terça-feira, 4 de agosto de 2009

HERÓI - AVE CÉSAR!


A revista Veja dessa semana traz em sua reportagem de capa o título "Enfim, um herói", com uma foto do nadador César Cielo, nosso campeão olímpico dos 50m livres e agora nosso campeão mundial, novamente nos 50m livres e agora também nos 100m livres, com direito a recorde mundial.



Esse "herói" pode ter dois sentidos. O primeiro, obviamente, é que estamos vendo o surgimento de um atleta que, mantendo esse ritmo, entrará para a galeria dos maiores atletas da história de nosso país, ao lado de nomes como Gustavo Kuerten, Ayrton Senna, Éder Jofre, Ademar Ferreira da Silva, Amauri Passos, entre tantos outros, sem mencionar todos os ídolos do futebol e do voleibol. E, por que não, um dos maiores da história da natação. Não no nível de Michael Phelps ou Mark Spitz, mas sim no nível de Alexander Popov, talvez o melhor nadador de velocidade da história (até agora). Afinal, como bem lembrou meu amigo Fabrício, somente Popov havia conseguido ser campeão olímpico e mundial nos 50m livres simultaneamente.

Aliás, aproveito para indicar o blog do Fabrício e da Paty, dois dos meus companheiros de Pequim, que estiveram em Roma para acompanhar o Mundial de Esportes Aquáticos. Fotos, análises de alto nível (sério mesmo!) - recomendo!

Voltando a Cielo, mais um daqueles que marcarão as vidas dos amantes do esporte (Glory Days!), o termo "herói" também pode representar a façanha que é para um brasileiro que não joga futebol ser o melhor do mundo em algum outro tipo de modalidade. E que se diga que a CBDA não tem nenhum mérito na conquista do Cesão, que, depois de passar pelo E.C. Pinheiros (esse sim um clube sério), se mandou para os Estados Unidos para treinar em Alburn, Alabama, com o técnico australiano Brett Hawke. Como Guga Kuerten, Cielo por acaso nasceu no Brasil. Ainda bem para nós. Como muito bem lembrado pelo jornalista Milton Leite, do Sportv, em uma coluna nesse domingo no Estadão (também recomendo a leitura - é perfeita!), agora vai ter visita ao presidente, pose para foto com o Ministro dos Esportes (gulp!) e toda aquela palhaçada. E milhões sendo torrados na campanha Rio 2016, que tende ao fracasso, enquanto o esporte de base, maior chance de descobrimento de novos "Cielos", continua às moscas. Uma pena.

Um último comentário sobre o mundial, quanto à controvérsia das roupas especiais: no ano que vem, as tais roupas tecnológicas, que ajudam os nadadores, passarão a ser proibidas. Antes disso, dezenas de recordes mundiais foram batidos com a ajuda dessas roupas. Com a proibição, alguma chance desses recordes voltarem a ser batidos? Imagino que, num médio prazo, não. Confesso que não entendi a decisão da FINA: primeiro proibiu o uso da roupa, depois liberou (motivos econômicos?) e agora vai proibir novamente, mas somente a partir de 2010. De 2 decisões razoáveis - proibir de vez ou liberar de vez - tomou uma terceira, e menos acertada, que foi liberar por um período. Sou contra o uso dessas roupas, na minha opinião é uma espécie de doping, pois é uma ajuda externa ao atleta. Os recordes estabelecidos com essas roupas? Mais asteriscos...

2 comentários:

Danilo Balu disse...

Mto bom! Só não posso concordar com essa de recodes demorarem pra cair qdo abolirem os maioôs. Todos cairão até por volta de Londres/12 ou lá mesmo. O tempo médio hj é de um recorde durar 8 meses por isso mesmo logo mais ou o Cielo bate ou alguém bate o dele.
Abrax

Ronalto disse...

Espero que você esteja certo... quanto mais rápido essa história dos maiôs ficar para trás, melhor!