sexta-feira, 29 de maio de 2009

CONTINUANDO...

ORLANDO MAGIC x CLEVELAND CAVALIERS - JOGO 4


A campanha da temporada regular do Cleveland somada ao desempenho monstruoso do Lebron James no ano todo, que lhe rendeu com justiça o prêmio de MVP, acabaram por mascarar algumas coisas. É lógico que falar depois do fato é mais fácil, mas se lembrarmos de alguns dados, chegaremos à conclusão de que a vitória parcial do Orlando Magic na série por 3x1 e com chances de reais de classificação para das finais da NBA não veio do nada:


- O Orlando Magic, nos 8 jogos que realizou contra os teoricamente 3 melhores times da liga no ano (Lakers, Cavs e Celtics) conseguiu 6 vitórias e apenas 2 derrotas. Venceu os 2 jogos que disputou contra os Lakers;


- O segundo melhor jogador do Cleveland é o Mo Williams, que só foi para o All Star Game devido a contusões de outros escolhidos na sua frente. Se pensarmos bem, não conseguiremos lembrar de campeões com um elenco sem pelo menos uma outra estrela ou, no mínimo, 2 jogadores de alto nível para ajudar o Superstar. Olhemos os últimos 20 anos:

  • Detroit Pistons (89 e 90): Isiah Thomas, Joe Dummars, Dennis Rodman e Bill Lambier;
  • Chicago Bulls (91, 92, 93, 96, 97, 98): Michael Jordan e Scottie Pippen, mais Horace Grant (nos 3 primeiros títulos), Tony Kukoc e Dennis Rodman (nos 3 últimos)
  • Houston Rockets (94 e 95): Hakeen Olajuwon, Kenny Smith, Clayde Drexler, Robert Horry
  • LA Lakers (00, 01 e 02): Shaq e Kobe, mais Robert Horry, Rick Fox e Ron Harper
  • San Antonio Spurs (99, 03, 05 e 07): David Robinson, Tim Duncan e Sean Elliot (99), Duncan, Tony Parker, Manu Ginobili e Robert Horry (03, 05 e 07)
  • Detroit Pistons (04): Chauncey Billups, Rip Hamilton e Rasheed Wallace
  • Miami Heat (06): Dwyane Wade e Shaq mais Bennett Salvatore (sim, ele mesmo, o árbitro!)
  • Boston Celtics (08): Kevin Garnet, Paul Pierce e Ray Allen
Olhando essa lista, podemos chegar a duas conclusões:

1) A carreira do Robert Horry é impressionante (7 títulos em 3 times diferentes);

2) Esse time do Cleveland precisa de mais um jogador de nível All-Star para ajudar a Lebron James. Seus atuais companheiros (Mo Williams, Delonte West, Zildrunas Ilgauskas, Anderson Varejao, Ben Wallace, Joe Simth, Wally Szczerbiak) não se comparam, pelo menos na minha opinião, a nenhum dos times da lista. Alguém pode dizer que o time dos Pistons de 2004 não tinha nenhum superstar, mas estamos falando de um dos melhores desempenhos coletivos da história. Olhando esse time dos Cavs, bastou o Magic acertar a marcação nos jogadores de perímetro e forçar Lebron a jogar na base do um-contra-cinco e todo o suposto coletivo do time de Mike Brown foi para o espaço. Lebron está com médias de 42-7-7 na série. O que isso quer dizer? Que a mensagem do Orlando é a seguinte: se quiser nos bater, vai ter que ser sozinho, vamos anular o resto do time.

Estou dizendo que a série já acabou? Claro que não! Tenho juizo suficiente para não apostar contra uma super-estrela do porte de Lebron James. E não podemos nos esquecer que, dos 4 jogos realizados até agora, 2 foram decididos com vantagem de apenas um ponto e um foi para a prorrogação. Mas que será uma clamorosa supresa (by Claudio Carsughi), ah, vai! O Magic está com vantagem em todos os outros matchups e consegue combinar muito bem o jogo interno com Dwight Howard e externo (as bolas de 3 pontos). No jogo 4 isso ficou evidente.

Quanto ao jogo de hoje à noite, não ficarei surpreso se tivermos Bennett Salvatore (co-MVP das finais de 2006) como um dos árbitros, o que significará que LBJ terá a seu favor pelo menos 25 lances-livres.

LAKERS X NUGGETS - JOGO 5

Apesar do equilíbrio absoluto dos 3 primeiros quartos (todos terminaram empatados), ficou claro que, quando os Lakers conseguem que um terceiro jogador adicione uma boa atuação àquilo que Kobe e Gasol fazem regularmente, é um time muito difícil de ser batido (mais uma demonstração da questão da lista de campeões acima). Ontem foi a vez de Lamar Odom, que foi decisivo (19 pts, 14 rebs). E a melhor notícia da noite é que Kobe Bryant fez apenas 22 pontos, enquanto distribuía assistências e envolvia todo o time na parte ofensiva. E quando o triangulo ofensivo funciona dessa forma, a coisa complica para o adversário. E, agora, o time de LA está a apenas 1 vitória da final.
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quinta-feira, 28 de maio de 2009

LAKERS X NUGGETS - JOGO 4

Aconteceu o que eu previ - vitória dos Nuggets com relativa tranquilidade (120 x 101). A diferença de intensidade entre os times foi gritante e o que mostra isso é a diferença nos rebotes: 58 x 40 em favor do Denver, sendo 20 x 9 nos rebotes ofensivos.

Do lado dos Lakers, Trevor Ariza, que vinha muito bem na série, esteve apagado (apenas 3 pontos) e Lamar Odom fez tantos pontos quanto faltas (5). Kobe Bryant fez o dele (34 pontos), mas aconteceu aquilo que ue já mencionei algumas vezes: em alguns jogos o time não apresenta aquela energia necessária que os playoffs exigem. Aconteceu isso nos jogos 4 e 6 da série contra o Houston e agora a dose se repetiu - parece que, após recuperar o mando de quadra no jogo 3, a missão em Denver já estava cumprida e agora era melhor poupar energias para os jogos em Los Angeles. Pelo menos vimos alguns sinais de vida vindos de Andrew Bynum.

Em compensação, os Nuggets estavam possuídos, com exceção da maior estrela, Carmelo Anthony, que teve uma noite apagadíssima (15 pontos). Mas Kenyon Martin (13 pts, 15 rebs), Nene (14 pts, 13 rebs), Chris Andersen (14 rebotes),J.R. Smith (24 pontos) e, como sempre, Chauncey Billups (24 pontos) comandaram a vitória.

Hoje à noite, o jogo 5. Hora dos Lakers voltarem a jogarem com energia de playoffs e retomarem a liderança da série. Considerando que J.R. Smith é um dos caras mais inconstantes da NBA (acho que só dá pra comparar com Jamal Crawford), a chance de que ele repita a boa atuação é pequena. Os Lakers precisam voltar a forçar o jogo no garrafão para forçar as faltas dos pivôs dos Nuggets e recuperar a vantagem nos rebotes. E quando chegar o crunch time, bola nas mãos do Kobe.

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terça-feira, 26 de maio de 2009

TEMOS DUAS SÉRIES - parte II

Se os Nuggets estão dando uma mega-canseira nos Lakers, o que dizer do que o Orlando Magic está fazendo com os Cavs? Aqueles que vinham sendo considerados os favoritos não somente para a conquista do Leste, como para o título da NBA estão com as costas contra a parede e só não estão em situação pior porque Lebron James executou um verdadeiro milagre no jogo 2.

Em outubro passado comentei com a cidade de Philadelphia sofrera com mais de 20 anos sem um grande título até comemorar o título dos Phillies na World Series de 2008. Esses 20 e poucos anos não são nada perto dos 45 sem títulos da cidade de Cleveland, desde o título da NFL do Cleveland Browns em 1964. Os Indians? Último título em 1948. Durante todo esse tempo, derrotas dolorosas marcaram os times da cidade, sendo os mais famosos a derrota dos Indians na World Series de 1997 para o Florida Marlins (aquele jogo 7 foi um dos jogos mais dramáticos que me lembro de ter assistido em minha vida, não só de baseball, mas de qualquer esporte) e a derrota dos Cavs para o Chicago Bulls na primeira fase dos playoffs de 1989, quando um tal de Michael Jordan executou a façanha do vídeo a seguir, o que ficou conhecido simplesmente como "The Shot":



E parecia que a fila se encerraria nesse ano, ainda mais depois da conquista da melhor campanha da liga e das duas varridas nas duas primeiras fases dos playoffs, contra os Pistons e os Hawks. Veio o Orlando Magic, depois de uma série complicada de 7 jogos contra os Celtics, quando viraram após estar perdendo por 3x2, vencendo o jogo 7 em Boston. No primeiro jogo, assisti apenas até o intervalo, quando os Cavs venciam por 16 pontos e foram para o vestiário em êxtase após a cesta de antes do meio da quadra do Mo Williams. O jogo não estava sendo transmitido ao vivo – a ESPN fez o favor de só transmiti-lo após os jogos da Copa do Brasil, começando à meia noite. Estava morrendo de sono, o jogo estava fácil. Logo, vou dormir. No dia seguinte, chego no trabalho e descubro que o Orlando reagiu e venceu por 1 ponto de diferença. Não entendi nada.

O que ouvi/li de muitos analistas no dia seguinte é que essa derrota era um mal necessário para os Cavs, um “wake up call” pelo qual todos os campeões passam uma hora ou outra. O jogo 2 seria diferente. Começa o jogo 2 e, na metade do segundo quarto, os Cavs venciam por 43x20. Um massacre. Recebi uma mensagem do meu amigo Dante comentando “Que surra, hein?”. Como num replay do jogo 1, o Magic reagiu, e com uma cesta de Hedo Turkoglu abriu 2 pontos de vantagem a 1 segundo do final. Liguei para o Dante na hora. Ainda estávamos falando quando Lebron James fez isso:



Eu e o Dante gritamos muito alto no telefone. Seria um novo “The Shot”, dessa vez em favor do Cleveland? Seria o fato que confirmaria o “wake up call” e faria com que os Cavs virassem a série a seu favor? Vamos para o jogo 3.

No jogo 3, já em Orlando, o que vimos foi que o Orlando Magic é quem parecia o time favorito e que estava na missão do título. Mesmo com o seu principal jogador, Dwight Howard, com seus minutos limitados devido ao excesso de faltas, o Magic comandou o jogo desde o começo, com muito mais opções ofensivas e um sistema defensivo muito eficiente, reduzindo a velocidade e a movimentação dos Cavs, contestando todos os arremessos e aproveitando todas as vantagens de matchups. Mikael Pietrus já se transformou no meu jogador favorito nesse time. Vitória por 99x89 e a vantagem de 2x1 na série. E, se não fosse o arremesso milagroso de Lebron James no jogo 2, a série estaria 3x0.

E agora, os Cavs estão com as costas contra a parede e vão para o jogo 4, nesta terça-feira à noite, em Orlando, com a obrigação de vitória, para não caírem no buraco de uma desvantagem de 3x1 na série. Vamos ver o que Lebron James pode aprontar, sob o risco de mais uma derrota dolorida para a cidade de Cleveland e do final da possibilidade de uma final entre Lebron e Kobe.

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segunda-feira, 25 de maio de 2009

TEMOS DUAS SÉRIES - parte I

Já faz alguns meses, especialmente após a confirmação das contusões de Kevin Garnett (Celtics) e Manu Ginobili (Spurs), que todos os que acompanham a NBA vêm falando que a final desse ano seria uma das mais previsíveis da história, pois ninguém imaginava que Lakers e Cavaliers teriam algum problema em confirmar o favoritismo e vencerem as respectivas conferências. Pois não é nada disso que está acontecendo nas finais do leste e do oeste. Ambos estão tendo sérios problemas sem suas respectivas séries e a tal final antecipada, que já vinha rendendo até anúncios publicitários, como o da figura desse post, com toda a discussão Kobe x Lebron, não só na corrida pelo prêmio de MVP, como na provável decisão pelo título, pode não ocorrer.

No Oeste, os Lakers, depois de terem que precisar de 7 jogos para eliminar os Rockets, passaram dois verdadeiros sufocos nos dois primeiros jogos da série, mesmo jogando em LA. O Denver Nuggets mostrou que não chegou à final de conferência por acaso e poderia muito bem ter saído de LA com 2 vitórias. No primeiro jogo, após abrir 16 pontos de diferença, sofreram a reação de Kobe e Cia. Kobe terminou com 40 pontos, sendo 18 no último quarto, incluindo 4 lances-livres decisivos no último minuto que selaram a vitória por 105 x103. No segundo jogo, ocorreu o contrário: dessa vez, os Lakers abriram vantagem logo no começo, que foi superada pelos Nuggets ainda no segundo quarto. No final do jogo, Carmelo Anthony mostrou que deve ser considerado em qualquer discussão sobre os melhores jogadores da liga (esse clube não deve ficar restrito a Kobe, Lebron e D-Wade). Vitória dos Nuggets por 106 x 103, calando a torcida de LA. Mas os Lakers, que faziam seu quarto jogo em 7 dias, entraram no jogo 3, já em Denver, dispostos a retormar o mando de quadra perdido. Numa noite na qual as bolas de Carmelo Anthony não cairam, Kobe Bryant assumiu o jogo mais uma vez, dessa vez com ajudas decisivas de Pau Gasol e Trevor Ariza e comandou a vitória dos Lakers por 106 x 103.

Principais fatores dessa séria até agora:

1) A condição física dos Lakers: já citei que foram 4 jogos em 7 dias e o ritmo será mantido, já que o jogos estão marcados para acontecer a cada 2 dias; Lamar Odom está com problemas nas costas, Kobe está claramente cansado (reflexo do fato de ter atingido a marca de 1000 jogos na carreira, sendo mais de 200 jogos nos últimos dois anos, se considerarmos temporada regular, playoffs e os jogos da seleção olímpica). Ao final do jogo 3 ele nem se preocupou em esconder sua condição, dando a entrevista com as mãos apoiadas nos joelhos, ofegante. A repórter finalizou a entrevista com um "Thank you, Kobe, go get some rest" ("Obrigada, Kobe, trate de descansar um pouco").

2) Apesar de que Andrew Bynum e Lamar Odom ainda não terem contribuído como poderiam, Travos Ariza assumiu o posto de terceiro melhor jogador do time. O combo Kobe-Gasol-Ariza foi o maior responsável pelas vitórias e é muito difícil bater um time quando 2 estrelas mais um terceiro jogam num nível acima.

3) Do outro lado, os Nuggets também possuem seu próprio combo, que tem a base Billups-'Melo e que foi completado no jogo 2 por Linas Klenza, que trouxa as bolas de 3 pontos para ajudar na vitória. Nenê está sofrendo com o excesso de faltas e Kenion Martin está muito irregular.

4) O Matchup Kobe-Carmelo está interessantísimo. Melhores amigos na seleção olímpica em Pequim, o que fica evidente em alguns momentos da partida, estão exibindo aquele tipo de determinação que só se vê em superstars. A diferença é que o jogo extremamente físico dos Nuggets está levando Kobe a ter que fazer valer cada ponto marcado, chegando ao final dos jogos parecendo Jack Bauer sofrendo com o agente biológico que o infectou nos últimos episódios de "24". Enquanto isso, Carmelo está me surpreendendo: confesso que tinha uma visão dele como um jogador meio indolente, displicente, mas agora percebo que a verdade é que ele tem talento DEMAIS, pois ele pontua com tamanha facilidade que parece não precisar derrubar uma única gota de suor. Mas é aí que está o perigo, pois ainda acho que em alguns jogos falta aquela concentração para superar um mal começo, como aconteceu no jogo 3.


5) George Karl: eu disse na minha previsão que não confiava nele. Vejam o final do jogo 3. Com o jogo ainda a ser decidido, ele já havia queimado todos os pedidos de tempo, o que impossibilitou parar o relógio, avançar a bola até o meio da quadra e procurar um arresso equibilibrado numa jogada treinada. Restou tentar uma correria e alguns arremessos desequilibrados, que obviamente não resultaram em pontos. Também não entendi por que ele deixou Dahntay Jones (o melhor marcador do Kobe) em quadra, no início do jogo 2, quando fez a segunda falta. Só foi retirá-lo da quadra quando fez a quarta-falta, ainda no primeiro quarto.

Hoje à noite teremos o jogo 4. Uma vitória dos Lakers e a série deve se encerrar na próxima quarta-feira em LA. Uma vitória dos Nuggets e a quase-certeza de que iremos até o jogo 7. Obviamente torcerei para a primeira hipótese, tanto para confirmar minha previsão e meu palpite no bolão que participo (Lakers em 5), mas para que os amarelos possam ter alguns dias de descanso enquanto o "Cleveland Lebrons" e o Orlando Magic continarão se matando do outro lado. Mas, considerando a forma como os Lakers se comportaram na série contra os Rockets, acredito que o mais provável sejá uma vitória dos Nuggets, e com relativa facilidade.

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quarta-feira, 20 de maio de 2009

FINAIS DE CONFERÊNCIA - PREVISÕES

LESTE - CLEVELAND CAVALIERS X ORLANDO MAGIC

Os Cavs estão tentando mostrar que esse é O ANO. Passaram pelas primeiras duas rodadas (Pistons e Hawks) sem o menor trabalho. Lebron joga como estivesse sendo marcado por jogadores da categoria infantil. Os coadjuvantes (leia-se todo o resto do time) estão aparecendo para o jogo quando acionados, liderados por um superduperstar de 24 anos que, além de todos os detalhes técnicos e físicos, que já são espetaculares, tem o time nas mãos, faz todo mundo feliz com sua ausência de egoísmo e seu espírito de grupo - a festa feita na introdução da equipe mostra como são unidos. Mo Williams, Delonte West, Zydrunas Ilgauskas e Anderson Varejao são um suporte fenomenal. O veterando Joe Smith traz uma boa contribuição do banco. E a preocupação dos adversários com Lebron o ajuda a criar espaços para os arremessos de 3 pontos de Wally Szczerbiak, Mo Willians e Daniel Gibson. O time possui recursos para marcar Dwight Howard e tem a melhor defesa da liga, para controlar o jogo do Orlando, baseado nos arremessos de 3 pontos. Como não consigo imaginar 1) Orlando ganhando um jogo em Cleveland e 2) Os Cavs perdendo dois jogos seguidos, meu palpite é CAVS EM 5 JOGOS.


OESTE - LOS ANGELES LAKERS X DENVER NUGGETS

Apesar de:

1) Os Lakers terem mostrado algumas fraquezas nas duas primeiras séries, especialmente alguns apagões que levaram a perda de vantagens construídas no início dos jogos ou derrotas muito feias, como o jogo 6 em Houston;
2) A inconstância de Andrew Bynum, Trevor Ariza, Derek Fisher e Jordan Farmar, do lado dos Lakers e a contribuição de J.R Smith, Dahntay Jones e Anthony Carter no lado dos Nuggets;
3) A excelente fase dos Nuggets, comandados brilhantemente por Chauncey Billups;
4) O jogo físico que os Nuggets podem impor com Nene, K-Mart e Chris Andersen;

Acredito que:

a) Para um time que se declara estar numa missão, está na hora dos Lakers mostrarem que, se existe um time que pode vencer Lebron e Cia, esse time joga de amarelo em LA.
b) Não confio, nunca confiei e jamais confiarei no George Karl, especialmente fora de casa - só venceram o jogo 3 em Dallas devido a um erro da arbitragem e só venceram o jogo 4 em New Orlenas porque os Hornets queriam derrubar o Byron Scott;
c) Carmelo Anthony não tem um retrospecto bom contra os Lakers;
d) Não há ninguém em Denver que consiga marcar Kobe Bryant como fizeram Shane Battier e Ron Artest pelo Houston;
e) Gasol, Bynum e Odom, se forem inteligentes, saberão colocar K-Mart e Nenê em foul-trouble;
f) Os Lakers sofrem mais quando enfrentam armadores de "penetração", como Tony Parker, Chris Paul e Aaron Brooks. Billups, apesar de ser espetacular, não é desse tipo, o que vai facilitar a vida do Derek Fisher;

e, finalmente:

g) Teremos um "special delivery" de Kobe Bryant para todos aqueles que o chamam ou chamaram de estuprador no Colorado. Espero isso no jogo 4.

Meu palpite: LAKERS EM 5 JOGOS.

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terça-feira, 19 de maio de 2009

SOBRE AS DUAS PRIMEIRAS RODADAS DOS PLAYOFFS DA NBA

Hoje à noite começa a Final da Conferência Oeste, entre Los Angeles Lakers e Denver Nuggets. Amanhã começa a final do leste, entre Cleveland Cavaliers e Orlando Magic. Infelizmente, não consegui, nas primeiras quatro semanas de playoffs, registrar meus comentários sobre tudo o que tava acontecendo, mas não vou deixar de fazer um resumo:

FIRST ROUND

LESTE

- Cleveland Cavaliers 4, Detroit Pistons 0: acredito que acompanhamos o final de uma era em Detroit. Depois de participar de 6 finais consecutivas da Conferência Leste e chegando às finais da NBA em 2004 (quando foram campeões) e em 2005 (quando perderam para os Spurs). A saída de Chauncey Billups e a chegada de Allen Iverson, durante a temporada, mostrou-se prejudicial e se revelou mais uma forma de limpeza de folha de pagamento (o contrato de Iverson se encerra agora no meio do ano) para se prepararem para o "verão de 2010", quando várias estrelas da liga estarão disponíveis no mercado. Hora de reconstruir o time. Joe Dummars já fez um belo trabalho construindo o time campeão de 2004. Vamos ver se consegue repetir o feito.

- Boston Celtics 4, Chicago Bulls 3: provavelmente a melhor série de first round da história da liga. Dos 7 jogos, 4 foram para a prorrogação, sendo um com prorrogação dupla e um com prorrogação TRIPLA. Dos 7 jogos, CINCO foram decididos com uma diferença de 3 pontos ou menos. Derrick Rose (Bulls) mostrou que será um dos melhores armadores da liga nos próximos anos (esse foi seu primeiro ano) e os Celtics, sem Kevin Garnett, jogaram com coração de campeões. Histórica.

- Atlanta Hawks 4, Miami Heat 3: fiz uma aposta, no bolão que participo, de que Dwyane Wade conseguiria ganhar o jogo 7 em Atlanta, o que seria uma façanha, mas possível de ser alcançada por apenas outros 2 jogadores além dele (Kobe e Lebron). Acertei os vencedores de cada um dos primeiros 6 jogos, mas os Hawks fizeram prevalecer o mando de quadra no jogo 7.

- Orlando Magic 4, Philadelphia 76ers 2: apesar de alguns jogos decididos na última posse de bola, foi a série mais sem graça dessa fase, não merece maiores comentários.

OESTE

- LA Lakers 4, Utah Jazz 1: a única coisa que preocupou foi a capacidade dos Lakers de abrir grandes vantagens durante os jogos e deixar a vantagem cair perigosamente no final. De resto, sem surpresas.

- Denver Nuggets 4, New Orleans Hornets 1: essa série mostrou duas coisas: 1) que os jogadores dos Hornets querem derrubar o técnico Byron Scott, afinal, que outra justificativa para ser eliminado numa derrota por CINQUENTA E OITO PONTOS DE DIFERENÇA EM FRENTE À SUA PRÓPRIA TORCIDA? e 2) Chauncey Billups mostrou a melhor aquisição da temporada (pobre Pistons), levando o time dos Nuggets a um nível acima. Para mim, Billups é o MVP do first round dos playoffs.

- Dallas Mavericks 4, San Antonio Spurs 1: essa foi, para mim, a maior surpresa da primeira fase dos playoffs, não tanto pela vitória dos Mavericks, afinal os Spurs não puderam contar com Manu Ginobili e Tim Duncan já vinha mostrando sinais de alta kilometragem. O que surpreendeu foi a forma como foi. Os Spurs praticamente não tiveram chances, principalmente devido ao apagão dos coadjuvantes, especialmente Roger Mason. Com isso, mesmo com grandes atuações do Tony Parker e com a superação de Tim Duncan em alguns jogos, a consistência dos Mavericks falou mais alto. Só não arrisco dizer que os Spurs estão no final da linha como os Pistons estão, pois Parker ainda é jovem, e ainda acredito que Duncan e Ginobili podem contribuir. Acredito que já está na hora de pensar em reconstrução, talvez mais suave do que os Pistons, mas tem que se pensar. Está na hora de arrumar alguém para Duncan que faça o papel que ele mesmo desempenhou nos seus primeiros anos para David Robinson. O time já tem os direitos de Thiago Spliter. Quardadas as devidas proporções, pode ser o início dessa reconstrução.

- Houston Rockets 4, Portalnd Trailblazers 2: Mais uma aposta errada que fiz no bolão - confiei demais na juventude e inexperiência dos Blazers, o que, em playoffs, costuma ser um fator determinante para impedir o avanço. Ignorei também o poder defensivo dos Rockets, que tinham Shane Battier e Ron Artest para seguir Brandon Roy. E, meu pior erro, ignorei um dos principais teoremas do esporte: a Ewing Theory: os Rockets não passaram nenhuma vez da primeira rodada dos playoffs desde que adquiriram Tracy MacGrady, uma das estrelas da liga e 2 vezes cestinha da temporada. Com T-Mac fora por contusão, a teoria se mostrou mais uma vez válida.


SEMIFINAIS DE CONFERÊNCIA

LESTE


- Cleveland Cavaliers 4, Atlanta Hawks 0: segunda varrida seguida de Lebron e cia. O time parece que está realmente sobrando e tá difícil aparecer alguém em condições de igualdade para dar trabalho. A série foi tão curta e fácil que nem consigo fazer alguma análise mais profunda.


- Orlando Magic 4, Boston Celtics 3: mais uma maratona para os atuais campeões. E tenho certeza que, apesar da derrota, a torcida de Boston ficou orgulhosa do time. Não é comum ver um campeão defender com tanta vontade o título. A série foi bem além do que era para ter ido. Não dá pra fazer milagre, afinal de contas, a ausência de Kevin Garnett (contusão) e a falta dos que saíram antes do início da temporada (PJ Brown e James Posey) levaram o time a ter que depender de (gulp!) Brian Scalabrine, Glen "Big Baby" Davis (que acertou o arremesso da vitória no jogo 4), Eddie House e Stephon Marbury. Aí complicou... ao ponto de acontecer algo historicamente improvável: os Celtics perdendo uma série após estar vencendo por 3x2 e tendo o jogo 7 em casa.


OESTE


- Denver Nuggets 4, Dallas Mavericks 1: apesar da ajuda da arbitragem no final do jogo 3, quando uma falta não marcada possibilitou que Carmelo Anthony marcasse a cesta da vitória, em Dallas, os Nuggets venceram mais uma vez com propriedade e mostraram que não estão para brincardeira. As atuações de Nenê foram muito boas, aproveitando a vantagem no match-up contra Eric Dampier. E Chauncey Billups mais uma vez comandou o time de forma brilhante. Pra mim, ainda é o nome dos playoffs até agora.


- LA Lakers 4, Houston Rockets 3: os Lakers não esperavam tanto trabalho, ainda mais depois que os Rockets perderam Yao Ming após o jogo 3 e venceram os jogos 4 e 6 sem o chinês. Os duelos dos incansáveis Shane Battier e Ron Artest contra Kobe Bryant foram memoráveis e Kobe teve que fazer valer cada ponto que marcava. Mas, numa série física, cheia de faltas flagrantes, expulsões e até suspensões, a vantagem na altura (Gasol e Bynum) e o melhor elenco fez com que os Lakers fechassem a série em casa. O que preocupa é que os Lakers não estão demonstrando aquele "sanguenusóio" que os Cavs, por exemplo, estão apresentando. O time tem um monte de "apagões", perde grandes lideranças com facilidade e às vezes parece que não tá a fim mesmo, como aconteceu no jogo 6. Se quiser passar pelo Denver é bom mudar de atitude. O pior é que a mesma coisa acontece com meus dois times favoritos: os Lakers e o São Paulo.


No próximo post faço as minhas previsões para as finais de conferência.


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quarta-feira, 13 de maio de 2009

OASIS EM SÃO PAULO


No último sábado assisti, pela quarta vez (1998, 2001 e 2006) a um show do Oasis, com a turnê "Dig Out Your Soul". Apesar da baita chuva (exatamente como em 2006), a galera (me senti meio velho, diga-se de passagem) que esteve no Anhembi acompanhou o show com empolgação e cantando todas as músicas. O que eu acho engraçado é que é difícil encontrar fãs da banda na minha faixa etária (34). Parece que é errado ser fã do Oasis, assim como parecia errado ser fã do Guns N' Roses no início dos anos 90. Bom eu era fã do GN'R até 1993, quando a banda acabou (sim, acabou!, as aparições do Axl Rose após 1993 não contam), apesar das baladas (algumas insuportáveis, como "Don't Cry") e do perfil nada carismático do vocalista. Mas não queria saber se o cara era um idiota ou não, desde que fizesse músicas que me agradassem. E o mesmo se aplica aos irmãos Gallagher (Lian e Noel, líderes e donos da banda) - eles ainda apresentam uma arrogância irritante e uma postura além do necessário (especialmente o Lian). É verdade que a essa altura já melhoraram bastante, talvez devido à idade e à vida mais tranquila, com filhos, etc. Já nem insistem mais em se intitular de "a maior banda do mundo" (absurdo em qualquer situação) e já trocaram de baterista mais vezes do que o Tony Almeida trocou de lado na atual temporada de "24" (até o filho do Ringo Star já passou por lá). Mas o fato é que o Oasis é uma das poucas bandas de qualidade que são relativamente novas (pouco mais de 15 anos de estrada) e ainda estarão por aí produzindo discos e turnês no futuro já não tão distante, conforme escrevi neste meu post de março. Além do Oasis, vejo apenas o Live, o Pearl Jam e o Green Day nessa condição (Radiohead e Coldplay também podem ser citadas em termos de importância, embora eu não seja fã).

O show foi, como sempre, tecnicamente irrepreensível. Decidiram colocar alguns hits na geladeira ("Roll With It", "Acquiesce" e "Live Forever"), mas compensaram muito bem com a inclusão do alguns "clássicos" que estavam esquecidos, como "Slide Away", "The Masterplan" e "Morning Glory". Acrescente as obrigatórias "Rock N' Roll Star", "Supersonic", "Cigarrets & Alcohol", "Don't Look Back In Anger" e "Champagne Supernova", mais o maior hit ("Wonderwall"), a excelente "The Shock Of The Lightning", do novo álbum "Dig Out Your Soul", e um cover dos Beatles ("I'm The Walrus") e temos um set list e tanto. Vale a mesma coisa que escrevi após o show do R.E.M. em novembro: sabemos que temos uma grande banda quando, mesmo com um set list de 21 músicas quase que irrepreensível (considerando que temos que aceitar algumas músicas novas ainda não tão empolgantes), ainda podemos citar tantas outras que ficaram de fora. Foi a quarta-vez que assisti aos ingleses de Manchester - o maior número de turnês de uma banda não-brasileira que já presenciei - e espero que eles continuem viabilizando novos álbuns e novas turnês para compensar a extinção das outras grandes bandas.

Deixo um vídeo que fiz durante o show: Don't Look Back In Anger (sem o mala do Lian e com a galera levando boa parte da música):