quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

COMENTÁRIOS SOBRE O ALL STAR WEEKEND

No ultimo final de semana ocorreu, em Phoenix, o All Star Weekend, evento que reúne a elite da NBA. O evento acontece durante 3 dias, culminando com o All Star Game, o jogo entre as seleções do Leste e do Oeste da NBA, no domingo. Antes disso, na sexta-feira acontecem alguns eventos envolvendo celebridades e o jogo entre os calouros e jogadores do segundo ano – na verdade, de jogo não tem nada, é um mega-rachão praticamente sem competitividade, onde só se fica esperando como será a próxima ponte-aérea.

No sábado ocorrem os eventos de habilidades entre os jogadores – dois eventos tradicionais (campeonato de 3 pontos e campeonato de enterradas) precedidos de outros dois eventos mais recentes, o primeiro uma competição de arremessos (Shooting Stars) na qual cada “equipe” é formada por um jogador atual, um jogador aposentado e uma jogadora da WNBA (todos da mesma cidade). Não tem a menor graça e ninguém se importa. O mesmo vale para a competição seguinte (Skills Chalenge), onde armadores da NBA competem para ver quem consegue melhor juntar habilidade e velocidade, passando por um circuito de dribles, passes e arremessos, tendo que fazer no menor tempo possível. Também nenhuma emoção.

O campeonato de 3 pontos é bem tradicional e, mesmo que o desse ano tenha sido de um nível mais fraco, deve ser mantido, pois já proporcionou momentos históricos, especialmente quando o envolvido era Larry Bird.

O campeonato de enterradas já é uma história a parte. Depois de alguns anos sem grandes inovações, o fator criatividade voltou a atingir novos níveis, especialmente quando falamos de Dwight Howard (campeão de 2008) e Nate Robinson (campeão de 2007). Ambos fizeram uma competição muito engraçada nesse ano, com alguns bons destaques:

Dwight Haward pegando uma bola que lançou contra a lateral da tabela (na minha opinião, a melhor da noite);

Dwight Howard solicitando uma tabela com o aro mais alto que o normal (foi divulgado 60 cm, mas acho que era menos), entrando em uma cabine telefônica e saindo com uma capa do Superman;

Rudy Fernandez com essa enterrada – pena que precisaram de inúmeras tentativas para conseguir finalizá-la. Se tivessem conseguido na primeira ou segunda tentativas, fatalmente teria uma pontuação alta;

Nate Robinson trocando de uniforme entre a primeira rodada e as finais, voltando com um uniforme verde dos Knicks, no papel de KRIPTONITA. Resultado: não só retomou o título, com ainda esfregou seus genitais sobre a cabeça do adversário.
Detalhe para as danças.

O problema de Dwight Howard foi a ordem das enterradas. Tivesse ele deixado a enterrada no aro mais alto para a final, possivelmente receberia um número maior de votos. E Lebron James deixou no ar que pode participar no ano que vem! Isso sim será interessante...

Mais cedo, no próprio sábado e numa quadra externa, foi realizado o primeiro torneiro de H-O-R-S-E da história do All Star Weekend, jogo muito popular entre os jogadores. Nesse jogo, cada jogador tenta um arremesso com grau de dificuldade elevado (de uma grande distância, de olhos fechados, de costas, etc) e os demais devem converter o mesmo arremesso. A cada erro, o jogador recebe uma letra (H-O-R-S-E) e quem completa as cinco letras é eliminado. Pena que o jogo foi feito numa área externa e com jogadores novatos (Kevin Durant e O.J.Mayo). Seria legal se fosse realizado na noite do sábado e com jogadores de mais expressão, falando bobagens uns com os outros para atrapalhar os arremessos e desconcentrar. Um jogo desses no lugar dos dois primeiros eventos (Shooting Stars e Skills) e com jogadores como Lebron, Paul Pierce, Kobe, Kevin Garnet, Ginobili e Nash seria muito mais divertido.

No domingo, tivemos All Star Game propriamente dito. A grande história foi a reunião de Shaq e Kobe, sob o comando de Phil Jackson, na seleção do Oeste, que venceu por 146 x 110. Kobe, competitivo por natureza, sempre é o que mais quer jogo, terminando com 27 pontos. E Shaq, talvez em seu último All Star Game, também foi muito bem (temos que considerar que, pela falta de jogadores grandes no Leste, ele foi marcado a maior parte do tempo por Danny Granger e Rashard Lewis), com jogadas de efeito e alguns momentos que fizeram lembrar a dupla dos Lakers que dominou a NBA entre 2000 e 2002. Tanto que ambos foram eleitos Co-MVP’s do jogo. Ah, se eles tivessem continuado nos Lakers por mais alguns anos...

O problema é que o jogo não apresenta praticamente nenhuma competitividade, o que é relativamente compreensível, já que os jogadores não podem arriscar nenhuma contusão inesperada. Mas, mesmo assim, na época de Magic, Jordan e Bird a competitividade aparecia. Confesso que não sei o que poderia ser feito para melhorar o jogo que, convenhamos, está ficando sem graça. Na Major League Baseball acontecia a mesma coisa foi estabelecido que a liga vencedora do jogo teria o mando de campo na World Series. Não sei se essa idéia seria viável para a NBA, mas alguma coisa poderia ser feita.

Para finalizar, dois outros destaques do final de semana que não podem ser esquecidos:

• A dança do Shaq na apresentação das equipes – a imagem fala mais que mil palavras;


• O anúncio, pelo comissário David Stern, de que o troféu para o MVP das finais da NBA passará a ser chamado “Troféu Bill Russel”, em homenagem ao maior campeão da história da NBA, com 11 títulos pelo Boston Celtics. Homenagem mais do que justa e merecida.

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quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

MJ - 46 anos


Homenagen aos 46 anos do maior de todos os tempos - Michael Jordan.
Do site da ESPN.com (http://proxy.espn.go.com/nba/dailydime?page=dime-090217):

Happy 46th Birthday, Michael

NBA Statistics and Information Research

In honor of Michael Jordan's 46th birthday Tuesday, here's everything you would want to know about MJ, by the numbers:

1. Won one NCAA title (1982) in which he scored the game-winning points
2. Won two Olympic gold medals (1984, '92)
3 Selected third overall in the 1984 NBA draft after Hakeem Olajuwon and Sam Bowie
4. Had four 60-point games in his career
5. Won MVP award five times (1988, '91, '92, '96, '98)
6. Won six NBA titles (1991, '92, '93, '96, '97, '98)
7. Led the NBA in scoring in seven consecutive seasons (tied NBA record)
8. Led UNC to the Elite 8 in the 1982-83 season, after which UNC lost to Georgia
9. Named to the NBA All-Defensive first team nine times
10. Led NBA in scoring 10 times in his career (NBA record)
11. Made the All-NBA team 11 times, including 10 times on the first team
12. Once wore No. 12 in a game against the Magic on Feb. 14, 1990, after someone stole his No. 23 jersey
13. Made the postseason 13 times (won 6 NBA titles)
14. Selected to 14 NBA All-Star games in his career
15. Played 15 NBA seasons (13 with Bulls, 2 with Wizards)
16. Had 16 points in the 1982 NCAA championship game, in which he made the game-winning basket
17. Career high in assists was 17, done March 24, 1989 at Portland
18. Played only 18 games in his second season (broken foot)
19. Jordan returned to the NBA as an executive with the Wizards on Jan. 19, 2000
20. Hit a 20-foot shot over Bryon Russell of the Jazz on April 6, 1998 to win Game 6 of the Finals
21. Age at NBA debut (Oct. 26, 1984)
22. Made 22 field goals and added 19 free throws for a postseason-record 63 points against Boston on April 20, 1986
23. Wore No. 23 for most of his career
24. Athletes on Nike's Team Jordan, including Chris Paul, Ray Allen and Carmelo Anthony
25. On Sept. 25, 2001, Jordan announced his return to the NBA as a Washington Wizards player
26 In 26 minutes in the 1997 All-Star Game, MJ had 14 points, 11 rebounds and 11 assists (first triple-double in the game's history)
27. On March 27, 1995, only a few games into his return, MJ scored 55 points on the Knicks at MSG
28. Had 28 career triple-doubles in his NBA career
29. On Oct. 29, 1996, the NBA released its 50 Greatest Players, one of which was Michael Jordan
30. Actually 30.1, which is Jordan's career scoring average in the regular season (NBA record)
31. Had 31 50-point games in his NBA career
32. Retired from baseball at age 32, and eventually returned to the NBA
33. Actually 33.4, which is Jordan's career scoring average in the playoffs (NBA record)
34. Played 34 games in his freshman season at North Carolina
35. Had 35 first-half points and six 3-pointers in a 1992 Finals game against the Blazers (gave the famous shrug)
36. Had 36 points in his first NBA Finals game (June 2, 1991 vs. Lakers)
37. Had 37 steals in his All-Star Game career (13 games)
38. Had 38 points in the "flu game" in the 1997 Finals against the Jazz
39. Age at the start of his final playing season (2002-03)
40. Age at which Jordan played his final game, on April 16, 2003 at Philadelphia
41. Jordan averages a Finals-record 41.0 ppg as the Bulls beat the Suns in Game 6 (June 20, 1993) to win the NBA title
42. Jordan and Charles Barkley each scored 42 points in Game 2 (1993 Finals), the first time opposing players scored 40-plus points
43. Age at which Jordan became a part-owner of the Charlotte Bobcats
44. Had 44 points in Game 5 (May 7, 1989) culminated with a game-winning buzzer-beater over Craig Ehlo of the Cavs
45. Wore No. 45 in his comeback with the Bulls until returning to No. 23
46. Feb. 17 was his 46th birthday
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quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

MANCHAS E ASTERISCOS NA HISTÓRIA

Na semana passada escrevi sobre o privilégio que é podermos presenciar alguns ídolos do esporte, que certamente terão um lugar de destaque na história, ainda durante suas carreiras. Citei diversos nomes e entre eles, Alex Rodriguez, terceira-base do New York Yankees. A-Rod, como é conhecido, já é considerado um dos maiores rebatedores de todos os tempos e, seguindo o ritmo que apresentou em sua carreira, mesmo que os números sofram uma ligeira queda, fatalmente baterá o recorde de Home Runs na carreira, que atualmente pertence a Barry Bonds, com 762 HR’s (já possui 533 e tem mais 9 anos de contrato com os Yankees). Bonds bateu esse recorde, que antes era de 755 e pertencia a Hank Aaron, em 2007. Além disso, A-Rod tem o maior contrato da história da Major League Baseball (275 milhões de dólares por 10 anos).

Na época, Bonds enfrentava problemas frente a acusações de utilização de substâncias ilícitas (leia-se esteróides). Por isso, seu recorde possui um asterisco, pois parte de seus números foram obtidas com “ajuda extra”. Boa parte dos fãs do baseball nem considera que o recorde foi batido.

Pois é... neste último final de semana, uma reportagem da Revista Sports Illustrated trouxe à tona que A-Rod teria testado positivo para esteróides em testes realizados em 2003. Dois dias depois, em uma entrevista para a ESPN, A-Rod admitiu o uso de substâncias banidas entre 2001 e 2003, quando ainda jogava pelo Taxas Rangers. A transcrição da entrevista pode ser lida aqui.

Antes de prosseguir, vale explicar o histórico do problema: até 2003 não havia regras na MLB que proibisse ou indicasse punições para o uso de tais substâncias. Existia “apenas” um código de ética informal. Nem controle anti-dopagem havia. Em 2003, a partir de um escândalo que envolveu alguns atletas e um laboratório, a liga resolveu implantar testes em todos os jogadores da liga, mas sem objetivo de punição, seria apenas para dimensionar o tamanho de um eventual problema. As amostras coletadas seriam identificadas apenas com um código, e a lista que relacionava esses códigos com os nomes dos atletas ficaria com uma terceira empresa, em caráter de confidencialidade. Em princípio, nomes de atletas que testassem positivo não seriam publicados.

Acontece que foi verificado que 104 amostras tiveram resultado positivo. Isso equivalia a quase 10% da liga, um número absurdo. E, a partir de 2004, regras, controles e punições foram estabelecidos. Durante esse tempo, os únicos nomes que vieram a público foram os nomes relacionados ao tal laboratório da Califórnia (BALCO). Entre esse nomes, tivemos alguns notáveis, como Roger Clemens, Andy Pettitte, Mark McGwire, Sammy Sosa e Barry Bonds, entre outros. Alguns desses, como Clemens e McGwire, vêm enfrentando problemas com a justiça americana, não pelo uso das substâncias, mas sim por terem negado o uso sob juramento. Bons resumos desse caso podem ser lidos aqui e aqui.

E agora, o primeiro nome da lista de 104 vem à tona. E logo o jogador mais prestigiado da liga. As primeiras questões a serem levantadas, obviamente, são: E os outros 103? Os nomes devem ser divulgados? Se não foram divulgados, TODOS os jogadores da liga passarão a ser suspeitos.

Não vou entrar no mérito dos procedimentos a serem tomados nem as conseqüências imediatas para a liga propriamente dita. O que mais me preocupa é que boa parte da história está manchada. Até que ponto podemos acreditar nos números e nos recordes estabelecidos por esses “atletas”? Mark McGwire já foi recusado no “Baseball’s Hall Of Fame” e os outros provavelmente terão o mesmo destino.
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terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

NBA - SEMANA MEMORÁVEL








Não posso deixar de comentar a última semana da NBA. Meu post anterior, “Glory Days”, fica ainda mais válido. A sequência de jogos e performances que tivemos nos últimos sete dias nos faz lembrar o auge dos anos 80, quando tínhamos 2 times que realizavam novos capítulos de uma rivalidade histórica (coincidentemente, também estou falando de Lakers e Celtics) e um “superduperstar” começando a mostrar que dominaria a liga nos próximos 10 anos (Michael Jordan na época, Lebron James agora).

Segunda-feira, 02 de fevereiro: Kobe Bryant faz 61 pontos no Madson Square Garden, contra os Knicks, batendo o recorde de pontos marcados em um jogo no ginásio mais “histórico” da NBA (considerando que o antigo Boston Garden não existe mais).

Quarta-feira, 04 de fevereiro: 48 horas depois do feito de Kobe, Lebron James entra em quadra com a missão de bater o recorde novamente. Não conseguiu bater o recorde, pois fez “apenas” 52 pontos e um impressionante triple-double, completado com 11 assistências e 10 rebotes.

Quinta-feira, 05 de fevereiro: os Celtics vinham de 12 vitórias consecutivas e recebiam os arqui-rivais Lakers, querendo devolver a derrota sofrida no dia de Natal, em Los Angeles, quando tiveram interrompida outra sequência, na ocasião de 19 vitórias consecutivas. Em um jogo emocionante, os Lakers venceram na prorrogação, por 110x109 – o pessoal dos Celtics estão reclamando de uma falta no Ray Allen na última bola do jogo, quando tentava o arremesso da vitória. Já revi os lances diversas vezes e não acho que tenha havido nenhum contato além do normal.

Domingo, 08 de fevereiro: Spurs e Celtics duelam em Boston e o time de San Antonio mostra que não estão mortos na briga. Enquanto todos falam somente de Lakers, Celtics e Cavs, os Spurs conseguem uma vitória importante fora de casa e se firmam na segunda colocação do Oeste, mesmo após passar pelos períodos de contusão de Manu Ginobili (novembro e dezembro) e Tony Parker (janeiro). Já escrevi antes e repito: enfrentá-los nos playoffs sem problemas físicos será MUITO complicado.

Domingo, 08 de fevereiro: Lakers e Cavs se enfrentam em Cleveland, marcando um encontro entre os dois melhores jogadores do mundo, Kobe e Lebron. Os Cavs eram o único time invicto em casa até esse jogo (23 vitórias em 23 jogos). Numa noite apagada de Lebron (acertou apenas 5 de 20 arremessos), com mérito para a defesa dos Lakers, e com Kobe sem condições físicas muito boas (gripe), Lamar Odom foi o destaque, com uma atuação monstruosa (28 pontos e 17 rebotes) e os Lakers derrubaram o último invicto em casa da liga.

Esse jogo encerrou uma sequência de 6 jogos consecutivos fora de casa para os Lakers, que havia começado com um problema grave: a perda (mais uma vez) de Andrew Bynum, com uma contusão no joelho que o deixará afastado entre 8 e 12 semanas. Assim como no ano passado, quando o mesmo Bynum se machucou e desfalcou o time pelo restante da temporada, surge a dúvida sobre se a perda do pivô vai afetar novamente as chances do time nos playoffs, se bem que dessa vez há uma chance de que ele poderá voltar a tempo. Porém, essa má notícia ficou temporariamente segundo plano, já que essa “road trip” terminou com 6 vitórias em 6 jogos, incluindo os 61 pontos de Kobe em NY e as vitórias contra Boston e Cleveland, o que, além de garantir momentaneamente a melhor campanha da Liga (41-9), trouxe uma vantagem num eventual empate com as campanhas de Celtics e Cavs numa eventual final da NBA: caso a final seja contra um dos dois times e as campanhas forem a mesmas, a vantagem de mando de quadra será dos Lakers. Além disso, Kobe Bryant voltou a entrar na briga pelo título de MVP, a qual parecia já encerrada em favor de Lebron James.

O único ponto negativo da semana foi o desempenho pífio do meu time no Fantasy, que não só fez a pior pontuação da liga, como perdeu Elton Brand e Jameer Nelson pro resto da temporada... mas ainda continuo na briga, em segundo lugar até agora.
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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

GLORY DAYS

Depois dos acontecimentos dos últimos dias eu pensei que precisaria escrever diversos posts para registrar tudo. Decidi fazer somente um, aproveitando o título do clássico do Bruce Springsteen, que realizou uma apresentação memorável (parte 1 e parte 2)no intervalo do Super Bowl XLIII (ouvir “Born To Run” ao vivo – certamente uma das minhas 20 músicas favoritas de todos os tempos – sempre arrepia). Realmente vivemos dias gloriosos quando o assunto é esporte. E não estou falando somente dos últimos dias, das últimas semanas ou dos últimos meses, estou falando da nossa época. Como o Balu escreveu muito bem hoje em um e-mail (e em breve em um post em seu blog), temos sorte de estarmos presenciando ou de termos presenciado alguns fenômenos do esporte que definitivamente ficarão para a história.

Hoje ainda ouvimos nossos pais e avós contando as histórias de Pelé, Garrincha, Emerson Fittipaldi, Éder Jofre, Amaury Passos e Wlamir Marques (volto a esses dois daqui a pouco), entre outros, muitos outros. Lemos muito também sobre Mohamed Ali, Bill Russel, Wilt Chamberlain, Jesse Owens, Babe Ruth, Johnny Unitas, Mark Spitz, Bjorn Borg, Jack Nicklaus, enfim, a lista é enorme. Acontece que também teremos de quem falar para nossos filhos e netos – e a lista também será muito grande: Michael Jordan, Magic Johnson e Larry Bird, ou para falar de nomes atuais, Kobe Bryant (que ontem mesmo fez 61 pontos contra o New York Knicks, batendo o recorde de pontos no Madison Square Garden) e Lebron James; Maradona, Ronaldo, Zidane e Rogério Ceni (especial para os palmeirenses); Hortência e Paula; Ayrton Senna e Michael Schumacher; Tiger Woods, Michael Phelps, Lance Armstrong; Joe Montana e Jerry Rice, ou os atuais Tom Brady e Peyton Manning; Manny Ramirez e Alex Rodriguez; Carl Lewis, Michael Johnson e Usain Bolt; Pete Sampras e Roger Federer... Podemos ocupar linhas e linhas com nomes e mais nomes.


Em tempo: o parágrafo anterior não é necessariamente uma lista dos melhores de cada modalidade (se bem que vale para muitos), apenas joguei nomes que definitivamente são ou serão lembrados na história como fenômenos acima da média.

Tudo isso para chegar nesses últimos dias, nos quais pudemos acompanhar eventos que fatalmente serão lembrados na história do esporte. Pudemos também relembrar de um evento que já faz parte da história do esporte, e que enche os brasileiros de orgulho. Valeu a pena todo o sono da segunda-feira, especialmente após as duas maratonas do domingo.

Super Bowl XLIII:

Mesmo que a maior parte do jogo não tenha apresentado lances de efeito ou momentos de tensão, o que dizer da interceptação e retorno de 100 jardas do James Harrison para touchdown, na última jogada do segundo quarto, com direito a balão de oxigênio, não só impedindo que os Cardinals marcassem o TD (era 1st and goal) e fossem para o intervalo liderando por 14x10, como possibilitando que os Steelers abrissem uma diferença de 10 pontos (17x7)? Um lance de 14 pontos. Ou então, o que dizer duas viradas nos últimos 3 minutos? Primeiro, o TD de 65 jardas de Larry Fitzgerald dando a liderança para os Cardinals (23x20) no único momento em que a defesa dos Steelers vacilaram na sua marcação, seguido do drive de 78 jardas dos Steelers que terminou com a recepção espetacular do Santonio Holmes (MVP do jogo) para garantir a vitória por 27x23.

Um jogo tão emocionante como o do ano passado, também com 2 viradas no placar nos últimos 3 minutos, quando os Giants surpreenderam os Patriots. Não considero o melhor Super Bowl da história, pelo menos considerando os que eu assisti, pois não dá pra esquecer das finais entre Rams e Titans (2000), Patriots e Rams (2002), Patriots e Panthers (2004) e Patriots e Giants (2008), entre outras. Mas, sem dúvida, um jogo histórico.

Os Steelers conquistaram o sexto título do Super Bowl, e se isolaram como os maiores vencedores da NFL (Cowboys e 49ers têm 5 títulos cada). Além do São Paulo, teeeeemos mais um hexacampeão, hello Sixburgh! (tentem ler a última frase no estilo Paulo Antunes e não cair a gargalhada).

Roger Federer x Rafael Nadal – final do Australia Open

Valeu a pena acordar às 06:30 da manhã de domingo para assistir a mais um duelo de 5 horas entre Roger Federer e Rafael Nadal. Outro dia escrevi em um e-mail que Nadal e Federer são o equivalente no tênis a Lebron James e Kobe Bryant no basquete. Nadal (Lebron) é uma força da natureza, que quando quer é “imparável”. Além disso, tem uma capacidade mental invejável. Já Fereder (Kobe) é o jogador mais completo, mais habilidoso e tenta alcançar o status do maior de todos (Sampras/Jordan), mas não sabemos se vai chegar a tanto (vale dizer que no caso de Kobe sabemos que NÃO vai chegar). Federer (Kobe) dominou os últimos anos (13 Grand Slams / 3 títulos da NBA e um título de MVP), mas Nadal já está dominando, já com 6 títulos de Grand Slam, incluindo títulos fora do saibro, como Wimbledon e Australia Open (todos verão como serão os próximos 10 anos de Lebron).

Alguns dizem que o choro de Federer durante a cerimônia de premiação foi patético. Não concordo. Dá para imaginar o pressão em relação ao eventual 14º título de Grand Slam (o que empataria com Sampras) e mesmo em relação à conseguir ganhar de Nadal, que lidera por 13x6 nos confrontos entre os dois. Mesmo com toda a estrutura que ele deve ter e com tudo o que já alcançou, reconheçamos que não é pouca coisa. O próprio Nadal mostrou-se meio constrangido e chegou ao cúmulo de pedir desculpas por ter vencido. Esse negócio de esporte é mesmo coisa de louco.

Recomendo esse excelente texto da ESPN.com sobre o jogo, que trata também da questão da rivalidade. Destaco uma frase que resume muito bem as coisas:

“Spent, both men are in tears for the trophy ceremony. Only they understand why. Each is less without the other, though the other may destroy him. The legacy of one must now become the legacy of the other. Trapped, they define each other. Paris, London and New York still lie ahead of them. And ahead of us.”

Brasil Campeão Mundial de Basquete Masculino - 1959

No último sábado, dia 31 janeiro, a principal conquista do basquete masculino do Brasil completou 50 anos. No Chile, em 1959, o time comandado por Amaury Passos e Wlamir Marques conquistava o Campeonato Mundial, façanha que se repetiria 4 anos depois, em 1963. A ESPN Brasil apresentou um especial emocionante sobre a conquista, com depoimentos dos jogadores, incluindo Rosa Branca, falecido no último mês de dezembro. Wlamir Marques esteve no Chile para o programa, relembrando detalhes e homenageando os companheiros de time (tanto os vivos quanto os que já se foram). Um fato histórico e que tem quer ser valorizado ao extremo. Uma pena que no país do futebol foram poucas as menções à data e a ESPN Brasil está de parabéns. Uma pena também que não podemos nos orgulhar da atual situação do basquete brasileiro, que não participa de uma Olimpíada desde 1996.



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Temos também que acabar com essa história de que só é bom o que é dos tempos antigos. Nesse raciocínio, todos os “melhores do mundo” já se aposentaram e nunca vai aparecer ninguém melhor, o que não precisa ser necessariamente verdade. Vale também para os eventos. Parece um crime dizer que o jogo entre Federer e Nadal na final de Wimbledon no ano passado tenha sido o melhor jogo de tênis da história. Por que não? Definitivamente, podemos não só rever ou relembrar a história do esporte, temos o privilégio de poder também presenciá-la.

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Agradecimento ao Bola, de quem "peguei emprestado" a foto da Seleção de Basquete Masculino de 1959 e aos caras que inventaram o Youtube, o qual eu não canso de classificar como um negócio espetacular.
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