"Thanks a lot for making us look so average" (Muito obrigado por nos fazer parecer tão medianos). John McEnroe para Roger Federer, no vídeo acima.
Quando Michael Jordan, Tiger Woods, John McEnroe e Pete Sampras participam do mesmo vídeo apenas para dar os parabéns para uma conquista dessas, é bom ouvir, assimilar e entender que estamos falando de alguém que faz história. Escrevi em fevereiro que somos privilegiados por poder acompanhar alguns dos melhores da história numa época em que os avanços tecnológicos, especialmente relacionados às transmissões de TV e Internet, fazem com que os acontecimentos ocorram quase que dentro da nossa sala de estar.
Assim que acabou o jogo recebi uma mensagem do meu amigo Batata: "Monstro. Estamos vendo a história acontecer". Momentos depois, chegou um e-mail do PJ: "(...)você joga o jogo da sua vida contra o Federer. E perde.". Depois foi uma ligação da minha amiga Val Carneiro, pra contar que saiu de São José dos Campos ao final do quarto set e quando chegou em São Paulo ainda conseguiu assistir aos 4 games finais do jogo. E que durante o caminho conversou com algumas amigas que também estavam assistindo ao jogo.
Quem tem algum sentimento especial pelo esporte (qualquer um) se viu na obrigação de ficar na frente da TV nesse domingo de sol (um pouco frio, é verdade, mas o dia estava bonito - eu mesmo olhei para fora algumas vez e pensei nisso) para ver Roger Federer, num jogo épico, vencer o americano Andy Roddick e conquistar seu DÉCIMO QUINTO título de Grand Slam, superando o recorde de Pete Sampras. O próprio Pete Sampras estava presente na quadra central de Wimbledon, ao lado de Bjorn Borg e Rod Laver (alguns dos maiores de todos os tempos) para aplaudir o novo melhor tenista da história (as discussões serão infindáveis). Pelo menos, o mais vitorioso. No mesmo texto que escrevi em fevereiro, comentei do choro de Federer após a derrota na final do Australia Open. Acabei não escrevendo sobre sua vitória em Roland Garros, quando se tornou o sexto homem a ganhar os quatro títulos de Grand Slam na carreira (Australia, Roland Garros, Wimbledon e US Open), pois estava muito envolvido com as finais da NBA. Mas agora faço questão de usar minha noite de domingo para escrever sobre essa lenda em atividade.
E Andy Roddick fez o jogo de sua vida. Jogou demais. Contra qualquer outro adversário teria vencido até com certa tranquilidade. Não teve seu serviço quebrado nenhuma vez nos 4 primeiros sets (os sets vencidos pelo Federer foram no tie break) e nem nos 29 (!) primeiros games do quinto set. Sofreu a quebra exatamente quando perdia por 15x14. Nunca neguei que não consigo torcer contra o Federer, mas no final do jogo estava pensando que ficaria feliz com uma vitória do Roddick, pois:
1) Foi uma atuação e tanto;
2) Deixaria a quebra do recorde suspensa até o próximo torneiro de Grand Slam, quando eu poderia ter a oportunidade de presenciar a história, não na minha sala de estar, mas na seção 315 do Arthur Ashe Stadium, onde será a minha próxima aventura. Depois de iniciar a vida de turismo esportivo nos Jogos Olímpicos de Beijing no ano passado, nesse ano o foco será em Flushing Meadows, NY. Nesse mesmo final de semama em que a história era escrita em Wimbledon, recebi um pacote da Fedex com os ingressos do US OPEN. Hoje falta exatamente 2 meses para o embarque e já garanti presença nas quartas-de-final, na semifinal e na grande final. E mais uma oportunidade de acompanhar a história, que nas palavras do Dácio Campos, é uma tremenda sortuda por poder contar com Roger Federer para escrever uma de suas partes mais sensacionais.
Mas Federer decidiu que de hoje não passaria. Após uma derrota épica para Rafael Nadal em 2008, uma vitória épica em 2009. E, de quebra, a reconquista do topo do ranking mundial. Um dia histórico, no qual eu também bati o recorde de utilização da palavra "história" (ou derivadas) num mesmo texto. Mas isso é de menos quando estamos reverenciando um monstro. Mal posso esperar para poder aplaudi-lo in loco.
2 comentários:
Tá louco?? Ficar feliz se o Federer perdesse... Muito bom. Abs
Pequena correção: ele não poderia ter quebrado o saque do Roddick em todos os 29 games do 5o set, pois destes "apenas" 14 foram games de serviço do americano... mas é justamente esse o número que mais me impressionou no jogo de ontem.
Se descontarmos os 2 tie-breaks, tivemos um total de 75 games no jogo.
Roddick confirmou 37 vezes o seu serviço (além de ter quebrado 2 saques do Fedex) antes de ter o seu saque quebrado no 30o. game do 5o set.
Acho que não precisamos nem consultar as bases para afirmar NUNCA-ANTES-NA-HISTÓRIA-DO-FEDERER alguém conseguiu resistir tanto ao Fedex sem que tenha saído vitorioso ao final.
Abraços e bons jogos em NY.
Que o Nadal possa se recuperar para termos mais um encontro memorável... ou então, que tenhamos uma repetição do Roddick x Federer... seria uma belíssima oportunidade de revanche para o AR em casa.
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