, Ravens e Jets passam a ser vistos com bons olhos e com chances reais de vitória contra Colts e Chargers, respectivamente? As vitórias no Wild Card seriam suficientes para levantar a moral desses times a esse ponto?

Fui atrás de algumas estatísticas para tentar entender os efeitos do “bye” (descanso no Wild Card), do “Home Field” (vantagem de jogar em casa) e do momento de vir de uma vitória no Wild Card. Levantei o retrospecto dos times que terminaram a temporada regular com uma das duas melhores campanhas de cada conferência e tiveram o direito do bye na primeira rodada dos playoffs desde que esse sistema foi implantado, em 1990:

1990: 4-0 (4 vitórias dos times que tiveram o bye)
1991: 4-0
1992: 3-1
1993: 3-1
1994: 4-0
1995: 2-2
1996: 3-1
1997: 3-1
1998: 4-0
1999: 3-1
2000: 3-1
2001: 3-1
2002: 4-0
2003: 2-2
2004: 4-0
2005: 2-2
2006: 2-2
2007: 2-2
2008: 1-3

Observo que, nos últimos 4 anos, os times que tiveram o bye estão com um retrospecto de 7 vitórias e 9 derrotas (aproveitamento de 44%). Nos 15 anos anteriores, esse aproveitamento era de 81% (49-11). Pra quem acha injusto comparar 4 anos com 15, podemos pagar qualquer período de 4 anos consecutivos entre 1990 e 2004 e verificaremos que o aproveitamento nunca foi menor que 75%. Algo pode ter acontecido nesses últimos 4 anos para justificar essa perda da vantagem dos mandantes no Divisional Weekend? Bill Simmons tem uma teoria de que, de uns anos pra cá, com a construção de novos estádios, mais modernos, mas que levam os torcedores mais fiéis para os níveis mais afastados do campo, deixando os locais próximos ao campo para camarotes e lugares caríssimos, que são adquiridos apenas pelos torcedores com alto poder aquisitivo e, ao mesmo tempo, menos fanáticos e barulhentos, o mando de campo vem perdendo efeito constantemente (ele coloca vários dados nessa coluna de novembro de 2008 para demonstrar sua teoria).

A conclusão? O mando de campo teria deixado de ser um fator decisivo nos playoffs. Na semana passada, 2 visitantes venceram (Ravens e Jets). No Divisional Weekend do ano passado TRÊS dos quatro visitantes venceram. Somem isso ao momento criado pelos times que trazem vitórias convincentes do Wild Card Weekend e o retrospecto dos últimos 4 anos e temos muita gente achando que os mandantes podem ser surpreendidos na segunda rodada dos playoffs. Eu? Vou continuar analisando caso a caso:

AFC

Baltimore Ravens @ Indianapolis Colts


Os Ravens atropelaram os Patriots na semana passada, fora de casa (a única vitória que eu acertei). Ganharam com o jogo corrido (234 jardas corridas contra apenas 34 jardas aéreas) e com a defesa (forçaram 4 turnovers).  A tática dessa semana? Explorar ao máximo o jogo corrido (Ray Rice deverá ter mais um grande jogo), fazendo o relógio correr e deixando o mínimo de tempo possível para Peyton Manning ficar dentro de campo. E mesmo com essa história realmente emocionante, sou incapaz de apostar nos Ravens, especialmente considerando o match-up Joe Flacco x Peyton Manning. Alguém acha que Peyton Manning, MVP pela quarta vez (um recorde na história da NFL, com todos os méritos), jogando em casa, com um time que começou a temporada 14-0 e que poupou os titulares nos dois últimos jogos da temporada regular para estarem inteiros nos playoffs pode perder esse jogo? Eu também  não. E mesmo que a tática dos Ravens de correr o relógio funcione, já vimos que Manning pode conseguir uma vitória como conseguiu na semana 2 em Miami, com apenas 15 minutos de posse de bola no total.

Palpite: Colts 24, Ravens 19.

New York Jets @ San Diego Chargers

É verdade que os Jets não poderiam esperar adversário melhor para “encaixar o jogo”: os Jets têm um dos melhores ataques terrestres e os Chargers não têm uma boa defesa para jogo corrido. Os Chargers adoram o jogo de lançamentos e os Jets têm o melhor cornerback da NFL (Darrelle Revis), especialista em anular os melhores wide receivers da liga (perguntem para Chad Ochocinco dos Bengals). Mas os Chargers terminaram a temporada regular com 11 vitórias consecutivas, sendo considerados o melhor time da liga, mesmo sem a melhor campanha. Têm Phillip Rivers, Antonio Gates e Vincent Jackson. Só não sabemos o que esperar de LaDainian Tomlinson. E os Jets bateram nos Bengals, que não se apresentaram pra jogar (especialmente o QB Carson Palmer). Para mim esse é o caso mais clássico de supervalorização de um time após uma vitória no Wild Card Weekend.

Palpite: Chargers 17, Jets 13

NFC

Arizona Cardinals @ New Orleans Saints

Antes de falar desse jogo, vale mencionar o jogo dos Cardinals contra Green Bay no domingo à noite. Parecia vídeo-game. 96 pontos marcados, atuações fantásticas dos quartebacks (Kurt Warner: 29-33, 379 jardas, 5 TD’s, O INT, rating de 154,1; Aaron Rodgers: 28-42, 422 jardas, 4 TD’s, 1 INT, rating de 121,3) e emoção até o final, com Arizona sempre na frente e reações incríveis dos Packers. Prorrogação e uma pena que Aaron Rodgers finalizou uma atuação histórica com um fumble que custou a derrota de seu time. Um jogo para ser lembrado.

Voltando a Cardinals x Saints: os Saints perderam muita moral após começarem a temporada 13-0 e sofrerem derrotas em casa para Dallas e para o fraco Tampa Bay. As opções ofensivas dos Cardinals parecem intermináveis, mas se eles tomaram 45 pontos em casa, como será jogando fora de casa contra Drew Brees e o poder ofensivo dos Saints? Além disso, se há um estádio onde ainda podemos dizer que o mando de campo faz alguma diferença em termos de participação da torcida, esse lugar é o Superdome. Devemos ter mais um jogo de muitos pontos e aquele time que conseguir parar o ataque adversário na red zone mais vezes levará vantagem, pois trocar um touch down por um field goal, contra ataques desse tipo, será um feito e tanto. Se os Saints conseguirem a liderança do placar no primeiro quarto poderão comandar o jogo com mais tranqüilidade. Mas se derem moral para os Cardinals... já sabemos o que pode acontecer, basta lembrar do ano passado. Assim como o jogo entre Arizona e Green Bay na semana passada, considero esse o jogo mais imprevisível do final de semana.

Palpite: Saints 42, Cardinals 31.

Dallas Cowboys @ Minnesota Vikings

Já me convenci a não ir ao primeiro jogo do São Paulo na temporada para assistir a esse jogo. Os Vikings perderam rendimento no final da temporada regular, enquanto os Cowboys só melhoraram, basta lembrarmos da vitória em New Orleans na semana 15 e das duas vitórias contra os Eagles, na semana 17 e no Wild Card Weekend. Por mais que seria bom ver Brett Favre conduzindo os Vikings para a final da conferência e mesmo num jogo que envolva tantas figuras que possam prejudicar seu time em determinado lance e tornar o jogo imprevisível (Bret Favre, Tony Romo, Adrian “Fumble” Peterson, Roy Williams e, obviamente, os técnicos – Wade Philips e Brad Childress) os Cowboys estão numa fase boa demais para APOSTAR contra, por mais que eu TORÇA contra.

Palpite: Cowboys 31, Vikings 24



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