terça-feira, 19 de janeiro de 2010

MAIS UM DIA COM JACK BAUER

Comecei assistir a “24” (ou mais conhecido como “24 Horas” aqui no Brasil) com 6 temporadas de atraso, mas quando comecei, graças a alguns presentes de aniversário na forma de box das primeiras temporadas, não consegui mais parar. Ainda consegui terminar a sexta temporada em tempo para acompanhar a sétima enquanto a mesma era exibida na TV e agora estou a postos para iniciar a oitava, que começou ontem (domingo) nos Estados Unidos, com um especial de 2 horas, seguido de mais 2 horas hoje (segunda-feira).


O nome Jack Bauer já virou referência mesmo para quem nunca assistiu a um único episódio da série (o poder de referência do nome talvez só seja menor do que o nome MacGyver). Acho que todo mundo conhece o básico da série, que foi criada com a brilhante idéia de narrar eventos em tempo real ao longo das 24 horas de um dia. Quem costuma assistir a outras séries sabe que a dificuldade de manter o alto nível de uma temporada de 24 episódios é imensa ("Lost", por exemplo, teve que reduzir duração das temporadas de 24 para 16 episódios para evitar os episódios “enche-lingüiça”) e, para isso, os produtores, escritores e diretores são obrigados, a cada temporada, a criar mais personagens e mais histórias relacionadas à trama principal e elaborar desdobramentos e reviravoltas para evitar a monotonia e manter o interesse de quem está assistindo. E, com uma ou outra exceção, até agora conseguiram cumprir essa missão com maestria: o ritmo da narrativa consegue se manter eletrizante o tempo todo.

*********************************************************************
(SPOILER ALERT: não há como continuar esse post sem mencionar alguns fatos das várias temporadas, então, pra quem nunca viu a série e ainda pretende assisti-la, fica o aviso).
*********************************************************************

Jack Bauer conseguiu a quase impossível proeza de superar a John McLane (Duro de Matar) quando o assunto é determinação para perseguir os “bad guys”. Desde a primeira temporada, quando precisou ao mesmo tempo resgatar sua família (mulher e filha) seqüestrada enquanto tinha a função de evitar o assassinato do Senador David Palmer, então candidato à presidência dos Estados Unidos, ou na segunda temporada, quando precisou evitar um ataque nuclear a Los Angeles e chegou perto de se sacrificar para garantir que uma bomba explodisse fora do raio de alcance da cidade, ou ainda na terceira, quando chegou a se viciar em heroína para manter seu disfarce ao se infiltrar em um cartel de traficantes mexicanos que negociavam um vírus mortal, Jack Bauer mostrava que nada o pode impedir de cumprir sua missão de garantir a segurança do país.

O problema é que os métodos aplicados por Jack, muitas vezes, não são nada ortodoxos (torturas, assassinatos não autorizados, invasões a embaixadas de outros países, etc), o que o coloca em problemas com a própria justiça americana e de outros países. Por isso ele é obrigado até a simular a própria morte ao final da quarta-temporada, mas é obrigado a voltar no início da quinta, quando as poucas pessoas que sabem da simulação começam a ser assassinadas. Aliás, considero a quinta-temporada de “24” uma verdadeira obra-prima, do começo ao fim (a terceira também é especialmente boa), iniciando com um dos momentos mais chocantes de toda a série (vou resistir e não escrever do que se trata) e culminando com (agora não vou resistir) a queda do Presidente Charles Logan (adivinhem quem o derrubou?), que era um dos responsáveis por ajudar os terroristas nos ataques com armas químicas.

Na sexta temporada Jack é obrigado a combater sua própria família (pai e irmão), após ficar preso pelos chineses durante 2 anos (lembram que eu mencionei certa invasão ilegal a uma embaixada de outro país?) e retornado para ser trocado como exigência dos novos terroristas (obviamente os chineses acabam pagando seu preço mais cedo ou mais tarde). E a sétima temporada, que teve uma introdução feita pelo filme “Redemption”, feito para TV e que traz 2 horas em tempo real com Jack em seu exílio na África e deixa as portas abertas para a sétima temporada, que trouxa uma presidente mulher, o retorno de um “velho amigo” de Jack e uma conspiração que conta com pessoas de dentro do próprio governo, exércitos mercenários e ditadores africanos.

Jack Bauer já salvou os Estados Unidos (e por que não o mundo) 7 vezes. E mesmo assim ainda estava em julgamento no início da sétima temporada pelos seus métodos não-ortodoxos empregados no combate aos terroristas. Onde estava a gratidão do governo americano? O CARA SALVOU O MUNDO 7 VEZES! Espero que na oitava temporada esse problema não volte a ser mencionado, quando Jack precisar "obter" a informação sobre o paradeiro de um refém ou de uma bomba com algum terroristazinho.

Como já escrevi antes, o grande mérito de "24" é conseguir utilizar uma idéia inovadora (narração em tempo real) e manter o ritmo alucinante durante 24 episódios sem cair na mesmice ou em passagens desnecessárias (parabéns aos roteiristas). Obviamente, nem Jack Bauer conseguiria ser sozinho o responsável por prender nossa atenção. Nessa hora entram outros personagens fantásticos que foram criados e fizeram ou fazem parte da série. O Presidente David Palmer é, ao lado do Técnico Eric Taylor, de Friday Night Lights, um dos meus dois personagens favoritos das séries que eu acompanho ou acompanhei. Tony Almeida formou uma dupla histórica com Jack Bauer. Do lado da CTU (Unidade Contra Terrorismo), ainda vale citar Bill Buchanan, Chloe O’Brian e Michelle Dessler. Do lado da Casa Branca, Mike Novitk (assessor de David Palmer) e Aaron Pierce (serviço secreto) são dois monstros. E na sétima temporada ainda tivemos a grata surpresa da Presidente Allison Taylor, que felizmente já está confirmada para a oitava temporada.

E temos Kim Bauer (Elisha Cuthbert), a filha de Jack... que encheu nossos olhos nas duas primeiras temporadas, mas infelizmente começou a atrapalhar na terceira. Acabou deixando de ser uma personagem fixa e passou a aparecer esporadicamente, mas sempre pra trazer mais problemas para Jack (advinhem qual é o alvo preferido dos “bad guys” para atrasar Jack?). Já sei que ela terá uma participação na oitava temporada, mas, por mais que seja mais do que uma bela visão, que permita que seu pai faça o que faz de melhor durante as 24 horas que se iniciaram ontem...



Um comentário:

Danilo Balu disse...

Boooa! Da 6a temporada tivemos 2 belas novidades! Nadia Yassir e o Morris O'Brian!

Balu